Elize estava jogada no sofá, a cabeça para jogada para trás enquanto seu corpo tentava relaxar, mas nada daqui funcionava. Um homem apareceu um tempo depois, ele estava acompanhado de Eric, o mesmo disse que Kite estava fora de perigo, mas como havia perdido muito sangue ele ficaria pelo menos uns dois ou três dias "em coma". A morena suspirou, sentindo o pai afagar sua cabeça, logo eles foram saindo e Luca surgiu, ele tinha as mãos enfiadas nos bolsos.– Você precisa descansar. — Luca disse enquanto se apoiava no corrimão.
– Estou bem. — Elize disse fria.
– Elize, você sabe que pode se abrir comigo, certo? — Luca a olhava.
– Preciso beber. — Ela se levantou e foi até a pequena mesa com whiskies e escolheu qualquer um.
– Ei... — A mão de Luca pousou no ombro dela.
– Eu não quero passar por isso de novo, Luca. Não quero ver todos eles morrerem! Não quero ver você ou Callan morrendo! Não quero que meu pai e Rosy morram! — Elize deu um enorme gole na bebida.
– Não vamos morrer. Escute, você tem que descansar. — Luca pegou o copo da mão dela e devolveu a mesa e a acompanhou até o quarto.
– Obrigada, Luca. — Ela segurava a mão dele.
Luca não gostava de se aproveitar de momentos assim, se sentia culpado por ocasionalmente sempre estar por perto quando Elize estava frágil. O moreno sentiu uma das mãos dela tocar seu rosto, ele se manteve parado, apenas encarando o rosto dela, ela era linda. As luzes da lua pareciam deixá-la ainda mais bonita. Quando o De Angeles mais velho deu por si ele já estava beijando a morena, provando o gosto doce e viciante que ela tinha.
Elize segurava os cabelos dele com força, por um momento em sua mente imagens de Suna e Stephen começaram a passar e ela separou o beijo, mantendo seus olhos fechados. Luca tentou se afastar quando ela segurou o colarinho dele e apertou.
O moreno fechou o espaço que havia entre eles com um beijo que logo foi retribuído. Os dois foram tropeçando até a cama, onde a morena subiu no colo do mais velho. Luca olhava para Elize com devoção, agora ele sabia o que Stephen queria dizer com "ela é diferente". Elize se separou do beijo e abriu os olhos e por um momento ela viu Stephen, era como estar o vendo pela primeira vez, seu estômago se revirou quando ela se lembrou de tudo aquilo. A mulher saiu de cima de Luca e ele a olhou confuso.
– Sinto muito. — Elize disse baixo.
– O quê? Por quê? — Luca perguntou nervoso.
– Não consigo fazer isso... não agora. O seu irmão- — Elize parou quando viu Luca se levantar.
– Ele está morto, Elize. É difícil pra mim também, acredite, mas em algum momento terá que aceitar a morte dele. Não pode ser noite para sempre. — Luca disse e se ajoelhou perto dela.
– Nunca vou superar ele, nunca vou me esquecer do rosto dele. Stephen me amou sem ao menos esperar algo em troca, ele morreu por mim. — Elize o olhou.
– Você não precisa se forçar a transar comigo. Eu só quero que você fique bem, Elize. — Luca tocou o rosto dela.
– Sinto muito, Luca... você e eu, nós dois... isso nunca daria certo. Você iria sofrer ao meu lado, iria se culpar pela minha falta de comprometimento e pior... eu sempre iria lembrar do seu irmão. — Elize se levantou e foi para o banheiro.
Luca ficou para trás, no chão frio, ele sabia que jamais poderia ter o coração dela, mas ele não sabia que isso poderia doer tanto. O moreno engoliu seco, sentindo o choro vir, mas que ele logo rejeitou. O De Angeles mais velho saiu do quarto de Elize e fechou a porta atrás dele, ele queria ter deixado seu amor atrás daquela porta também, pois ele jamais deveria amar aquela mulher. A mulher de cabelos pretos olhou para o espelho, ele puxava o ar com força, seus olhos estavam arregalados e sua garganta doía.
O grito que saiu de sua garganta foi ouvido por todos daquela casa, a dor que ele transmitia fez o coração de Eric tremer. Elize gritou não por Luca. Não por Stephen. Não por Suna. Aquilo foi por ela, por quem um dia ela já foi e que agora não era mais.
[...]
– Kite, que bom que você acordou! — Elize tocou a mão do homem.
– Pensamos que você não iria durar. — Cobra disse e logo recebeu um peteleco de Verona.
– Quem é você? — Ele olhou para Elize que se afastou.
– Não... Oh, Deus! Kite... — O rosto dela estava em confusão.
– Quem são vocês? Por que eu estou aqui? — Kite estava desesperado.
– Está tudo bem, Kite! Você está em um hospital na Itália. Esta pessoa aqui é a Elize, vocês são amigos. — O médico responsável por ele disse.
– O que aconteceu comigo? — Kite perguntou.
– Você tomou- — Cobra começou, mas Elize o interrompeu.
– Você escorregou e bateu a cabeça. Foi uma pancada feia, então você não se lembra. — Ela sorriu triste.
– Minha cabeça dói... — Ele gemeu ao colocar a mão na testa.
– Descanse, Kite. Eu voltarei para ver você mais tarde. — Elize segurou a mão dele e saiu.
Ao lado de fora ela levou a mão a boca, enquanto tentava não chorar. Se Kite não se lembrava dela, ele não poderia dizer nada sobre Stephen, Wade e Hunter. Callan se aproximou se Elize e a abraçou, trazendo o corpo dela para seus braços. Verona saiu da sala olhando com tristeza para os dois, era realmente difícil saber que aquele era o estado em que Kite se encontrava no momento.
O médico se aproximou deles enquanto segurava o prontuário de Kite. Ele tocou o ombro de Elize e deu um meio sorriso.
– Acredito que seja uma amnésia global transitória. A amnésia global transitória é uma perda súbita e temporária da memória para eventos durante, após e, por vezes, antes do evento que causou a amnésia. Ela pode ser passageira. — O médico disse.
– Mas ele pode ficar assim para sempre também, não é? — Elize perguntou.
– Infelizmente sim. Bom, nós vamos pedir mais alguns exames e lhe daremos o retorno assim que possível, senhorita Constantine. Passar bem. — Ele saiu e ela suspirou.
– Vai ficar tudo bem, não se preocupe. — Callan sussurrou.
– Nada mudou, Callan. Eu ainda continuo machucando as pessoas ao meu redor. — Elize riu sem vontade.
– Isso não é verdade! — Callan disse rápido.
– Vamos embora? — Elize saiu.
Lá fora havia Jeremiah, ele parecia um pouco nervoso e assim que Elize adentrou o carro e ele disse haver alguém a esperando em um restaurante perto dali. A morena olhou para Callan que tirou a arma da cintura e checou o pente e o recarregou. Os dois não conversaram muito durante o percurso, pois realmente não havia muito o que se falar ali. Ao chegarem ao restaurante ambos desceram e adentraram o estabelecido.
Os olhos de Elize varreram o local e logo ela percebeu uma mulher sentada sozinha em uma mesa, era Lana, a mesma ainda não havia percebido a morena, mas assim que a avistou ela sorriu.
– Lana! Minha nossa, quando foi que você... — Elize parou de falar quando a mulher se levantou.
– Grávida!? — Callan a olhava com surpresa e, ao mesmo tempo pena.
N/A: Saudações, queridos leitores! Como vocês estão? Espero que a resposta seja positiva! Bom, eu não se alguns de vocês sabem mas eu ingressei na faculdade recentemente e pode ser que eu acabe atrasando um pouco com alguns capítulos, mas apenas quando tiver trabalho ou provas. Atualmente eu quero focar um pouco em mim, não deixando isso aqui de lado, é claro!
Eu agradeço por todo o engajamento e nós já estamos quase com 40k, ainda falta um pouco mas já foi um longo caminho até aqui! Eu agradeço de coração a todos que leram ou que ainda lêem twg e estão acompanhando Elize em suas aventuras fatídicas!
Logo esse livro fará um ano e isso me deixa imensamente feliz. Agora falando sobre o capítulo! Nós já temos muita merda acontecendo e com essa bomba não seria diferente, eu quero que vocês forem suas próprias conclusões a partir daí.

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𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔
Romance• art credits: @jijiooe (twitter) "Agora que eu experimentei, acho que eu sufocaria, por cada segundo que você não está ao meu lado. Mas agora estou preso no portão da propriedade de Lúcifer. Eu me apaixonei por uma garota que conheci no inferno." E...