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Maria estava sentada no sofá da casa, ela olhava para a xícara de chá em suas mãos, enquanto Orlando estava fumando perto da janela. Seus peitos estavam apertados, ninguém sabia nada sobre o paradeiro de Stephen, Luca havia ido para a América e não deu notícias, já Rita, bom, ninguém sabia. Haviam exatas três grandes casas ali, sendo divididas apenas por algumas árvores, eram cercadas por grandes grades.

Uma delas era a casa de reuniões, onde Eric se reunia com suas potências, já as outras duas eram de Michelangelo e Orlando. A senhora De Angeles estava aflita, ela estava tão fraca, sentia falta de seus filhos.

Foi então que alguém bateu na porta com força, ela não esperou muito para poder abrir, seus olhos estavam arregalados, ela começou a chorar e abraçou o pescoço de Luca, que retribuiu o mesmo. Assim que ela abriu os olhos ela viu por cima dos ombros de Luca a garota de cabelos castanhos e olhos esverdeados. Era Rita, ela rapidamente viu o bebê nos braços dela e a garotinha segurando seu vestido.

– Querida... — Maria disse chorosa enquanto abraçava de leve a mulher.

– Oi, mamãe. — Ela disse baixo.

– Esse bebê é seu? E essa pequena? — Maria perguntou.

– Sim, ele é. Essa é a Roslyn.— Ela sorriu.

– O nome dele é Vicente. — Luca disse.

Orlando olhava para todos eles, ele estava feliz, é claro, no entanto, ainda faltava algo, seu coração não estava transbordando, na verdade havia medo dentro dele. O mais velho deu um sorriso triste e abraçou os dois filhos e o neto, o qual ele pegou nos braços e brincou um pouco. Mas Stephen sempre era tudo o que passava em sua cabeça, ele era uma parte daquela família também, ele sentia falta dele. Sempre dizem que a mãe tem um sexto sentido, e ele não tinha dúvidas disso, mas seu coração estava tão apertado que ele tinha medo.

Luca não era bobo, ele sabia que toda aquela inquietação de Orlando era por causa de Stephen, e ele também não queria pensar no pior. Roslyn olhava para o mais velho com aqueles grandes olhos castanhos.

Lá fora Francesco estava andando, ele iria para casa agora, tirar uma noite de sono, pois durante uma semana ele não conseguiu pregar os olhos, no entanto, ele viu Rita, seus olhos pareciam tão brilhantes agora. Seus cabelos ondulados aparentemente tão macios, seus lábios rosados eram lindos, ele sentiu seu coração bater forte novamente pela primeira garota que ele se apaixonou, então ele viu Vicente, viu ela beijar a bochecha do bebê e passou direto.

– Vamos esperar Stephen chegar para enfim podermos comemorar. — Luca disse.

– Sim! — Os outros três concordaram enquanto Orlando se manteve calado.

– Como o Francesco está? — Rita perguntou.

– Bem, talvez um pouco sobrecarregado com toda essa merda envolvendo o Hunter. — Luca a olhou.

– Oh, entendo. Talvez eu deva ir falar com ele qualquer dia. — Ela sorriu tímida.

– Sim. Além do mais, pelo o que eu me lembre vocês dois eram muito apaixonados. — Luca lançou uma piscadela para a irmã que corou violentamente.

– O quê!? Como você sabe disso? Não abra o bico! — Ela disse.

[...]

Enquanto isso na casa dos Martini o clima estava pesado, enquanto a mãe chorava no quarto o pai quebrava tudo no escritório, não havia como dormir em uma casa barulhento como aquela. Então após o banho ele saiu e foi para a garagem, onde entrou em um dos carros e se "deitou", para poder ter uma "boa noite" de sono. No entanto, o que passava pela cabeça dele agora era como Rita continuava bonita mesmo depois de tanto tempo, se lembrava de todas as juras de amor que foram feitas.

Ele queria entender o motivo do seu sumiço, mas agora era óbvio, já que ele reapareceu com um bebê. Ele não negaria que queria ter sido o pai dos filhos dela, mas a vida normalmente sempre nos reserva coisas inesperadas e muitas das vezes dolorosas, fazendo com o que o nosso subconsciente sempre espere pelo pior como um mecanismo de defesa.

– "Fria como o sopro do inverno"... — Ele lia algo aleatório.

Ele ficou olhando para o papel, vendo as montanhas no cartão, e embaixo ter "Hokkaido". Hunter odiava atirar no escuro pois era como dar socos em pontas de faca, mas algumas vezes eles teriam de fazer o trabalho sujo. Então a porta do quarto foi aberta e fechada, e a garota de cabelos castanhos estava sentada no banco do motorista agora, enquanto tinha a respiração ofegante.

Ela então o olhou, mas ele não fez questão, e soltou um risada nasalada, arrancando a atenção dela.

– Tudo por nada. Foi em vão. — Ele disse.

– O que? — Ela o olhou.

– Por que foi embora? Por que abandonou o "nós"? — Francesco disse baixo.

– Fran, eu precisei... — Ela disse.

– Precisou? Por que, Rita? Talvez se você me dissesse eu acreditaria em você. — Ele finalmente a olhou.

– Você jamais me perdoaria. — Ela sorriu triste.

– Se antes você achava isso, imagine agora. — Ele a olhava.

– Espere, o que...? — Rita tentou tocar o ombro dele.

– Você me deixou, você voltou agora e tem um bebê! Você tem um bebê! Rita, eu queria que tivesse sido eu, merda! Queria que tivesse sido eu... Não ele. — Francesco saiu do carro enquanto passava o antebraço nos olhos.

Rita ficou no carro, ela via as costas dele sumir ali, ela reprimiu um grito enquanto batia a cabeça no volante e chorava, ela sabia que não se tratava se estar no lugar de Vicente e sim ter sido "seu primeiro" e também o pai de seu filho. Amava Francesco, mas jamais teria coragem de dizer a ele como foi fraca e facilmente manipulada aquele dia. Queria apenas poder abraçá-lo e poder dizer como sentiu sua falta e dizer que o amor dentro dela nunca parou de queimar por ele, mas era difícil.

Queria o amor dele queimando dentro dela, transbordando como quando eram crianças, jovens apaixonados e sonhadores, que um dia planejaram fugir e deixar essa vida de máfia.

Unidos por um elo entre famílias potenciais criminosas eles estavam fadados a conviverem assim. Rita foi quem mais sofreu com isso, sempre que ela descobria que seus irmãos matavam em prol da máfia italiana ela ficava pior. Francesco teve sua primeira crise na presença dela, ela se lembra de como segurou a mão dele aquele dia, queria poder sempre segurar a mão dele.

[...]

Roslyn tinha quatro anos, mas ela muito esperta, ela estava ao lado de Maria, comendo biscoitos. Ela estava calada e quase não abria boca, mas quando abriu realmente fez com que o coração dos De Angeles mais velhos apertasse. A pequena garotinha balançava as pernas que não tocavam o chão por ela ainda não ser tão alta.

– Meu pai não vai voltar, não é? — Ela perguntou.

– Por que acha isso, querida? — Luca se abaixou ao lado dela.

– Meu pai me deixou com o tio Stephen e sumiu, e agora o tio Stephen também sumiu... a tia Elize também não está aqui... eles não gostam de mim? — Ela chorava.

– Não, meu amor! Não é isso! Seu pai foi fazer uma longa viagem, quanto ao tio Stephen e a tia Elize, bom, eles estão ocupados no momento. — Luca sorriu.

– Isso dói. – Ela disse chorosa.

– Onde dói, querida? — Maria perguntou.

– Aqui. — Ela tocou o coração.

















N/A: Capítulo bem curto só pra ter um gostinho de um futuro romance? Bom, vamos ver, né?! Gente, então, queria dizer que provavelmente vou atrasar mais capítulos, acabou acontecendo uma merda hoje e eu tô uma pilha, não consigo pensar em nada e minha ansiedade tá uma bosta.

Espero que tenham gostado e que me perdoem por algum erro, eu não revisei.

Eu provavelmente vou divulgar twg no ttk, porque acho que seria legal, mas se eu realmente fizer eu mando link. Beijos e se cuidem.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora