𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

08

• O diálogo a seguir será italiano.

Eric era um mistério, poucas pessoas já haviam visto esse homem, ele poderia estar até mesmo morto e ninguém nem sequer desconfiava. Uma conta bancária absurda, solteiro e, ao que se sabe nunca foi casado e/ou teve filhos, 50 anos de idade, nativo italiano e com o mundo na palma das mãos. Ele era temido por muitas pessoas, dentro e fora do continente europeu.

Seus grupos eram separados e em países que ele tinha fluência ou "empresas", havia sempre alguém dele lá, seus líderes eram escolhidos a dedo pelo próprio, seu homens eram marcados, alguns tinham números, outros apenas uma pequena tatuagem perto da orelha. Sua marca registrada era a morte, se você deve algo a ele, pague ou morra. Era simples assim.

– Ele está lá dentro, senhor. — Disseram.

– Obrigado. Há quanto tempo, Stephen. — O homem de cabelos loiros e olhos verdes disse.

– Sim, faz um tempo, não é, Hunter?! — Stephen se levantou e abraçou o outro.

– Como você está, irmão? — Hunter segurou o rosto de Stephen.

– Estou bem, e você? — Stephen sorriu.

– Melhor agora sabendo que finalmente iremos retornar. — Hunter se afastou e se sentou na poltrona de couro e cruzou as pernas.

– Hunter, vamos com calma, Elize ainda não está preparada pra isso. — Stephen coçou a cabeça.

– Como não? Francis te deu tempo o suficiente para que você se aproximasse da menina, Stephen. — Hunter tirou as luvas que nem chegavam a cobrir seu torço da mão.

Stephen se manteve calado, Francis era o cara que foi escolhido por Eric para comandar a máfia italiana em LA, mas Hunter era alguém da elite, ele raramente saía da Itália, mas com a máfia japonesa envolvida ele teve de sair da sua zona de conforto para massacrar algumas pessoas.

Ele era temido por muitos, era um líder nato, tinha uma personalidade fria e egocêntrica, além de ser um manipulador surpreendente. Ele foi adotado ainda jovem pela família Martini, que tem grande poder e é aliada de Eric, assim como a família de Stephen, os De Angeles.

– Se lembra de Satori Tendou? — Stephen olhou para o loiro.

– Vagamente, o que tem ele? — Hunter mantinha um pequeno sorriso no rosto e o olhar baixo.

– Ele é dono de um estúdio de tatuagens por aqui, é bem conhecido até. Elize trabalha lá, ela criou uma ligação bem forte com ele, assim como alguns caras da máfia japonesa. — Stephen disse calmamente.

– Stephen... — Hunter fechou os olhos.

– Eu não podia tirar ela de lá, Hunter! Satori deu a ela conforto familiar, e o Kozume é amigo de infância dela! Além do mais, o Bailey morreu, ela já estava fodida o suficiente! — Stephen começou a dizer rápido.

– O Kozume? Você deixou o Kozume se aproximar? Stephen, nós não compactuamos com esse tipo de gente! Eles são a ralé, entende? Nós pisamos neles, e sobre o Bailey, as vezes precisamos fazer sacrifícios. — Hunter se levantou.

– Sacrifícios? Você acha que ele foi um sacrifício!? Ele nem mesmo teve a chance de lutar, porra! Ele estava desarmado, Hunter. — Stephen colocou as mãos na cabeça.

– E daí? A sua missão não era fazer amizades com ele ou qualquer outro, era simplesmente recuperar a menina! — Hunter se aproximou e deu um tapa na mesa.

– Que merda você tá falando? Elize é uma mulher, Hunter! Ela é adulta e tem direito de escolher o que quer, entendeu? — Stephen olhava no fundo das orbes verdes de Hunter.