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Elize levou Rosy ao haras, junto de Callan e Luca, Francesco não pôde ir, pois havia um trabalho que acabou surgindo de última hora. Eric e Luigi não puderam ir, eles estavam muito ocupados com o assunto da festa e também com Mattia, que a cada dez palavras, nove delas eram alguma merda.

– Senhor Callan! — Uma voz feminina chamando por ele.

– Oi. — Callan respondeu seco como sempre.

– Olha! Olha! — Rosy disse enquanto puxava a mão de Elize.

– Elize, você pode se trocar ali. — Callan disse e Elize o lançou um olhar sacana.

– Olá, eu sou Elize. — A morena disse enquanto se aproximava da garota.

– Eu me chamo Aimée. — Elas apertaram as mãos.

– Veja, tio Luca! — Rosy gritou apontando para os cavalos.

– Estou vendo, princesa. — Ele riu.

A garota olhava para Callan de um jeito diferente, mas ele não estava muito interessado, ou apenas fingia não estar. Elize franziu o cenho e deu uma cotovelada no moreno que a olhou confuso, ela fez um sinal, mas o homem não parece entender muito bem o que havia acontecido. Elize deu peteleco na cabeça dele, fazendo Callan passar a mão no lugar, os braceletes agora estavam bem visíveis.

Aimée teve uma impressão errada, a primeira coisa que ela pensou foi que Callan e Elize estavam juntos, que eram um casal.

– Vamos, amor, temos que nos trocar. — Elize disse enquanto pegava Rosy no colo.

– Vamos andar a cavalo?! — Rosy ergueu as mãos.

– Sim, nós vamos. — Elize sorriu.

– Eu posso lhe ser útil? — Aimée andava ao lado delas.

– Oh, bom, se não for incômodo você poderia ajudar a minha filha enquanto eu me troco? — Elize perguntou.

– Claro, sem problemas! — Ela sorriu.

– Queria que o papai estivesse aqui. — Rosy disse.

– Eu também. — Elize sorriu triste.

– Eu não quero ser intrometida, mas já sendo... Bom, a senhorita e o Ca- digo, senhor Callan estão juntos? — Ela não olhou nos olhos de Elize.

– Não. Callan é um amigo, ele é meu segurança particular. — Elize a olhava.

– Oh... — Ela prendeu os cabelos de Rosy.

[...]

Ele andava de um lado para o outro, estava sem camisa, mostrando uma tatuagem recém-feita, que consistia em uma enorme cobra em suas costas. Haviam novas cicatrizes, os olhos mais frios e escuros, suas mãos estavam sujas de sangue, enquanto havia um homem nu amarrado em uma cadeira em sua frente. O moreno parecia não mostrar piedade alguma enquanto fazia um questionário e apontava a faca para os olhos do outro.

– Me diga onde ele está. — Ele mandou enquanto soltava a fumaça no rosto do "refém".

– Eu não sei... Eu juro... Me deixe ir... — O homem chorava.

– Sabe que se mentir eu vou matar você, não é? — Ele tombou a cabeça para o lado.

– Estou te dizendo cara... Eu não sei de nada! — Era madrugada e o sol já estava quase saindo.

– Já chega! Rintarou, por favor. — Uma voz grave soou.

– Você é mole. — Rintarou ergueu o tronco apagou o cigarro no rosto do homem amarrado.

– Você vai morrer assim que o primeiro passarinho cantar lá fora. É um canto lindo. — Daisuke segurou o rosto do cara enquanto Rintarou dava a volta.

– Eu jur- — Ele não conseguiu terminar, pois Rintarou havia atirado na cabeça dele, fazendo o sangue espirrar no rosto do irmão.

– Eu ouvi o passarinho cantar. — Rintarou enfiou a arma no cós das calças e saiu pegando sua jaqueta.

– Rintarou! Ei, Rintarou! — Daisuke segurou o braço do mais novo.

– Não enche, valeu!? — O homem de olhos verdes oliva o encarava.

– Não é assim que nós resolvemos as coisas por aqui, irmão. — Daisuke disse.

– Mas é assim que eu resolvo as coisas. — Rin deu as costas e se foi.

Suna saiu dali e entrou em seu carro, jogando as coisas para o banco de trás, ele bateu a cabeça no volante, enquanto suspirava, em seguida ele gritou, enquanto batia, ainda, no volante. Rintarou estava um caco, e mesmo que todos soubessem disso ele estava agindo como se nada daquilo realmente o afetasse. Ele pesquisou o número de Atsumu, mas desistiu de ligar todo depois.

Uma rolagem pelo celular e ele encontrou fotos de Elize, ela com o gatinho o qual ela nomeou de Shino uma vez, e também alguns vídeos que ele tinha.

Por mais que ele tentasse fazer algo, era difícil, tudo o que ele fazia lembrava ela. Principalmente quando ele arrendou o apartamento que era dela, e recebia constantemente a visita de Shino. O telefone vibrou e ele viu o nome de Kita, ele não atendeu, assim como não atendeu Kenma, Issei, Ulrich e Aran. Três batidas no vidro e ele despertou de seu transe, vendo seu irmão na janela.

– Ei, não fica assim. — Daisuke colocou a mão no ombro do irmão.

– Dá um tempo. — Rintarou o olhou com desdém.

– Eu sei que você tá assim por causa da- — Daisuke parou de falar quando Rin levantou a mão.

– Não. Para com isso. Eu não preciso que você tenha pena de mim, não preciso que dê uma de irmão mais velho preocupado agora. — Rintarou o encarava.

– Mas eu estou preocupado, Rin. — Daisuke riu fraco.

– Ah, é? E onde você estava quando ele estava me matando? Onde você estava quando eles ferraram a porra da minha vida e tiraram a minha mulher de mim? — Rintarou gritou e Daisuke arregalou os olhos.

– Rin... eu sinto muito! Eu realmente sinto muito! — Daisuke disse em desespero.

– Quer saber? Deixa pra lá. Eu nunca deveria ter voltado. Isso é culpa minha. — Rintarou se virou para frente.

– Não, isso não é culpa sua. Rin, se eu soubesse que isso iria acontecer... se eu soubesse. — Daisuke abaixou a cabeça.

– Para com isso. Para com a porra desse teatrinho... Eu pensei que você estivesse morto, porra! Entende isso?! — Rintarou sorriu sem vontade.

– Eu precisava... Eu precisava manter a- — Rintarou riu quando Daisuke começou a falar.

– Blá, blá, blá... Você tinha que manter a sua esposa a salvo. Mas e quanto a mim? E quanto a Elize que foi levada? E quanto a minha garota? Você me matou. — Rintarou deu uma risada anasalada.

Daisuke olhava para o irmão mais novo, e para o homem frio que ele havia se tornado, para o monstro que crescia dentro dele. Aquele não era mais o garoto que o Suna mais velho conhecia, aquele não era mais o Rintarou com quem ele costumava brincar. Daisuke sabia de tudo, mas ele não havia contado nem metade das coisas que ele sabia para Rintarou, então mais uma mentira a cercava os Suna.

Rintarou passou a língua no canto da boca e balançou a cabeça, ele fez um sinal com a mão para que o irmão se afastasse do carro, então ele acelerou e saiu dali, os pneus cantando enquanto ele virava a esquina.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora