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A maioria das pessoas costumavam pensar bem antes de agir, mas aparentemente esse senso comum não existia com Suna, a única coisa no momento que ele queria era poder ver o rosto de Elize, ele estava limpo, estava sóbrio e tinha dormido antes de ir visitá-la, mas ele não sabia o que fazer, seria fácil se fosse apenas apertar o gatilho, mas isso era diferente.

Assim que Rintarou colocou os pés na enorme mansão de Kenma ele sentiu aquela pressão, todo mundo parecia muito concentrado em algo enquanto a garota gritava no andar de cima, seu coração pesou dentro do peito.

– Fico feliz que tenha vindo. — Kuroo disse.

– O que está acontecendo? — Suna o olhou.

– Elize está tendo alguns ataques de pânico, o psiquiatra disse que isso é normal, mas você sabe, não é? Não tem nada de normal nessa porra. — Kuroo suspirou.

– Será que ela vai querer me ver? — Rintarou apertou as mãos.

– Vai ser bom, tenta tirar ela do quarto, Sunarin. Kenma já não dorme mais, ele fica a noite toda rastreando um tal de "hairahcez". — Kuroo deu de ombros.

Os dois homens caminharam até a porta do quarto, ela então foi aberta por Issei, ele tinha alguns arranhões, Elize tinha pesadelos e na tentativa dele de tentar ajudar acabava se ferindo. Suna foi entrando e viu a garota sentada no meio da cama, ela tinha os olhos inchados, as roupas largas que cobriam seu corpo inteiro, ela estava um caco.

Suna limpou a garganta e ela o olhou com aqueles lindos olhos repletos de tristeza, o moreno se sentou na cama de costas para Elize.

– Oi... — Ele disse.

– Vai embora. — Ela sussurrou.

– Eu queria ver você, eu queria poder te abraçar de novo, mas eu não tenho certeza se eu posso... por favor, Elize, vamos tomar um sol. — Ele disse baixo.

– Eu não quero. — Ela rapidamente retrucou.

– Elize, eu preciso que você fique forte de novo... — Ele soltou sem pensar.

– Acha que é fácil pra mim, caralho?! Acha que eu vou me esquecer daquele filho da puta em cima de mim, Suna! Ele me machucou... ele é um monstro. — Elize chorava.

– Desculpa! Elize, eu não faço ideia de como é passar por isso, eu sinto muito! Você não merece isso. — O olhar de pena que ele lançou a ela a deixou mais brava.

– Eu não precisa de sua pena, Suna, eu não preciso da pena de ninguém! Eu só quero poder deitar a minha cabeça no travesseiro e poder dormir sem lembrar dele! Kenma, Satori, Issei e Akaashi estão cansados, eu estou- — Ela não conseguiu terminar.

Kuroo estava ao lado de fora, ele estava escorado na parede enquanto fumava, ele discava algo no celular e soltava a fumaça lentamente. Satori estava organizando as coisas da viagem, estava quase tudo pronto, pelo menos até Kenma descobrir que Arthur não era realmente o chefe, ele estava apenas se passando, e que o verdadeiro estava muito bem camuflado.

Suna passou as mãos pelo rosto e se aproximou da garota que se manteve parada, ela já não tinha forças para nada. O moreno tocou a mão dela, Elize fechou os olhos e limpou a lágrima com a mão livre.

– Vou fazer isso passar, ok? Apenas confie em mim, confie em nós. — Ele sussurrou.

– Tudo bem. — Ela disse.

– Vem cá. — Suna abriu os braços e a garota se aconchegou no peito do homem.

Foram apenas alguns minutos, mas Elize já dormia, ela precisava disso, enquanto isso o moreno olhava para o teto e acariciava os cabelos dela. Kenma abriu a porta do quarto lentamente segurando uma bandeja, haviam doces, bolos e mais algumas coisas que Elize gostava de comer, por mais que ele estivesse cansado ele jamais iria deixar a garota.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora