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Uma semana havia se passado desde o "coma" de Elize, todos estavam devastados, mas as pessoas que mais sofriam com aquilo eram Eric, Callan, Suna e Kenma, eles estavam devastados. Satori mal se conteve ao ver Wade, ele chorou muito enquanto abraçava o amigo de longa data. Cobra estava sentado próximo à porta do quarto onde Elize encontrava, ao lado de Callan. Verona foi diariamente para limpar Elize, ela chorava em silêncio enquanto fazia aquilo, sempre lhe contando como estava Rosy e os outros.

Eric disse que iria ceder a casa para os japoneses, mas eles recusaram, principalmente os Suna. Com a morte de Mattia logo em seguida, Eric não teve muito tempo para pensar nisso, ele só queria que Elize acordasse, ele nem ao menos tinha mais desculpas para Rosy.

– Ei, Suna. — Stephen chamou por ele.

– O quê? — Rintarou levantou a cabeça.

– Nós podemos conversar um instante? Não vai demorar muito. — Stephen dizia enquanto mexia na aliança.

– Pode ser. — Suna se levantou e tocou o ombro de Callan levemente antes de sair.

O hospital onde estavam havia um jardim ao fundo, alguns homens que trabalhavam para Eric estavam se recuperando ali. Stephen guiava Suna até um lugar mais calmo no jardim, era fim de tarde, significava que o sol estava quase se pondo. O homem de olhos verdes oliva não conseguiu tirar os olhos da grande aliança grossa e dourada nos dedos anelares esquerdos do casal. O De Angeles do meio viu um banco que estava em direção ao sol que já não tinha mais todo o seu brilho e mostrou a Suna, que logo se sentou.

Os dois se sentaram e permaneceram quietos por um tempo. Stephen estava sofrendo, é claro, mas ele estava procurando forças e coragem para dizer algumas palavras a Rintarou.

– Sabe, se você veio me dizer que eu tenho que desistir dela- — Suna começou e foi interrompido.

– Não é nada disso, Suna. Acredite, seria muito fácil se fosse só assim. — Stephen sorriu triste.

– O que quer dizer com isso? — Suna engoliu seco.

– É você, Suna. Sempre foi. A pessoa que ela sempre amou e sempre vai amar, você é o primeiro e único. — Stephen disse enquanto olhava para o horizonte.

– Stephen... Escute, ela tem uma família com você. — Suna tentava evitar ao máximo as lágrimas.

– Eu poderia viver 50 anos casado com ela, eu poderia ter filhos com ela, eu poderia ter netos e morrer ao lado dela. No entanto, o coração dela jamais pertenceu a mim, o sorriso genuíno dela jamais foi comigo. Sempre foi você. — Stephen o olhou.

– Eu a amo tanto, Stephen. Meus ossos doem só de pensar que ela pode morrer ali. Eu fiz coisas horríveis, mas eu jamais quis machuca-la. — Rintarou riu fraco.

– Eu sei. Uma coisa a qual compartilhamos é amar aquela mulher. Eu não odeio você por isso, Suna. Eu vivi os dois melhores anos ao lado dela, os anos que qualquer homem mataria para viver. — Stephen sorriu para o moreno ao seu lado.

– Eu mataria para tê-los. — Suna olhou para o céu alaranjado vermelho.

– Não tenho dúvidas sobre isso. Os anos seguintes virão, e eu quero que ela seja feliz, Suna, mesmo que não seja ao meu lado. Essa mulher merece ser feliz. — Stephen tocou o ombro de Rintarou.

– Você está me dando um passe? Stephen, ouça, eu nunca cogitei desistir dela, mas se você tem certeza de que não irá mais querer isso, eu não vou voltar atrás até ela ser minha novamente. — Suna disse firme.

– É... eu sei. Sabe, amar também é deixar ir, não é? Estou deixando que ela vá porque a amo, porque quero que ela seja feliz, porque quero que ela viva intensamente todos os seus dias, mesmo que não seja ao meu lado. — Stephen se levantou e o sol enfim se pôs.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora