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Normalmente reuniões de última hora nunca eram solicitadas por outros líderes, mas com todos esses acontecimentos todo o globo ficou sabendo. O fato de Hunter ser alguém da máfia italiana e matar outros grupos de outras nações só acabou trazendo uma grande dor de cabeça para o moreno. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde isso viria à tona.

Um mês havia se passado desde a chegada de Elize, as coisas melhoraram em casa, mas pioraram lá fora. Michelangelo e Irene estavam desaparecidos, eles sabiam que as máfias vizinhas viriam atrás deles e isso causaria um grande alvoroço. Francesco também estava sofrendo com o descaso de seus antigos parceiros.

– Eles querem uma reunião. — Eric disse.

– Sinto muito por tudo isso. — Francesco o olhou.

– Nada disso é culpa sua, Francesco. — O moreno sorriu fraco.

– Então o que lhe preocupa tanto? — Luigi perguntou.

– Mattia. — Ele suspirou.

– Ele virá? — Verona perguntou.

– Sim... e eu temo que a segurança de Elize esteja comprometida enquanto ele estiver aqui. — Eric coçou a cabeça.

– Não se preocupe com isso, senhor. Nós não deixaremos que nada aconteça com Elize. Seremos seus olhos e ouvidos. — Jeremiah disse.

– Obrigado. — Eric segurou o ombro do rapaz de cabelos castanhos.

– Falando em Elize, onde ela está? — Luigi perguntou.

– Treinando com Callan. — Verona sorriu.

[...]

As mãos começavam a arder, enquanto a faixa fazia contato com a carne. Os punhos batendo com força no saco de pancada, enquanto Callan o segurava com força, para que ele não para trás e nem que ele voltasse para bater contra a garota. Os cabelos presos, o suor descendo por seu rosto enquanto os olhos dela mal piscavam. Callan teve de segurar com mais força com o último soco, que o fez ir para trás um pouco.

Elize suspirou, jogando a cabeça para trás, enquanto a fumaça saía de sua boca no ar frio. O corpo um pouco mais musculoso do que antes, as cicatrizes agora menos visíveis, ela deu as costas para o moreno e pegou a garrafa que continua água e jogou a outra para o amigo.

– Me mostre suas mãos. — Callan pediu.

– O quê? Por quê? — Elize franziu o cenho.

– Apenas mostre. — Callan a olhava.

– O que é? — Ela estendeu a mão e o viu desenrolar a faixa.

– Está vendo isso aqui? São feridas, possíveis futuras bolhas, você não pode usar só uma camada. Está tentando se machucar de propósito? — Callan desenrolou e colocou gelo.

– Claro que não. — Ela desviou o olhar.

– Está mentindo. — Ele disse.

– Não estou. — Elize olhou para os outros mais afastados.

– Se continuar assim eu não vou mais treinar com você. — Callan se sentou.

Elize o olhou incrédula, enquanto ele deu de ombros, ela suspirou, ele não estava errado, mas era um pouco sufocante, ela queria poder sentir queimar, talvez fosse doentio. Ela não sabia. Elize havia pedido a conta de quantas vezes ela já sonhou com Hunter, e na maioria deles ele a matava, ou ela o matava, deferindo socos no rosto do loiro, até que ele se acabasse engasgado em seu próprio sangue.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora