🍇🍷Capítulo 107🍷🍇

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Monterrey

  O amor é o sentimento estranho, que algumas vezes acaba se tornando uma doença, o que certamente não se aplica ao que Saúl e Inês, sempre sentiram um pelo outro, até mesmo quando juravam se odiar. O amor deles era mais uma relação que foi do ódio ao amor... E do amor ao ódio, sem que nenhum deles tivesse culpa, ou tivesse se preparado para isso.

  Os dois estavam mais próximos do que nunca, desde que tiveram uma conversa muito séria com Rafael. A triste história repetida da empregada que se apaixonou pela filha dos patrões, engravidou dele, ele viajou, e os pais do rapaz a desprezaram e a mandaram embora sem mais, nem menos.

  E como Inês não poderia sustentar um recém nascido, teve de abandona - lo na porta de Rosuara, que o criou como seu filho. Até que um dia conheceu Isidro e seu filho, e os dois acabaram se envilvendo, se casando e tendo um filho.

Disposta a reencontrar o filho que há mais de vinte anos, sem que os filhos, ou o marido soubessem dr nada, Inês teve de recorrer ao seu antigo amor. Algo que a princípio, parecia ser um erro, mas que com o tempo, se mostrou ser a coisa mais acertada a se fazer, naquele momento.

  Agora os dois estavam tomando um delicioso café da manhã, no hotel onde ela estava hispedada, depois de tetem feito amor a noite inteira ontem, e mais duas vezes, na cama, e depois no chuveiro. Os dois estavam mais do que dispostos a lutar pelo amor que ainda sentiam um pelo outro, e que nunca deixou de existir dentro de seus corações, mesmo que para isso, tivessem que lutar contra tudo e todos. Pois bem maior do que todos os obstáculos do mundo, eram os seus sentimentos.

- Ainda nem acredito que estamos juntos de novo - Ele sorri para ela, cheio de esperanças - A noite de ontem foi tudo para mim, e só me fez enxergar o quanto eu ainda te amo, algo que neguei durante todo o tempo em que ficamos separados, e depois quando nos reencontramos, e você me disse que tínhamos um filho, até para mim mesmo.

- Eu também nunca deixei de te amar, Saúl - Ela respira fundo, antes de continuar, e tudo isso, sem desviar os seus olhos dos dele - Até mesmo quando estava casada com outro homem, era em você, somente em ti que eu pensava, e em mais ninguém, meu querido.

- O nosso filho é a prova viva de que o amor que nos uniu um dia, continua vivo, e cada vez mais forte dentro de nós - Ele então acaricia o rosto dela com as pontas dos dedos - E agora que finalmente nos reencontramos depois de tantas desventuras e desencontros do destino e da vida, prometo não permitir que nada, em nem ninguém, nesse mundo, venha a nos separar de novo, meu amor.

- Oxalá, Saúl, e que assim seja, como você acabou de me prometer, meu querido - Beija as pontas dos dedos dele com muito carinho - E queira Deus, que nada mesmo nos separe mais uma vez, considerando o quanto ainda nos amamos.

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  Não muito longe dali, numa pequena paróquia, singelamente pintada de azul celeste por fora, e por dentro de cores bem mais vivas e fortes, Rosaura se preparava para mais uma de suas intermináveis confissões. Sendo esta, um pouco diferente das anteriores, considerando a grande mágoa que havia em seu frágil coração, tantas vezes despedaçado.

  Ela se sentia a mais infeliz das mulheres, pois sentia que estava perdendo o seu filho mais e mais a cada dia. Isso tudo, sem contar as suas filhas, arrancadas dos seus braços ainda na maternidade, sem que ela nem pudesse imaginar que teve duas filhas idênticas, e não apenas um menino, que por ironia do destino, acabou nascendo morto, como ela pesnsou durante tantos anos.

  Ao chegar de frente ao mesmo confessionário, onde tantas vezes se confessou com o mesmo sacerdote, o sábio padre Tomás, Rosaura acabou se sentindo um pouco menos sozinha, já que considerava o mesmo, como um grande amigo seu.

Amores que sangram....Onde histórias criam vida. Descubra agora