Elize teve de sair para resolver algumas pendências, Rintarou havia ficado em casa e seu plano era conversar com Lucien enquanto estavam a sós, no entanto, assim que ele estava se aproximando do quarto do filho mais velho, ele viu Akihiko na frente da porta, ele olhava para o grande pedaço de madeira fixamente. O mais novo ergueu lentamente a mão e hesitou antes de bater, por um instante, Rintarou pensou que ele fosse desistir, mas ele continuou, puxou o ar com força e então soltou.
Três batidas eram o suficiente, e ele os fez. Não demorou muito para que a porta fosse aberta, revelando Lucien. Assim que o mais novo entrou, o outro deixou a porta entreaberta. Lucien sabia que havia algo errado, até porque era sempre que Akihiko aparecia.
– O que foi, Aki? — Lucien perguntou.
– Tenho que te contar uma coisa. — Ele se manteve sério.
– O que é? Tá com problemas na escola? — Lucien tentava amenizar a tensão.
– Fui eu, Lucien. Eu entreguei você. Eu disse ao pai e a mãe onde você estava. — Akihiko disse.
– Você o quê? — Lucien se levantou.
– Você pode me bater se quiser, fica bravo está no seu direito. No entanto, eu não iria deixar a minha mãe chorando no canto enquanto você estava quebrando umas costelas por aí. — Akihiko disse olhando para o rosto do irmão mais velho.
– Tranquilo. — Lucien se sentou.
– "Tranquilo"?! Você deu o maior chilique por causa disso, e então vai me dizer só "tranquilo"?! — Akihiko disse mais alto.
– Você quer que eu soque a sua cara e diga como é um idiota? — Ele suspirou.
– Eu vejo você e Rosy crescendo, eu vejo vocês seguindo caminhos diferentes... — Akihiko olhou para o chão.
– E qual é o problema? — Lucien olhou para o irmão mais novo.
– Eu não sei o que eu quero, Lucien. Enquanto vocês dois estão começando a colher os frutos das coisas, eu ainda estou olhando para o meu solo estéril. — Akihiko disse.
– O que você quer dizer com isso? — Lucien o fitava.
– Não quero ser um peso morto. Eu quero fazer algo por ela, eu quero ser alguém! — Akihiko disse alto.
– Você pode esperar, Aki. — Lucien se levantou e tocou o ombro do irmão, mas foi rebatido.
– E por que você não pode esperar? Por que tem sempre que fazer ela chorar? Por quê toda essa obsessão por ficar mais forte? — Akihiko gritou.
– Porquê... é o meu destino, Aki. — Lucien rebateu.
– Não! Não existe essa droga de destino! Se existisse, você acha mesmo que a vovó teria morrido? Era o destino dela ser assassinado pelo pai do papai? — Akihiko chorava. Rintarou estava paralisado.
Todas as coisas que Akihiko dizia passavam pela cabeça de Lucien, ele era apenas uma criança, não deveria estar preocupado com isso. Elize e Rintarou nunca colocaram pressão nos meninos, e então, lá estavam eles, se cobrando o dobro por cada passo que davam. Rintarou levantou a cabeça e viu Elize parada lá, ela olhava-lhe com tristeza, assim que ela deu um passo para ir até o quarto ele segurou o braço dela. Algumas coisas você não deveria interferir, e ele sabia disso, era hora de deixar que eles tomassem algumas decisões sozinhos.
Foi então que eles ouviram o barulho de um soco, ele não foi revidado, um silêncio se instalou. O coração de Elize estava acelerado, até novamente eles começarem a ouvir a voz de Akihiko.
– Eu ainda sou fraco, Lucien, mas eu não estou tentando forçar a merda do meu corpo para ser o melhor, e você sabe o por quê? — Akihiko enxaguou as lágrimas.
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𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔
Storie d'amore• art credits: @jijiooe (twitter) "Agora que eu experimentei, acho que eu sufocaria, por cada segundo que você não está ao meu lado. Mas agora estou preso no portão da propriedade de Lúcifer. Eu me apaixonei por uma garota que conheci no inferno." E...
