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O caminho parecia tão longo, as lágrimas pareciam infinitas agora, era irônico como ela desejava ficar mas ao mesmo tempo sentir que já não permanecia maia àquele lugar. Ela viu Verona no banco da frente ao lado do motorista, ela falava com alguém ao telefone, era italiano, e por mais que ela pudesse entender, ela não queria saber daquilo. Seu braço latejava agora, estava toda dolorida, queria deitar a cabeça no travesseiro e poder dormir, mas sentia que aquilo era impossível agora.

Olhou para o lado de fora, as árvores passando rápido, ela apertou os lábios, queria tanto entender os motivos de Rin, o amou tanto por nada. Seu mundo parecia cair agora, desabamentos em cima de seus ombros cansados.

– Fique tranquila, Elize. Estamos com você agora. — A ruiva sorriu.

– Sim. — Ela disse baixo.

– Nós só voltaremos para a Itália depois de amanhã, precisamos saber como seu corpo está ainda. — Ela disse simplista.

– Entendo. Você pode me dizer o que vai acontecer com o Ruy? — Elize a olhava.

– Quer que ajudemos ele? — Ela perguntou.

– Sim, por favor. — Elize disse.

– Tudo bem. Vou pedir para Francesco levá-lo. — Verona se virou novamente para a estrada.

– Obrigada. — Elize abaixou a cabeça.

– Sem problemas. Tente dormir um pouco, sim? — Verona disse.

O balançado do carro fez com que ela conseguisse dormir, mesmo que vez ou outra acabasse se lembrando de Stephen, odiava pesadelos. Enquanto a garota dormir no banco traseiro Verona a olhava com pena, ela sabia como Elize era importante para Eric e Luigi, sabia como eles estavam aflitos por não poderem ir buscá-la. A ruiva suspirou, ela pediu para que o "motorista" parasse em algum hotel mais próximo, e assim ele fez, logo outros carros foram parando.

Elize ainda dormia enquanto a mulher entrou no banheiro e trocou de roupa, para ficar mais apresentável para a recepcionista. Luca olhou para a morena no banco de trás e mesmo que seu coração estivesse em pedaços agora, ele sorriu pequeno vendo o rosto sereno dela, era isso que Stephen queria.

Após conseguir as vagas um deles foi até o carro e abriu a porta, tirando Elize de lá de dentro. Verona e a morena dividiriam um quarto, então assim que a garota foi colocada na cama a ruiva se aproximou e cobriu o corpo dela, enquanto passava a mão lentamente nos cabelos dela. Verona não via nada mais que uma criança assustada adormecida ali, não sabia como ela conseguiu continuar viva por todo esse tempo, qualquer outra pessoa teria se matado.

[...]

Meio dia antes de viajarem Verona foi conversar com Kenma, lá ela pediu todas as coisas que fossem importantes para Elize, para que ela pudesse embalar e levar, o meio loiro concordou e juntou tudo dentro de uma caixa organizada. Quando ela estava saindo ela viu Suna em um canto, ele tinha os olhos bem abertos, como se estivesse espantado ou algo assim. Ela viu ele engolir o whisky como se fosse água, as mãos um pouco trêmulas, alguns cortes pelos rosto e o pé batendo sem parar no chão.

– Ela vai ficar bem. Eu prometo. — Verona disse.

– Sei que sim. Ela vai poder estar com o pai agora. Ver ela bem e feliz é tudo o que eu quero. — Kenma disse.

– O cara daquele dia está bem? — Verona se referia a Bokuto.

– Está sim. Obrigado. E a Elize? Como ela está? — Kenma perguntou e o silêncio se fez.

– Ela quebrou o braço e algumas costelas, mas fora isso está bem. No entanto, Elize vai precisar de muito acompanhamento, as coisas pelas quais ela passou não foram boas. — Verona disse.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora