55

512 68 33
                                    


Após o susto Elize estava sentada perto da enorme janela, ela observava os rapazes mais jovens que eram filhos de alguns "parceiros" de Eric "brincando de luta", eles se empurravam e riam, vez ou outra pulavam nas costas uns dos outros e por aí vai. Ela percebeu que um deles a encarava de volta, ele tinha os olhos arregalados enquanto a olhava, então ela apenas desviou o olhar.

Verona adentrou a sala onde Elize estava, dizendo que Luca havia ido para Veneza contatar os pais e só voltaria no dia seguinte com os mesmos. A morena assentiu, enquanto suspirava, não sabia como encarar os pais de Stephen depois de tudo o que aconteceu.

A ruiva tentou mudar de assunto, dizendo que gostaria que um dia Elize conhecesse seu irmão William, a garota disse que seria um prazer e então elas falaram sobre irmandade. A morena não sabia bem como era isso, afinal, nunca teve irmãos. As vozes ficaram mais altas, muitas gargalhadas de homens velhos, as quais Verona disse que não gostava e fez uma careta.

– Eles são só crianças. — Elize começou.

– Quem? — Verona franziu o cenho.

– Aqueles garotos lá fora. — Elize puxou um pouco a cortina.

– Oh, são mesmo. No entanto, eles meio que apenas estão só seguindo passos. — Verona deu de ombros.

– Foi assim com o Stephen? — Elize olhou para a ruiva.

– Não... Stephen fazia faculdade, de gastronomia, você acredita!? Ele também tinha alguém antes. — Verona disse e viu Elize murchar.

– Ele tinha? Meu Deus... que droga, Verona! Eu acabei com a vida dele. — Ela puxou os próprios cabelos.

– Ele fez isso por vontade própria, afinal, Orlando nunca forçou nenhum de seus filhos a se juntarem a máfia. — Ela sorriu enquanto passava a mão em seu próprio braço.

Um tempo depois Luigi apareceu chamando Verona, ela afagou a cabeça de Elize, dizendo que ela não precisava ficar se afundando nesse sentimento de culpa. A mulher de orbes castanhas sentia o vento bater lentamente contra seu rosto, ela se levantou e se debruçou pela janela, colocando seu rosto para fora, mas ela se assustou quando viu três daqueles rapazes encostados na parede fumando, aparentemente escondidos.

A mulher de cabelos pretos os olhava fixamente, esperando que eles a percebessem, e assim que perceberam eles ficaram encarando de volta.

– Você é a Elize, não é? — Um rapaz de óculos a olhou.

– Sim, sou eu. E quem são vocês? — Ela perguntou.

– Opa, calma aí. Quem é você? — O outro interrompeu.

– Ela é a filha do Sr. Eric. — Rapidamente os outros congelaram.

– Você é a filha dele? Mesmo? — O garoto pareceu curioso.

– Bom, sim- — Ela foi interrompida.

– Elize, é hora da sua consulta. — Um dos seguranças disse e em seguida lançou um olhar frio aos rapazes.

Ela se despediu e saiu, o homem ainda mantinha a porta aberta para que ela saísse, e ele logo a seguiu. Elize perguntou se havia um jeito de ir para a sala ver o psiquiatra sem ver os "companheiros" do pai, o homem pareceu pensar um pouco e depois pediu para que ela o seguisse. Aquela casa era realmente enorme, ela poderia facilmente se perder ali, então eles passaram por vários corredores e subiram alguns degraus, chegando na  sala.

A morena se mantinha calada durante a sessão, ela mexia os dedos constantemente, até o psiquiatra começar a fazer algumas perguntas padrões, e ouvi-la dizer que a mesma não merecia uma segunda chance, que ela não merecia ser feliz após ter arruinado tantas vidas.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora