𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

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Suna estava no canto, estava tão insuportável pra ele, era como se tivessem arrancado um pedaço dele, ele não conseguia se concentrar. Kenma havia pedido toda ajuda possível, eles tinham papéis por toda a sala, uma lousa cheia de fios e fotos de Hunter, Richard, Gustav, Arthur, Alex e muitas outras pessoas que estavam envolvidas, principalmente Miwa. O meio loiro tinha falado com Francesco, eram 4h da manhã e Suna estava bebendo whisky enquanto mexia no notebook, procurando mais pistas.

Os olhos de Suna pareciam mais pequenos, as noites eram longas e cansativas. Ele saiu dali, deixando todos para trás, ele subiu as escadas indo em direção ao banheiro, mas parou na porta do quarto de Elize, o coração dele estava acelerado agora, ele colocou a mão no rosto, sentia sua cabeça latejar, ele encostou na parede e escorregou até o chão.

– Você está bem? — Ulrich que havia acabado de sair do banho se aproximou.

– Sim, estou. Isso é apenas cansaço. — Suna suspirou e tragou o cigarro.

– Não é melhor tentar dormir? — Kamitani disse.

– Vou tomar remédios para dormir depois. — Suna o olhou.

– Você e o Stephen tem muito em comum. — Ulrich se sentou ao lado dele.

– Errado. Eu fui um erro. — Suna sorriu triste.

– Vai acabar morrendo desse jeito. Vá dormir. — Ulrich o olhou e Suna deu uma risada nasalada.

– Eu estava sempre pronto para morrer, mas aí eu conheci uma mulher especial. Ela me fez querer continuar vivendo. Então pela primeira vez eu tive medo de morrer. — Suna disse baixo.

Ulrich encarava Suna, ele se sentia triste pelo moreno, mas ele ainda estava com um aperto por Stephen, ele fez algumas ligações ontem à noite, pedindo para que alguns do seus acompanhassem Stephen e fizessem uma vigia, para que ele ficasse seguro. Suna se levantou e tocou o ombro de Kamitani e seguiu para o quarto, estava tudo uma merda para todos ali.

[...]

Ruy estava olhando para Elize, ela estava parada olhando para os próprios pés, então ele se levantou e ficou distante, a morena o encarou, seu coração batia forte, ela não sabia quando ele poderia surtar e matá-la, ela não queria morrer desse jeito. Ruy chutou todas as coisas cortantes para longe dele, ela o observava com atenção, esperando seus movimentos.

– Me dê um soco. — Ele disse.

– Como é? — Elize o olhou.

– Acerte o meu rosto, Elize. Polegar para fora. — Ele suspirou.

– Por que você acha que eu faria isso? — Ela perguntou.

– Porque você está brava, está triste e pensando no pior. — Ruy disse ela arregalou os olhos.

– Não é por isso que vou te acertar. Eu só queria ir para casa. Quero ver o Kenma e os outros, quero ver a Roslyn e o Stephen, quero ver o Suna... — Ela apertou os punhos.

Ruy a encarava, até sentir o punho da garota em seu rosto com força, fazendo ele cambalear para trás, a mão direita dela tremia agora, a dor tomando conta dela, talvez tenha quebrado um dedo nessa. O homem de cabelos raspados cuspiu sangue e voltou para o mesmo lugar, ele travou o maxilar esperando por mais um soco, mas foi atingido por um chute desajeitado na barriga, o que o fez cair sentado, ele olhou para Elize que tinha o rosto banhando em suas próprias lágrimas.

Elize estava brava consigo mesma, ela voltou a se aproximar de Ruy e socou o rosto dele, ela pôde ver as feridas em suas mãos por causa disso, mas ela não parou, ela pegou uma barra de ferro e iria bater contra o rosto dele, mas voltou a si antes disso, ela estava pensando em Hunter e como o odiava, ela se afastou de Ruy e foi para o outro lado, logo vendo alguém abrir a porta e a puxar para fora.