𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔

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Elize estava sentada à mesa junto de Kenma, Mei, Kuroo, Kyotani e Naoki, o irmão mais velho de Masano encarava a morena com certa atenção, o que a deixava um pouco apreensiva. Haviam mais algumas pessoas da família Yoshino ali, todos eles em seus devidos lugares, apenas bebendo e conversando entre si, pelo menos até Naoki quebrar o silêncio.

– Você se parece muito com a sua mãe. — Naoki disse.

– Obrigada, eu acho. — Elize respondeu.

– Mei, pegue aquele porta-retrato que eu te pedi. — O homem de cabelos grisalhos falou.

– Aqui está. — Ela sorriu.

– Veja, Elize. Esta é a sua mãe. — Ele apontou para o rosto da mulher sorrindo encostada em um carro.

– Você realmente se parece com ela, Lizzie. — Kenma sorriu.

– Você pode ficar com essa foto se quiser. — Naoki bebeu o saquê.

A morena não conseguiu dizer nada, ela apenas encarava a foto, até perceber que estava chorando. Masano era sua verdadeira mãe e isso nunca passou por sua cabeça, para ela só existia Reika, mas após aquela lembrança conturbada ela já não sabia mais quem era sua mãe. Elize trouxe a foto até o peito, onde ele abraçou e ficou de olhos fechados por um tempo, ela não teve a chance de conhecer a mulher maravilhosa que Sano era.

Naoki e os outros se mantiveram calados, apenas fingindo que não viam o choro silencioso dela. Elize sorriu fraco, se certa forma estava feliz por saber que sua mãe era alguém legal, alguém por quem ela poderia de gabar no futuro, mas ainda não era fácil desfazer o laço com Reika.

– Sua cabeça deve estar confusa, Elize, mas não se preocupe. Bom, seu avô quer te ver. — Naoki sorriu.

– Meu avô...? — Elize tombou a cabeça para o lado.

– Sim. Vamos, Kyota, vamos buscar o velhote. — Naoki riu.

– Diga isso na frente dele e terá seu nariz quebrado, tio. — O garoto loiro brincou.

Haviam uma festa rolando lá embaixo, Elize podia ouvir o som abafado, ela olhou para Kuroo que pegou o porta-retrato e guardou. Então a porta foi aberta e todos ficaram de pé, inclusive a morena e os outros. Mas Takahashi parou de andar assim que viu Elize, os olhos dele ficaram marejados e ele acelerou o passo a abraçou o pescoço da menina. A morena não sabia bem como reagir aquilo, então ela apenas se manteve quieta, as mãos tremendo sem saber de fato o que fazer.

Takahashi chorava quieto, ele alisava os cabelos pretos de Elize, então quando ela retribuiu o abraço ele chorou mais. A filha de Masano era como uma jóia que eles esperaram por muito tempo, elas se pareciam tanto. Era doloso para o velho Yoshino.

– Eu te procurei por tanto tempo... — O velho disse entre o choro.

– Procurou? — Elize também chorava agora.

– Claro! Você era a vida de Masano, você foi tirada tão precocemente dela. Você se parece tanto com ela, minha querida. — Takahashi tocou o rosto de Elize.

– Fui tirada? — Elize secou as lágrimas.

– Esqueça isso, Elize. Eu estava ansioso para finalmente vê-la! Eu também quero pedir desculpas por ter permitido Reika entrar na sua vida de tal maneira. — O homem que segurava a mão de Elize sorriu triste.

O clima se tornou pesado, não poderiam negar que a energia que Elize emanava era pesada, ela estava  acabada, eles sabiam disso. Era estranho ter um família agora, todos pareciam tão distantes mesmo estando tão perto. Takahashi se afastou um pouco e foi até Naoki, o velho parecia estar doente, a morena percebeu isso, mas ela estava se segurando também.