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Eric estava ao lado de Elize, ele segurava a mão dela, enquanto ela ainda estava desacordada. Todos ali estavam em choque quando viram Stephen, mas não disseram nada a Maria ou Orlando. Luca não parava de abraçar o irmão, ele viu que haviam algumas cicatrizes pelo corpo dele, a perna principalmente. Callan não era tão próximo de Stephen eles nunca chegaram a conversar, mas ele era próximo de Elize e viu todo o sofrimento dela com a "morte" do amigo.

Stephen estava tão diferente, parecia mais maduro agora, seu rosto estava diferente. Callan estava ao lado de Cobra, o homem de olhos azuis observava Stephen de longe.

– Por que tá com essa cara de quem chupou limão e não gostou? — Cobra perguntou.

– Não enche. — Callan disse seco.

– Eu entendo que esteja preocupado com ela, eu também estou. Mas sabe, Callan, você é o único que pode dar a notícia a ela. — Cobra disse.

– Não quero que ela sofra mais... Stephen foi o maior dos traumas dela, e agora ele está aqui, tudo o que aconteceu não pode ser apagado. — Callan o olhou.

– O que quer dizer? Não queria que ele estivesse vivo? — Cobra arqueou uma das sobrancelhas.

– Estarei feliz se ela estiver feliz, mas o caso é que ela nunca vai se esquecer dos restos em cima dela. Sei que ele não teve intenção, mas porque não voltou logo? Ela sofreu tanto... — Callan apertava os punhos.

– Entendo. Bom, me dói dizer, mas eu concordo com você e estarei com você com o que decidir. — Cobra se levantou e saiu.

– Ela acordou. — Eric disse e Callan se levantou.

Assim que Callan entrou ele viu a morena na cama suspirar aliviada, era como estar vendo um anjo. O homem de olhos azuis se aproximou da amiga, ele se sentou na beirada da cama e segurou a mão dela, deixando um beijo nas costas da mesma. Elize sorriu e viu o rosto dele se entristecer, Callan desviou o olhar um pouco, com hesitação. A mulher procurava o olhar dele com urgência, tudo nela parecia quebrar.

Callan prendeu a respiração por alguns momentos, enquanto soltava o ar com força e em seguida voltava seu olhar para a amiga que o encarava.

– Elize, a Lana não conseguiu. — Callan disse baixo.

– Eu imaginei, e quanto ao bebê? — Elize perguntou.

– Ele está bem, felizmente conseguimos chegar a tempo. — Callan então a viu assentir e as lágrimas descendo.

– Obrigada. — Ela sussurrou.

– Eu sinto muito. — Callan a abraçou.

– Eu posso vê-lo? — Elize perguntou e Callan a ajudou a sair da cama.

Elize segurava o suporte de soro enquanto andava até o berçário, lá dentro ela viu Verona segurando um bebê, os cabelos ligeiramente claros, tão pequeno mesmo que já estivesse tão perto de nascer, o pequeno menino dormia tranquilamente nos braços da ruiva. Assim que Verona avistou a mais nova ela foi até lá, por trás do vidro ela mostrou o bebê, ele era saudável, mas ainda não tinha um nome. Elize saiu dali e foi até a sala de autópsia, o corpo de Lana estava coberto por um pano branco, ela o tirou e viu o risoto da amiga.

Elize mordeu o lábio com força, sentindo o gosto metálico na boca, ela tocou o rosto de Lana, pedindo desculpas por não ter conseguido salva-la. A morena suspirou, olhou para o teto, ela pensava agora que se houvesse um deus em algum lugar, ele certamente a odiava.

– Elize. — A voz dele soou atrás dela.

– Eu não consigo. — Elize disse baixo sem se virar.

– Sei que pedir desculpas não vai adiantar nada, mas eu queria ter voltado antes, eu queria- — Antes que Stephen pudesse terminar ela se virou.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora