𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

20

Tudo estava indo de acordo com o plano, Satori convenceria Elize a sair do país o quanto antes, mas porra! Ela era tão teimosa que ele temia que algo ruim pudesse acontecer, na verdade, tudo poderia acontecer, o fato da morena estar na mira de algumas pessoas só o deixava mais alarmado, poderia acontecer algum tiroteio por aí e isso era tudo o que ele menos queria.

A morena estava deitada no chão, de bruços, com as pernas para o ar, em sua mão haviam um cookie com gotas de chocolate, Elize folheava o mangá velho de one piece que ela guardava, queria realmente chorar lembrando que Ace morreria em alguns capítulos, em sua frente estava Shino, ele dormia tranquilamente ao lado de sua "dona".

Elize parou de ler um minuto e ficou encarando a planta na varanda, o que diabos ela tinha? Por que raios estavam atrás dela? Ela rolou no chão até ficar de barriga para cima e com o mangá no peito. A mulher saiu de seus devaneios quando alguém tocou a campainha, seu coração pesou, antes ela facilmente poderia abrir a porta para qualquer um, mas agora não era assim.

Os toques da campainha se tornaram repetitivos enquanto ela andava sorrateiramente até a porta para olhar pelo olho mágico, ela suspirou aliviada quando viu a cabeleira loira de Atsumu lá e rapidamente abriu, ele a olhou de cima a baixo antes de sorrir.

– Pensei que você não fosse abrir a porta. — Ele ficou as mãos nos bolsos e sorriu.

– Sinto muito, loirinho... mas hum, você sabe o que aconteceu. — Ela disse enquanto dava espaço para ele entrar.

– É, eu fiquei sabendo. Sinto muito por isso, menina bonita. — Atsumu sorriu.

– E então, o que devo a honra? — Elize cruzou os braços.

– Apenas me certificando que você está bem, Kita me pediu para fazer isso. — Atsumu coçou a cabeça.

– Kita? Achei que ele não gostasse de mim. — Elize riu.

– Não posso dizer que ele gosta de você, mas também não acho que ele te odeia. — Ele riu também.

– Entendo, bom, como você pode ver eu estou bem. — Elize saiu dali e foi até a cozinha.

Atsumu se sentia culpado, Kita realmente havia feito ele ir ver Elize, mas ele queria que o loiro descobrisse mais coisas, talvez se ganhasse a confiança da garota. O loiro foi até Elize e se debruçou sobre o balcão vendo ela abrir o armário e pegar um pouco de ração para o bichano que agora pouco dormia na sala.

Elize usava uma regata branca e short de pijama dela, os cabelos estavam presos em um coque folgado fazendo os fios escorrerem pelo seu rosto. Tsumu não deixou de olhar para o V na parte inferior da barriga dela.

– Você tem notícias? — Ela perguntou enquanto se escorava no armário.

– Sobre? — Ele saiu do transe.

– Não sei, sobre tudo, eu acho. — Ela encolheu os ombros.

– Sei tudo o que você sabe, sobre Stephen e o resto. — O loiro disse.

– Ah... Stephen. — Elize mordeu o lábio em uma tentativa de segurar o choro.

– Sinto muito, princesa. — Atsumu disse.

– Tudo bem, Tsumu. — Elize sorriu triste mas logo respirou fundo e as lágrimas desceram.

– Oh... por favor, não chore. — Ele se aproximou e a abraçou.

Realmente não havia nada de segundas intenções ali, ele estava apenas ajudando alguém que estava triste. Os braços do loiro estavam ao redor dela, e logo os dela estavam ao redor da cintura dele. Atsumu não era alguém que sabia como consolar, mas ele sabia fazer piadas bobas e isso acabou tirando uma risadinha da morena.