𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

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Elize estava sentada junto aos outros membros de segurança de Callan, eles jogavam cartas e conversavam, enquanto ela mexia no celular. Infelizmente ela podia ter algo público ainda, sem Instagram, aplicativos de bate-papo ou qualquer rede social que possa a expor. A morena constantemente sentia vontade de sair, mas sempre que ela colocava os pés para fora de casa parecia que o chão abaixo de seus pés iriam ceder.

– Elize? — Uma voz masculina.

– Sim? — Ela se levantou.

– Encontrei você. — Luca disse enquanto se aproximava e lhe dava um abraço apertado.

– Está tudo bem? — Ela perguntou.

– Sim, está. Eu só passei para ver você. — Ele riu.

– Fico feliz que esteja bem, Luca. Rita, seus pais e Vicente estão bem também? — Elize ainda segurava as mãos do moreno.

– Sim, eles estão. — Luca a olhava.

– E a Rosy? Eu queria tanto vê-la... estou com saudades. — Elize suspirou.

– Ela também está com saudades, e está bem. Vamos dar uma volta? — Luca estendeu o braço.

A morena assentiu e saiu com o mais alto. Luca falava sobre muitas coisas, ele era gentil e tinha um senso de humor único, ela dava risada das piadas que ele contava enquanto andavam pelo enorme jardim dos Constantine. Os dois avistaram Francesco debaixo do carvalho, ele estava sentado na mesa, olhando para o chão, pensativo.

De todos daquela casa, o único que não era tão próximo de Elize era Francesco, ele disse a Eric que não se aproximaria dela, pois ela poderia sempre acabar se lembrando de Hunter, e ele não queria isso.

– Está tudo bem, Francesco? — Elize perguntou.

– Hum? Sim, está. — Ele disse.

– Não parece. Tem algo acontecendo? — Luca concluiu.

– Vocês não precisam se preocupar com isso. — Francesco sorriu fraco.

– Por que você não olha nos meus olhos? — Elize perguntou.

– O quê? — Francesco permaneceu imóvel.

– Sabe, se é porque tem me- — Elize começou, mas foi interrompida.

– Não... é que eu não consigo olhar para você depois de tudo o que o meu irmão te causou. — Francesco disse.

– Vocês são pessoas diferentes, a única pessoa que precisa de sentir culpada aqui é ele e não você, Francesco. — Elize tocou o ombro dele.

– Ela tem razão, Francesco. Além disso, você é muito querido por todos aqui, principalmente pela minha irmã. — Luca sorriu.

– Obrigado... — Ele permaneceu de cabeça baixa.

Elize não queria, mas ela sempre acabava se lembrando de Kenma também, por mais que Francesco fosse completamente o oposto do meio loiro, ambos os trabalhos eram iguais. A morena se sentou ao lado dele, ela fechou os olhos por alguns segundos, mas logo os abriu, pois, sempre que os fechava, uma memória ruim a atingia, mas ela disfarçava.

Marcas em seu coração que jamais seriam apagadas.

[...]

– Então está tudo bem? — Ele perguntou.

– Sim, ela já conseguiu se adaptar. — Francesco disse.

– Que alívio... fico feliz em saber disso. — Kenma sorriu.