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Elize olhou para Callan e coçou a bochecha levemente, abrindo um sorriso, fazendo o moreno ao seu lado franzir as sobrancelhas. A mulher arrumou o sobretudo e abriu a porta, fazendo os dois lá dentro rapidamente pararem, Elize os olhou de cima, ela estava no topo. A mulher acendeu um cigarro enquanto via os dois se afastarem e pegarem suas roupas com pressa.

– Desculpe, titio, eu não queria atrapalhar a sua transa com... a ex noiva do pai da minha filha. No entanto, precisamos conversar. — Elize soltou a fumaça para cima.

– Você não pode simplesmente vir aqui e pensar que manda! — Cynthia gritou enquanto se escondia atrás da mesa.

– Amor, sou eu quem manda aqui. Aliás, qual a dificuldade em trancar a porta? Ninguém quer ver vocês transando. — Elize soltou a fumaça pelo nariz dessa vez.

– Elize- — Mattia começou.

– Vamos rápido, essa sala está fedendo a sexo. — Ela deu as costas e saiu.

Callan a olhou com um sorriso enquanto balançava a cabeça. A morena ergueu a cabeça enquanto colocava um braço por cima do outro, tomando cuidado com o cigarro. Não demorou muito para que Cynthia saísse, ela tinha um curativo no nariz, fazendo Elize torcer os lábios em um sorriso enquanto a olhava de cima a baixo como se ela fosse uma vagabunda, e talvez fosse. Mattia apareceu logo depois arrumando os cabelos, os jogando para trás.

Ele pediu-lhes para que o acompanhassem até outra sala, assim como Elize havia instruído. Assim que chegaram lá, a expressão no rosto da morena mudou, dando lugar a uma fria e sem muita emoção.

– Vamos ao que interessa. Por que diabos você não disse que Kite estava aqui? — Elize disse enquanto o homem em sua frente se sentava.

– Era só o que faltava! — Cynthia riu e Elize fez um sinal de silêncio.

– Enquanto eu estiver falando, é melhor que mantenha essa sua boca imunda fechada, ou você vai ganhar muito mais que eu nariz quebrado. Capiche? — Elize a olhou de relance.

– Cynthia, é melhor sair. — Mattia disse.

– Não vou sair! — Ela bateu o pé.

– Eu não ligo se ela fica ou não, sua presença não vale de nada. Agora quero saber do Kite. — Elize jogou as cinzas do cigarro na mesa dele, enquanto se sentava.

– Ele estava vinculado a Hunter. Eu não- — Mattia começou, mas logo foi interrompido.

– Não é você quem toma decisões aqui, Mattia. Kite me tirou de lá, e isso basta. — Elize tinha o antebraço esquerdo erguido com o cigarro entre os dedos.

– Por que você está tentando livrar a pele de bandidos? — Mattia a olhou.

– Bandidos? Não me faça rir! O que porra nós somos, Mattia? Somos os malditos italianos que detonam tudo. — Elize fez um french inhale.

– Você está diferente, Elize. — Mattia riu.

– Uma pena que não posso dizer o mesmo sobre você. — Ela mais uma vez fez as cinzas caírem, mas dessa vez no copo de whisky de Mattia.

Callan olhava para os dois com certa repulsa, ele sabia bem o que cada um ali representava, mas Elize estava no topo da cadeia alimentar naquele momento, e ele sabia que eles queriam o lugar dela. Os olhos dele varreram toda aquela sala, ele não deixou de olhar para Cynthia, no momento era ela quem o deixava preocupado. O rosto de Mattia se tornava cada vez mais raivoso, ele estava em seu limite com a morena que internamente ria daquilo.

Cynthia, por outro lado se mantinha quieta, ela olhava para Mattia com certa preocupação. Callan estava com o dedo no gatilho para qualquer coisa.

– Quero vê-lo. — Elize disse.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora