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Elize segurava uma arma em uma das mãos, enquanto atingia as cinco garrafas com precisão, Atsumu e Pedro tinham sorrisos orgulhosos, como se sua criança finalmente houvesse finalmente dado seus primeiros passos. Ela tinha os cabelos presos em um rabos e cavalo alto, usava um cropped com alças finas e fechamento posterior por amarração e um jeans rasgado. Seu semblante sério parecia tão frio, seus olhos não tinham mais o mesmo brilho de antes, Suna poderia perceber isso, e aquilo o matava lentamente.

Ela recarregou a arma rapidamente, era pesada, mas a morena a segurava o firmeza, foi então que Suna se aproximou, ela o olhou com cara de poucos amigos. Suna riu cínico, ele sabia que ela estava brava com ele, e por mais que estivesse triste por muitas coisas recorrentes ele não transparecia isso.

– Sabe, a sensação de segurar uma arma e atirar em alguém é única. Você pode sentir e ouvir a bala atingindo o corpo alheio lentamente. — Suna disse enquanto pegava a arma das costas e apontava para Atsumu.

– Você já deve ser bem experiente nisso. — Ela o ignorou e voltou seu olhar para a arma.

– Talvez eu seja. Mas é legal, veja, você pode acabar com tudo só tocando no gatilho. — Ele fechou um dos olhos e fez um barulho de tiro.

– Abaixe essa merda antes que você atire nele. — Elize o olhou brava.

– Não vai ser o primeiro tiro que ele vai levar, e nem você. — Ele apontou para o braço enfaixado dela.

– Abaixa essa arma, merda. — Elize disse mais alto.

– Por que? Tem medo de vê-lo morto? — Suna riu.

– Mandei baixar essa merda, caralho! — Elize apontou a arma para o rosto de Suna.

O clima pesado pairava ali agora, Suna tinha a boca entreaberta, enquanto Atsumu e Pedro se assustaram com a iniciativa dela. A respiração de Elize estava descompassada, seu coração batendo como um tambor entre as costelas dela. Suna se aproximou mais, colocando a arma na testa dele, ele deslizou a arma para a pequena mesa que havia lá, deixando suas mãos livres.

Os olhos assustados de Elize encontraram os olhos amáveis de Suna, ela se manteve séria, sem retirar a arma.

– Essa arma que você está usando é uma Taurus, ela é fácil de usar, trem travamento manual e automático. — Suna disse.

– Elize, abaixe essa arma. — Pedro foi o primeiro a dizer.

– Atira, Elize. — Suna disse.

– Você é um merdinha, Rintarou. — Elize torceu o rosto.

– Esse gatilho é bem leve. — Ele disse sério.

– Abaixe isso, Elize! — Atsumu foi se aproximando.

Elize o olhava com indiferença, ele já havia visto esse olhar outras vezes, ele viu ela apertar o curativo, fazendo ele sangrar, ela abaixou a arma e bateu a mesma no peito de Suna antes de ir saindo. Yamaguchi suspirou quando viu o ferimento dela sangrando, ele teve que costurar novamente, já que ela conseguiu rasgar mais. Ela fumava enquanto ele costurava e brigava com ela. Lá fora Atsumu começou a discutir com Suna.

Pedro pegou a arma que Elize segurava e percebeu que estava sem balas, ela havia tirado antes de Suna começar a falar, apontou para a cabeça dele mesmo sem ter munição. Mas ela não puxou o gatilho, ela jamais quis isso. A morena foi tomar banho depois que Tadashi acabou, então algumas pessoas se reuniram na sala, com a exceção de Yachi e Kiyoko, que estavam na faculdade.

[...]

Stephen estava ao lado de Ulrich, ele assistia o vídeo de Wade, seu rosto não tinha expressão, mas as lágrimas saíam sem parar, ele novamente estava voltando para a estaca zero e dessa vez estava ainda pior. Wade era um amigo precioso, ele não queria perdê-lo, ele limpou as lágrimas e olhou para o amigo ao seu lado, o vento batia nos rostos deles, trazendo a brisa fria e um cheiro de chuva.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora