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Suna de fato havia passado à noite, ainda estava escuro, mas o relógio na parede já marcava às 03:45 da manhã. Há tempos Suna não dormia direito, ele sempre acabava acordando no meio da noite, como agora, após algum pesadelo que ele teve, ele havia dormido no sofá, então abriu lentamente a porta do quarto e viu Elize dormindo.

Rintarou coçou o rosto e foi até a cozinha, ele bebeu um pouco d'água e fez um pouco de café, ele abriu a janela da varanda e saiu, com uma caneca em uma mão e o cigarro em outra. Ele estava apenas de calça, seu tronco nu e tatuado totalmente exposto ao vento frio que batia contra o prédio.

– Você está bem? — A voz sonolenta de Elize tomou conta do local.

– Estou... você não deveria estar dormindo, Elize? — Suna a olhou.

– Você me acordou. — Ela riu para o homem.

– Sinto muito. Você está bem? Precisa de algo? — O moreno apagou o cigarro.

– Rin, existe algo que você não aguenta mais carregar? Um peso que você sente uma necessidade de se livrar, mas ao mesmo tempo tem medo? — Elize agora estava ao lado dele.

– Por que está me perguntando isso? — Apesar da voz mansa o coração dele batia rápido.

– Porque é o que eu sinto, eu tenho uma enorme necessidade de me livrar de um peso, mas eu tenho medo do que vem a seguir. — Ela abraçou o próprio corpo.

– Sim. Há algo que me corroe todos os dias, eu sinto como se isso fosse me matar... e quer saber?! Isso vai me matar, isso vai ser o motivo da minha morte, Elize. — Suna a olhou.

Elize rapidamente o encarou de volta, sentiu seu corpo ser abraçado, ela não teve outra reação se não o abraçar de voltar. Suna prendia o corpo alheio como se fosse a última coisa que ele fizesse, ela ouviu uma risadinha e assim que eles se afastaram ela encontrou os olhos dele, o verde oliva nunca pareceu brilhar tanto como naquela noite, a morena sentia sua alma quase ser sugada pelos lindos olhos de Suna.

Seu rosto relaxou, seu coração batia forte, seu corpo se arrepiava em cada toque, cada pequeno gesto fazia um suspiro diferente sair de sua boca. Sempre dizem que o amor de verdade é aquele que a boca seca, o ar falta, você fica sem saber o que dizer, mas com Elize e Suna era diferente, ela de fato não sabia se aquilo era amor, só sabia que ao lado de Rin ela poderia ser ela mesma, se sentia tranquila.

Rintarou tocou as mãos da mulher em sua frente, ele levantou a mão direta dela e a fez tocar o rosto dele, ela sorriu com o gesto. Suna tombou a cabeça para o lado onde a mão dela estava, aproveitando o carinho, a morena sentiu os lábios dele contra as pontas dos dedos dela, ele beijava cada dedo com cuidado.

– Volte para o Japão, aqui não é lugar para você. — Suna disse simplista.

– Suna, eu- — Ela começou mas foi interrompida pelos lábios dele contra os dela.

– Volte, por favor... você disse que queria ir para casa, lá é a sua casa. Lá também é a minha casa. — Ele disse entre o beijo enquanto suas testas estavam coladas.

– Eu não sei... — Elize suspirou ao sentir a mão dele em sua nuca.

– Não é tão difícil, linda. Apenas diga "sim". — Os lábios dele agora bateram contra os dela com mais intensidade.

– Sim... — Ela gemeu contra a boca dele.

[...]

Ao amanhecer a morena abriu lentamente os olhos, ao seu lado estava o corpo adormecido de Suna, ele respirava fundo, seu pescoço tinha alguns hematomas da noite passada assim como o dela. Elize gemeu baixo enquanto se esticava, ouvindo alguns do seus ossos estalarem, ela estava saindo da cama quando sentiu seu corpo ser novamente puxado.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora