𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

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Elize havia acabado de sair do banho, ela estava com o hobby ainda, sentada na cama, passando as mãos com pressa pelos cabelos molhados enquanto olhava fixamente para os dois traços vermelhos, sinalizando o que ela não esperava e muito menos queria. Havia uma semana que ela chegou de viagem com Stephen. Em seguida a porta sendo aberta com brutalidade, relevando uma Rosy animada junto de Callan, com o barulho da porta ela se assustou e jogou o palito para o alto, que acabou caindo próximo aos pés de Callan.

– O que é isso, mãe? — Rosy ia tocar quando ela gritou.

– Não! Não toque nisso, Rosy! — Elize disse e Rosy a olhou.

– Desde quando? — Callan a olhou.

– Eu não sei... uma semana, talvez. — Elize se encolheu e recolheu o teste.

– Ele já sabe? — Callan perguntou.

– O que é isso? — Rosy perguntou.

– Rosy, meu bebê, isso não- — Elize começou, mas foi interrompida.

– Você vai ter um bebê? — Rosy perguntou entusiasmada.

– Escute, princesa, você não pode contar a ninguém, ok? Pode me prometer isso? — Callan se abaixou e segurou os ombros dela.

– Mas por quê? O papa- o tio Stephen vai ficar feliz, o vovô também, eu estou feliz! — Rosy fez uma cara triste.

– Bom, sua mãe ainda precisa de um tempinho, querida. Ter um bebê não é fácil, sabia? Leva tempo e você precisa de muita paciência. — Callan sorriu para a pequena.

– Tudo bem! Eu prometo! — Rosy disse firme e sorridente, sabendo que aquilo não era uma promessa que ela poderia quebrar, nunca.

– De dedinho? — Callan estendeu o mindinho.

– De dedinho! — Ela fez o mesmo.

– Essa é a minha garota! Agora, por que você não comer aquele bolo de chocolate que você tanto queria? Aposto que o Cobra já chegou com ele. — Ele disse e ela correu para o andar de baixo após beijar o rosto da mãe.

Callan então se virou para a amiga que tinha um sorriso forçado no rosto, mas que se esvaiu quando Rosy saiu. Elize certamente não queria um bebê agora, ela sabia dos riscos, mas não se lembrava de quando isso aconteceu, talvez na viagem, eles fizeram amor muitas vezes, mas eles estavam se protegendo, ou era o que ela achava. A morena foi até o banheiro e se livrou do teste, enrolando ele em um absorvente que estava na gaveta, ela lavou as mãos e voltou.

O moreno se aproximou e passou a mão nas costas dela. Callan não tinha ideia do que era passar por aquilo, mas ele jamais deixaria Elize na mão independente da situação. Essa foi a promessa deles.

– Não estou pronta, Callan... — Elize disse chorosa.

– Tudo bem, Elize. — Ele tentou um dos seus melhores sorrisos por ela.

– Não era pra isso ter acontecido, é tudo culpa minha. — Elize abaixou a cabeça.

– Acidentes acontecem, o importante agora é você decidir o que vai fazer, Elize. Além de contar a Stephen a sua decisão. — Callan beijou a têmpora dela.

– Estou com medo, Callan... olha só, a minha barriga já está aparecendo. — Ela se levantou e afastou o hobby, mostrando apenas a barriga.

– Nem dá pra perceber, Elize. — Callan riu divertido.

– Claro que dá! Olha isso... Oh, meu Deus! — Ela amarrou o hobby novamente e se jogou na cama.

– Sabe que independente da sua decisão, eu vou estar aqui, certo? — Callan disse enquanto saía.