𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

52

“Quando as estações mudarem, você ficará ao meu lado?”

Elize olhava para o teto branco, sentindo uma culpa a consumir, mas ainda sim, as lágrimas se recusavam a surgir. Era apenas ela e o sentimento de fraqueza, sabia que tudo o que nasce um dia morre, todos nós voltaremos para terra, chorar não os traria de volta, mas ainda sim, ainda sim aquilo a matava e atingia como facas. Se fechasse seus olhos a imagem de Stephen surgia, ela não queria ter a última imagem dele sem pedaços, queria vê-lo feliz.

Tudo parecia girar, sua cabeça latejava, ela se sentou na cama e olhou para as próprias mãos, vendo o sangue dele, mas aquilo tudo fazia parte das ilusões dela. Elize gritou, tudo o que ela queria era voltar para casa.

– O que o senhor pretende fazer com ela? — Kite perguntou.

– Vou matá-la. — Hunter disse

– Matá-la? — Os olhos de Kite estavam arregalados.

– Algo contra? — Hunter o olhou.

– Não, senhor. — Kite abaixou a cabeça.

Kite olhava para a garota na cama que abraçava as próprias pernas, a roupa branca um pouco suja de sangue por causa dos ferimentos dela. Ele mordeu o lábio com força e saiu dali, deixando Hunter para trás assistindo a garota ter um surto. Apesar de ser divertido para ele, isso estava acabando e logo chegaria ao fim, e no final, ela e Stephen não passariam de mais pessoas que um dia ele matou.

[...]

Francesco e Luca estava colocando as armas nas malas junto dos outros, Eric os assistia aflito, ele se sentia inútil agora. Enquanto isso, no Japão, Kenma e os outros fazia o mesmo, Suna estava olhando para o lado de fora, enquanto enchia os pentes de bala. Ulrich tinha o rosto um pouco abatido assim como Suna e Kenma. Hinata desceu as escadas junto de Kenma enquanto colocavam mais armas em cima da mesa, Satori suspirou enquanto pedia para que alguns ali colocassem coletes.

Oikawa reforçou tudo com carros e bombas, assim como Kita. O coração de Suna estava acelerado, apesar de querer estar perto dela ele não saberia como dizer algo a ela quando a visse. Issei passou por Rintarou e apenas esbarrou nele, como se ele realmente fosse um pedaço de merda insignificante.

– Amanhã será o grande dia. Daremos um grande tiro no escuro e muitos de nós não sairemos vivos. — Kenma começou.

– Obrigado por fazerem parte disso. Vamos recuperar a Elize e levá-la para casa. — Kuroo disse.

– Sim. — Todos disseram em uníssono.

– Também estaremos contando com a máfia italiana, então nada de briga, estão entendendo? — Kita começou.

– Aqueles filhos da puta também? — Atsumu bufou.

– Espero que não estejam se esquecendo de que eles são a família dela. — Suna disse longe.

Satori suspirou, ele realmente não estava preparado para nada do que fosse acontecer. Ver Elize em um estado deplorável e até mesmo saber que alguém morreu. A atenção foi voltada para Hinata, que deu uma risada nasalada, fazendo com que todos olhassem para ele, que tinha alguns curativos pelo rosto e uma arma na cintura, e várias cicatrizes pelo corpo.