Qual seria a desculpa dessa vez? Por que quando estava na estrada sempre insistia em passar por aquela rua? Por que seus pensamentos traziam o corpo nu dela e o cheiro dela? Suna estava enlouquecendo, ele não queria pensar em Elize, mas aquele sonho, aquele maldito sonho fez com que ele sentisse uma estranha necessidade em vê-la, mas assim que bateu à porta ninguém atendeu, ele tentou chamá-la mas não obteve resposta.
Suna coçou a cabeça e bagunçou os cabelos, ele estava limpo há dois dias e isso estava o matando, ele disse para si mesmo que não usaria enquanto não ouvisse da boca da própria Elize que ela estava bem.
Mas a morena estava um pouco longe no momento, em um restaurante esperando pela amiga. A mulher usava um vestido tomara que caia, ele era azul repletos de florzinhas brancas, também carregava uma pequena bolsa de alças ao lado, pediu um café enquanto esperava.
– Lizzie! — A voz de Miwa se fez presente.
– Miwa! — Elize se levantou e a recebeu com um abraço.
– Como você está? Me conte tudo! — Miwa lançou um sorriso caloroso.
– Eu estou bem, um pouco mais cansada que o normal por causa da faculdade, mas bem, mas me diga como você está. — Elize sorriu de volta.
– Eu estou bem, ainda sinto falta dele mas estou bem. — As duas se sentaram e logo um garçom veio.
Então mais conversas vieram, as duas mulheres sentiram uma pressão diferente no ar, era como se fossem desconhecidas novamente, se tudo o que viveram naqueles meses não passassem de memórias que agora já não eram mais necessárias. Elize ficou séria por um tempo, Miwa não falava nada, apenas comiam em silêncio, a única voz que ouviam eram das pessoas no café e a do garçom que aparecia para recolher as coisas vazias.
Um homem acompanhado de duas crianças adentrou o local, seus dois filhos, o menino e a menina estavam tagarelando sobre algo que aconteceu na escola, enquanto o garoto que parecia mais novo estava falando que queria comer torta de maçã.
– Escute, Elize, você e Bailey eram muito amigos, então eu quero saber se você quer algumas coisas dele que estão na minha antiga casa. — Miwa sorriu.
– Sério? Eu posso pegar? Achei que você tivesse doado tudo. — Elize disse sem graça.
– Algumas roupas sim, mas alguns pertences ainda estão comigo, como: discos, livros, relógios, brincos, anéis, pulseiras, o iPad que ele usava para desenhar e a caderneta de desenhos dele também. — Ela citou todos.
– Tudo bem, eu aceito. Marque um dia e os buscarei. — Elize sorriu.
– Claro. Então... como vai a sua vida amorosa? — Miwa colocou as mãos entrelaçadas embaixo do queixo.
– Não estou com ninguém, apenas saio de vez em quando com Satori. — Elize sorriu um pouco triste.
Acabou se lembrando de Stephen, mas não o mencionou, apenas sorriu com o resto. Elize olhou para o rosto de Miwa, ela com certeza não era a mesma de antes, ou essa era ela de verdade e a morena nunca percebeu isso.
A mulher na frente de Elize soltou uma risadinha sem mostrar os dentes, se havia uma coisa com toda essa merda que havia aprendido era não soltar tudo de uma vez.
– Mas e você, Miwa? — Elize a olhou.
– Ah, o mesmo, apenas saindo com alguma caras. — A mulher deu de ombros.
– Entendo... é bom par variar, não é? — Elize viu o garotinho de agir pouco pegando cupcakes no balcão e depois olhou pela janela.
Uma moto passou, ela não reconheceu, mas o motociclista sim, era Suna, ele passou direto, logo atrás dois carros pretos pararam na frente da cafeteira, ela apertou os olhos e viu os vidros sendo abaixados e as armas serem colocadas para fora.
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𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔
Romance• art credits: @jijiooe (twitter) "Agora que eu experimentei, acho que eu sufocaria, por cada segundo que você não está ao meu lado. Mas agora estou preso no portão da propriedade de Lúcifer. Eu me apaixonei por uma garota que conheci no inferno." E...