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Com a festa de aproximando Elize acabou vendo muitas pessoas desconhecidas andando pela casa, já era algo natural acabar trombando com alguém que carregava uma submetralhadora. Para o azar de Mattia e a sorte de Eric, todas essas pessoas queriam a atenção do mais velho, por isso ele quase não ficava trancado Mattia em uma sala falando de negócios.

Elize conversava com Francesco, que parecia mais falante agora, mesmo que ainda esteja recebendo olhares cortantes de alguns. Os dois bebiam um pouco de Whisky.

– Luca não vem? — O loiro perguntou.

– Acredito que não. — Elize respondeu enquanto bebericou o líquido amarelado.

– Que estranho. — Francesco arqueou uma das sobrancelhas.

– Por quê? — A morena o olhou.

– Bom, você e ele estão tão próximos. — Ele jogou no ar.

– Elize, seu pai está chamando. — Uma mulher de cabelos curtos e de lateral raspada disse.

– Obrigada. Bom, eu já volto. — Ela se levantou ainda com o copo nas mãos.

Elize começou a andar até a sala onde acharia Eric, mas ao chegar lá ela começou a ouvir murmúrios, não era a voz de seu pai, era Mattia, ele repetia "Mate os Suna, mate todos eles. Aqueles garotos não merecem piedade". A porta foi aberta pela morena, que olhava para o homem em sua frente, que até então não havia percebido sua chegada, pois estava gritando agora.

Os olhos de Elize estavam arregalados, os punhos cerrados e seu coração acelerado. Assim que o homem se virou ele deixou sua voz morrer.

– Elize...? — Mattia a olhava.

– Que merda você pensa que está fazendo? — Elize perguntou.

– Estou salvando a pele da minha família. — Mattia disse.

– Não! Você está salvando a sua pele! — Elize apontou o dedo.

– Pare com isso, eles mataram nossa gente! Mataram a sua mãe! — Mattia gritou.

– Mas- — Ela foi interrompida.

– Acha mesmo que aquele merdinha te pouparia, Elize? Se fosse pela família de merda dele, aquele garoto não iria hesitar! — Mattia continuava.

– Se fosse pela minha família eu também não hesitaria! — Elize gritou de volta, alarmando alguns.

– Ah, é? Então se ele aparecesse aqui, e agora, você atiraria na cabeça dele? Se ele colocasse uma arma na cabeça do seu pai ou da sua filha, você o mataria? — Mattia diminuía a distância.

– Rintarou nunca faria isso... — Elize se contradizia.

– Ele matou seu melhor amigo, Elize. Acha mesmo que ele pouparia alguém por você? O que você acha? Devemos matá-los antes que eles nos matem. Um dia é da caça outro do caçador, e nós somos sempre os caçadores. — Mattia disse e ela permaneceu em silêncio.

– Eu- — Ela apertava o copo com mais força.

– Elize, você se calou. Quem cala consente. — Mattia riu e de repente o som de um vidro sendo quebrado.

– Sou eu quem decide quem morre e quem vive. — Ela disse enquanto o sangue escorria pela mão dela.

– Elize! — Ele gritou enquanto se aproximava raivoso, mas foi parado quando uma lâmina estava apontada para sua garganta.

– Dê mais um passo e eu arranco a sua cabeça. — William disse frio e Mattia o olhava assustado.

Um gatilho destravado atrás da cabeça de William e o sorriso de Mattia cresceu, pelo menos até ele ver mais outras cinco pessoas ao lado da morena apontando armas para ele e para seu subordinado. Elize levantou a mão e todos eles abaixaram suas armas, ela começou a andar até o tio, que a olhava com desdém.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora