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O tempo estava passando tão rápido, Suna pedia aos céus que deixassem ele curtir seus pequenos por mais tempo, mas nada disso foi ouvido. As três crianças já falavam mais que a própria boca, fora Lucien, Rosy e Akihiko estavam sempre conversando sobre algo. Sem contar no amor que eles sentiam por Eric, ele era um avô babão, sempre carregando caixas e mais caixas de presentes para os netos e sendo repreendido por Elize no momento seguinte. A lembrança de Eric abrindo a porta casa carregando quinze caixas de presentes com a ajuda de Cobra e Callan fez Rintarou rir.

Cinco presentes para cada neto, as crianças vibravam em alegria, mas Eric sempre ganhava um olhar de Elize, então o mais velho ia até à filha e beijava sua testa e lhe entregava presentes também, fazendo toda a pose de mãe durona que ela tinha, ir ladeira abaixo. Eric faria qualquer coisa que aquelas crianças quisessem, elas o tinham na palma da mão. Na casa de Eric havia um quarto para cada um deles, cada quarto decorado de sua maneira.

– Papai, você não pode fazer tudo o que eles querem. — Elize sussurrou.

– Oh, querida! Por favor, deixe-me mimar os meus netos, eu já estou velho! — Eric passou as mãos nos cabelos brancos.

– Mas, papai- — Rapidamente ela foi calada quando Akihiko entrou correndo na cozinha.

– Mãe, olha isso! É a gente! — Ele mostrava alegremente um desenho que ele havia feito.

– É lindo, meu amor! Vamos, me deixe colocá-lo ali, para que eu sempre olhe. — Ela pegou a tela e pendurou, o pequeno riu, só então que Eric percebeu que lhe faltava um dente.

– Oh, o que é isso? O meu bebezinho está ficando banguela? — Eric pegou o menino sujo de tinta.

– Caiu ontem a noite! Papai disse que se eu colocar embaixo do travesseiro vou ganhar lembrança. — Akihiko riu.

– Bom, você fez um pedido? — Eric perguntou.

– Pedi que você viesse ver a gente, vovô! E realizou! — Akihiko mostrou a "janelinha" e Eric olhou para o netinho de cinco anos.

– Vou vir sempre que quiserem, amigão. — Eric bagunçou os cabelos do menino que deitou a cabeça no ombro do avô.

– Não acha que está na hora de um banho, porquinho? — Elize olhou para o pequeno garoto.

– Poxa, mamãe! Eu não quero agora... você me deixa ficar mais um pouco? — Ele fez aquela carinha de cachorrinho manhoso, junto de um bico.

– Mas, meu amor... — Ela começou e viu Eric com a mesma cara que o neto.

– Só mais um pouquinho, querida... — Eric disse.

– Tudo bem! Mas é só mais um pouquinho, Akihiko! Depois é direito para o banho! — Ela disse rendida.

[...]

Lucien era uma criança diferente, quando ele tinha quatro anos ele descobriu sobre a "sombra", ele não entendia, mas sabia que eles estavam por ali. Ele não era tão falante quanto os irmãos, ele era uma criança bastante curiosa, mas era muito tímido para dizer algo. Lucien também nunca foi uma criança mal-criada, ele era bondoso e educado. Elize já havia percebido que ele era diferente, mas como qualquer outra criança ele adorava ser presenteado, o sorriso largo em seu rosto era o que eles mais amavam. Rintarou o olhava com devoção, ele os amava mais que qualquer coisa no mundo.

Ele morreria por eles, mataria por eles, faria coisas inimagináveis por eles. Lucien, Akihiko, Rosy e Elize eram o ar que ele respirava. Rintarou jamais havia se imaginado naquela cena há alguns anos, ele jamais havia sequer pensado em ter uma família antes. Agora ele estava entre os dois filhos na varanda da casa vendo Elize e Rosy regando as rosas, haviam algumas borboletas por lá, Akihiko tentou pegar algumas delas, mas não conseguiu e voltou para o lado do pai.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora