Demorou um tempo para que Elize realmente pudesse processar o que estava acontecendo, mas ela logo sorriu e foi até a mulher de 1,75 e a abraçou, tomando cuidado com sua barriga. Lana tinha um sorriso brilhante, enquanto seus olhos estavam transbordando. Callan via a mulher de cabelos castanhos soluçar no ombro de Elize de uma forma desesperada.Quando ela finalmente se afastou não pôde deixar de notar a expressão abatida no rosto de Elize.
– Você está bem? — Lana tocou a mão da amiga.
– Sim, eu estou. Você não havia me dito que estava grávida. — Elize se sentou.
– Eu não quis assustar você, mas acabei fazendo isso, de qualquer forma. — Lana a olhava.
– Lana, senti sua falta também, mas... tem que me responder uma coisa. Esse bebê, o seu filho, ele é filho do Hunter? — Elize perguntou receosa.
– Sim, ele é. Nunca mais eu o vi, ele sumiu do mapa. A última vez que o vi, foi há seis meses, ele estava desesperado, dizendo que seus amigos haviam morrido. — Lana dizia triste e Elize ficou imóvel.
– Elize? — Callan tocou o ombro dela.
– Oh, é mesmo? E o que mais ele disse? — Elize se fez desentendida.
– Bom, disse que havia um grande trabalho. Nós... você sabe. Depois disso, tudo sobre ele havia sumido. — Lana olhou pela janela.
– Entendo. Enfim, você tem onde ficar? — Elize perguntou.
– Ainda não, mas deve haver um hotel por aqui. — Lana voltou a comer.
– Minha casa está de portas abertas para você e o seu bebê. Falando nisso, vamos pedir a conta e ir direto para casa. — A morena olhou para o garçom e levantou o dedo.
Quando Elize pagou a conta ela viu Lana acariciar a barriga, ela parecia feliz. A morena já havia imaginado uma vida assim antes, mas estava e sempre esteve fora de cogitação. No entanto, ela tinha Rosy. Assim que eles adentraram o carro a mulher de cabelos castanhos começou a falar sobre a gravidez, e em como ela queria que Hunter participasse disso e automaticamente Callan se lembrou de Rita e Vicente.
Quando o carro foi entrando na propriedade dos Constantines Elize viu Orlando e Maria com Vicente e Rosy, eles haviam acabado de chegar para deixar a pequena Rosy.
– Mamãe! — Rosy gritou ao ver a morena e correu até ela.
– Olá, meu amor! — Elize se abaixou e a ergueu no ar, logo enchendo o rosto dela de beijinhos.
– E eu não ganho abraço? — Callan perguntou.
– Tio Callan! — Rosy praticamente se jogou nos braços do outro.
– Bem-vindo de volta, princesa. — Callan sorriu e a colocou em suas costas.
[...]
Elize estava ao lado de Eric, Verona, Callan e Cobra, enquanto Lana falava sobre Hunter. A mulher de 1,75 havia conhecido Rosy e ficou encantada com a garotinha, mas ela ficou realmente surpresa com Eric e os outros. A Constantine mais nova não queria ser responsável por alguma complicação na gravidez da amiga de faculdade por isso resolveu contar a ela as coisas no dia seguinte, a deixando descansar o quanto poderia.
Mas Lana não era burra nem nada, ela havia percebido a semelhança entre Vicente e Hunter, mas ela realmente ficou estática quando viu Francesco, demorou um tempo até que ela voltasse a si.
As horas passavam tão rápidas para Elize, ela olhou para o lado da cama e viu Rosy dormindo tranquilamente. Tudo o que ela mais queria nesse mundo era que sua filha pudesse crescer sem preocupações e sem medo, mas quem mais tinha medo era Elize. A mulher se rastejou para fora da cama e cobriu a pequena e deu um beijo em sua testa antes de ir tomar um banho e fazer sua higiene matinal.
– Acordou cedo, querida. — Eric disse enquanto via a filha surgir.
– É, um pouco. — Elize beijou a bochecha dele e também de Luigi que estava ali.
– Está preocupada? — Luigi perguntou vendo a afilhada suspirar.
– Preciso contar uma coisa a vocês, eu estava esperando, mas isso já não me desce mais. — Elize foi até a mesa e os dois homens estavam prestando total atenção nela.
– Vicente e aquele bebê que Lana está esperando são filhos de Hunter. Não havia maneira mais suave de dizer isso, e eu não faço ideia de como dizer a Lana que o pai do filho dela fez coisas horríveis. — Elize puxou os próprios cabelos.
– Elize, isso que está dizendo é uma coisa muito séria. — Eric olhou para a filha.
– Eu sei... eu sei. — Ela jogou a cabeça para trás.
– Vai dizer isso a sua amiga? — Luigi perguntou.
– Eu queria, mas tenho medo que ela perca o bebê com tamanho choque e ‘stress’. — Elize os olhava.
– Fique tranquila, querida, você não está sozinha nessa. — Eric se levantou e a abraçou.
– E nem nunca mais vai estar. — Luigi tocou a não dela.
– Obrigada... — Ela sorriu pequeno.
O dia estava passando, era hora do almoço quando o assunto da mesa havia se tornado sobre Rosy e a futura geração, a garotinha de olhos caramelos sorriu largo enquanto sua boca estava suja com a sobremesa que haviam preparado. Elize sorriu e pegou um guardanapo e limpou o rosto da garotinha que olhou para a mãe com amor. Lana olhava para às duas e sentia seu peito esquentar, ela queria ter aquilo com Hunter, mas parte dela sabia que não poderia.
Mais tarde naquele dia, Elize pediu para conversar a sós com Lana e logo às duas estavam na sala de reuniões da casa. A morena antes de se sentar colocou um copo d'água na gente da amiga.
– E então? Sobre o que você queria conversar? — Lana acariciou a própria barriga.
– É sobre o Hunter, Lana... e o que eu vou te contar não vai ser nada bom. — Elize disse tristemente.
– Ele morreu...? — Lana perguntou nervosa.
– Ele matou, Lana. Hunter não é e nem nunca foi o que ele disse ser. Este homem é um assassino psicopata. — Elize disse ele viu o brilho no rosto da amiga sumir.
– O quê...? Elize, eu sei que ele tem muitos defeitos, mas matar? — Lana riu sem vontade.
– Ele não só matou pessoas queridas para mim, como também me sequestrou e me torturou por dias. — Elize se levantou e ergueu a blusa, mostrando as marcas.
– Elize... — Lana levou a mão a boca enquanto as lágrimas saíam.
– Sinto muito que saiba dessa forma. — Elize disse.
– Eu não posso acreditar nisso... todo aquele tempo, Elize! Todo aquele maldito tempo ele esteve mentindo para mim! Ele machucou você. — Lana se levantou.
– Isso não é culpa sua, Lana. — Elize tocou o ombro dela.
– Me diga uma coisa, Elize... aquele bebê de ontem, ele é filho dele também? — Lana se virou.
– Sim... — Elize disse baixo.
Lana olhava para Elize em busca de alguma negação vinda da morena, mas não obteve o que queria, ela apenas suspirou pesado, sentindo as lágrimas invadindo e seu coração quebrar. Elize abraçou a amiga que chorava sem parar. Ao lado de fora, Callan ouvia tudo atentamente, assim como Cobra que estava ao de fora perto da janela. Durante a noite naquele mesmo dia, Verona estava com às duas no quarto, ela perguntou se Lana já sabia o sexo do bebê e a mulher de cabelos castanhos disse querer que fosse surpresa.
A ruiva assentiu e sorriu, ela tocou a barriga da mulher ao seu lado e sentiu um chute do bebê, os sorrisos e gargalhadas não havia cessado ainda e já eram mais de 03h da madrugada. No entanto, aquilo jamais iria apagar o peso no coração de Lana, pois, assim como Elize, ambas tiveram seus corações partidos por seus respectivos amores.
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𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔
Romance• art credits: @jijiooe (twitter) "Agora que eu experimentei, acho que eu sufocaria, por cada segundo que você não está ao meu lado. Mas agora estou preso no portão da propriedade de Lúcifer. Eu me apaixonei por uma garota que conheci no inferno." E...