34

656 92 87
                                    


• art credits: beavia1 (twitter)

A noite chuvosa com aqueles trovões e relâmpagos eram assustadores, principalmente para o pequeno garoto de cabelos castanhos que se escondia embaixo das cobertas e pedia silenciosamente para que tudo isso passasse logo para que ele voltasse a dormir tranquilamente. Foi então que o pequeno sentiu uma mão sobre a dele e tirou lentamente o tecido de seu rosto choroso e encarou o irmão, que tinha um olhar perdido, foi então que ele chorou mais enquanto puxava o irmão.

O garoto de olhos mais escuros soltou uma risadinha, fazendo o pequeno de olhos cor de mel o olhar sem entender muito bem, mas ele se encolhia na cama.

– Não precisa ter medo, Tsumu. — Ele disse.

– Mas é tão assustador! — Atsumu choramingou.

– Não é. Olha só, chuva é legal. Você não precisa ter medo, eu estou com você. — Osamu sorriu.

– Segure a minha mão, Samu! — Atsumu a estendeu.

– Claro, claro. Você se sente melhor? — O garoto sorriu.

– Sim! Samu, você vai continuar aqui? — Atsumu o olhou.

– Eu vou, mesmo depois que a chuva passar eu vou estar aqui, Tsumu, afinal, você é o meu irmãozinho medroso. — Samu riu e viu um bico de formar nos lábios de Tsumu.

Atsumu sorriu para o irmão, sabendo que mesmo que a tempestade viesse, ele seguraria a mão de Osamu, mesmo depois que ela passasse. Além das estrelas eles ainda iriam segurar a mão um do outro. Atsumu olhou para Osamu, que tinha o olhar agora voltado para a janela, onde a chuva batia. Ele não entendia ainda, o quão pesadas aquelas palavras poderiam ser em um futuro próximo.

"Eu ainda preciso de você ao meu lado para segurar a minha mão, Samu".

Elize estava deitada ao lado de Atsumu, os dois encaravam o teto branco, ele havia ido visitá-la no outro dia, mas a morena não conseguia formular uma única frase sequer, então eles apenas estavam aproveitando a companhia e o silêncio um do outro. O vento lá fora já indicava que o tempo havia esfriado, o loiro colocou o antebraço sobre os olhos, então Elize viu lágrimas, ela queria poder saber usar as palavras certas, mas estava tão quebrada quanto.

Então ela segurou a mão dele, ele apertou os lábios, tentando reprimir o choro, ela alisava as costas da mão dele, não precisava de muito, ele só queria um ombro para chorar.

– Me desculpe, Tsumu. — Ela sussurrou.

– Não precisa pedir desculpas, Elize. — Ele sussurrou de volta.

– Se eu pudesse fazer algo para trazê-lo de volta, eu faria isso. — Elize começou a dizer.

– Eu sei que sim. — Ele limpou as lágrimas e a olhou.

– Tá doendo, Tsumu, eu não sei o que fazer. Eu sinto muito, eu realmente sinto muito... eu apenas sinto muito. — As lágrimas saíam pelos olhos dela.

– Está tudo bem, Elize. Não chore. Aqui, segure a minha mão, segure o quanto quiser. — Ele sorriu e ela assentiu.

Do outro lado da porta, Kenma ouvia tudo atentamente, parte dele sabia o que aquilo significava, então ele passou direto depois, indo até outra sala. Ele encontrou Satori com um cara mais alto de cabelos castanhos, ele usava um terno e olhava fixamente para o lado de de fora, Kuroo apenas se mantinha no canto, enquanto fumava, as palavras de Elize se culpando e se desgastando com aquilo afetava Kenma, ele queria poder resolver tudo aquilo contando a ela toda a verdade, mas ainda não podia.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora