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Talvez ele não fosse tão ruim quanto ela achou que era, mas havia aquele bloqueio, aquela enorme muralha entre eles, uma que Elize não queria ultrapassar, estava bom apenas daquele jeito, sentia que se desse mais um passo cairia em perdição.

– Quer dar uma volta? — A voz dele saiu suave.

– Pode ser. — Os dois saíram da cafeteira após Suna pagar os cafés.

Adentraram o Mustang e saíram dali, a brisa fresca tocava seu rosto, ergueu os braços para cima sentindo o vento balançar seu cabelo. Elize se sentiu bem ali, era como se uma parte do seu corpo estivesse extasiado com aquela sensação de liberdade. Suna acelerava o carro enquanto tocava alguma playlist aleatória de seu celular no carro.

Então K. de cigaretts after sex começou, ela batia os dedos no vento assim como a bateria da música, Suna tinha um cigarro nos lábios. Por um momento ele também se deixou levar sobre aquilo, não era tão difícil relaxar, mesmo com milhares de pensando borbulhando em ambas as mentes eles não queriam saber disso ali.

Eles passaram em um lugar qualquer para comprar cervejas e assim que Elize percebeu eles estavam quase perto do letreiro de Hollywood, mas pelo que todos ali sabiam a rua Beachwood Gate que era usada para acessar a trilha Hollyridge Trail estava fechada desde 2017, era um dos acessos mais fáceis para chegar ao letreiro.

– Isso aqui não estava fechado? — Elize perguntou.

– Estava. — O moreno respondeu.

– Nós não podemos passar, podemos? — Ela disse um pouco apreensiva.

– Bom, segundo algumas leis nós não podemos, mas não há nada que o dinheiro não possa comprar, Elize. — Sua disse tranquilamente enquanto dirigia.

Ela deu de ombros, sua mãe sempre lhe ensinou a obedecer as regras, isso se quisesse viver neste mundo, mas agora sua mãe estava em uma cama de hospital e ela já não estava mais em Tóquio, era adulta e livre.

Suna continuou dirigindo e então eles pararam bem abaixo do letreiro, onde as pequenas letras que eram vistas de longe agora se tornaram gigantescas aos olhos castanhos dela. Elize ficou um tempo em silêncio, até sentir Suna a cutucar e entregar uma cerveja.

– Você gosta daqui? — A voz dela saiu baixa.

– Nah, eu prefiro o Japão, mas admito que aqui é um lugar bonito, e você?. — Suna disse enquanto dava um gole na cerveja recém aberta.

– Aprendi a gostar, moro aqui há uns cinco anos, já me acostumei com tudo, mas eu também prefiro o Japão. — Ela deu um gole na cerveja também.

– Por que saiu de lá? — Suna não era tão falante, mas agora parecia que ele estava tão livre.

– Tecnicamente eu fui expulsa. — Ela riu entre um gole e outro.

– O que? — Ele se virou para ela com uma das sobrancelhas arqueadas.

– Minha mãe me expulsou, disse que não tinha lugar pra mim ali. — Elize desenhava corações com a água que escorria por fora da lata no porta-luvas do carro de Suna.

Suna assentiu, mas não era como se ele realmente tivesse entendido aquilo, sabia que algo tinha acontecido mas não queria saber, seria invasivo demais até mesmo vindo dele.

O moreno de olhos verdes olhou para o horizonte, assim como a garota ao seu lado. Suna estava se sentindo bem ali, era como se ela tivesse o poder de fazer as coisas melhorarem, ou isso era apenas coisa da sua cabeça.

– Isso aqui nem se compara com Shibuya. — Suna disse e Elize riu.

– Ou a Eikan-Do, é um dos lugares mais bonitos de Quioto, eu gostaria de ter ido lá mais vezes... principalmente primavera e outono. — Elize disse enquanto jogava a lata fora.

– É realmente um lugar bonito... você pode ir lá se quiser. — Suna disse sem olhar para a garota.

– Agora é complicado, tem a faculdade e todos os gastos. — Ela suspirou.

– Você tem muitos amigos, o que custa pedir dinheiro emprestado? — Suna parou de beber e começou a bolar um baseado.

– Nunca gostei de pedir dinheiro emprestado, prefiro fazer isso com meu próprio dinheiro. — Elize começou a passar o dedo em círculos na boca da lata.

– Kenma não ligaria de te levar para o Japão, o Mattsun também não. — Suna sorriu irônico.

– Não é porque eles não se importam que eu também não deva me importar, aliás, o que o Issei tem contra você? — Elize encarou Suna que passava a língua na seda.

– Acho que ele é apaixonado por mim. — Suna se virou para a garota.

Elize tinha uma expressão de desgosto no rosto, realmente não havia achado graça, se bem que aquilo realmente não parecia ter sido uma piada, Suna não gostava se Issei e isso era recíproco ao que parece.

Ele acendeu o cigarro de maconha e após algumas tragadas já estava relaxado o suficiente, digamos assim. Elize apenas se concentrava em se manter longe de pensamentos ruins, como a morte de James e Bailey e, o afastando repentino de Miwa.

– Nós éramos amigos, ou quase isso... mas depois nós brigamos por uma coisa que eu nem me lembro mais, por isso ele não gosta de mim. — Suna soltou a fumaça.

– Entendo, bom, eu espero que um dia vocês voltem a serem amigos. — Elize deu mais um gole na cerveja quente e fez uma careta.

– Nós não vamos. Temos opiniões e ideais diferentes, não nos misturamos, Elize. — Suna ofereceu o baseado que ela recusou.

– Eh? Que saco. Escute, Rin, nós podemos voltar agora? — Elize perguntou enquanto derramava a cerveja.

– Pode ser. — Ele disse enquanto se ajeitava no banco.

Começou a dirigir para fora dali, eles passaram boas horas juntos, tempo o suficiente para Elize perceber que queria descobrir mais sobre ele, não era nada demais, apenas curiosidade, certo?

Rin por outro lado, agora mais relaxado, pensava em como estava sendo imprudente, ou como ele se deixou levar pela companhia da garota ao seu lado, então ele se lembrou do motivo disso tudo, era simplesmente a culpa, se ele não a conhecesse provavelmente a mandaria para a cova junto de Bailey.

– Vai ter uma festa hoje, é um lugar um pouco distante daqui, quer ir? — Suna disse sem tirar os olhos da estrada.

– Satori vai? — Ele riu quando ela perguntou.

– Provavelmente. Vou pedir para Akaashi buscar você. — Suna olhou de relance para a mais nova.

– Por que você não vem? — Foi uma pergunta inocente.

– Vou estar ocupado. — Foi a única coisa que ele disse.

– Claro que vai... enfim, isso não importa. Você sabe onde eu moro, passe o endereço pra ele. — Ela disse enquanto saía do carro já estava parado na frente do prédio.

– Claro, docinho. — Ele riu sacana e ela revirou os olhos.

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n/a: oi gente quanto tempo né, bom, eu só queria dizer que agora vai ter mais interação entre o nosso casal!

eu estava pensando em fazer uma playlist, talvez eu poste ela, normalmente eu faço playlist só pra escrever, eu devo ter umas 10.

enfim, até o próximo capítulo sEgUiMoReS!

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora