🍷Capítulo 60🍷

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Roma - Itália

Recomeçar nunca é uma tarefa, ainda mais quando começa do zero, pois o simples fato de ter que se reinventar, por si só, já assusta muita gente, o que não é o caso de Marina Sepúlveda. Marina por si só é uma sobrevivente, desde os seus dezessete anos, quando perdeu seus pais num trágico acidente de helicóptero, onde ela só não estava porque nesse dia decidiu passar o dia com a sua madrinha, Regina. E se Marina conseguiu seguir em frente, assim que perdeu os seus pais, não seria o que houve entre Jerónimo e ela, que impedi - lá de continuar lutando e vivendo um dia de cada vez, por mais doloroso, que ele pudesse ser. Óbvio, que perder o seu filho faltando tão pouco para nove meses, a abalou profundamente, e a deixou um pouco surtada e frágil emocionalmente e psicológicamente, o que não era para menos, considerando que ela perdeu um filho que ela desejava muito, não só porqur amava Jerónimo, mas também porque o seu maior sonho sempre foi ser mãe, ter seus próprios filhos, netos, bisnetos, uma família grande, como ela nunca pôde ter, já que sua mãe morreu grávida de gêmeos, num acidente muito suspeito, onde seu pai também morreu. De volta a Itália, Marina se sentia renovada, ainda mais trabalhando ao lado de José María Casillas, um rapaz bastante simpático, que parecia ter um interesse genuíno nela, e mesmo que ela não estivesse nem um pouco afim dele, sua companhia era muito mais que bem - vinda, considerando o quão extrovertido ele poderia ser, independentemente de qualquer coisa, que viesse a lhe acontecer durante o dia. Os dois estavam trabalhando num grande projeto, a restauração de uma casa de mais de quatrocentos anos, algo que estava deixando Marina mais do que empolgada, considerando o quanto ela amava o seu trabalho, como engenheira civil, com licenciatura em arquitetura contemporânea.

- Trouxe para você; José diz assim que chega ao escritório onde os dois trabalhavam há mais de um mês, próximo a mesa dela, e lhe oferecendo um buquê de rosas vermelhas - Elas são bonitas, só que infelizmente não mais do que você.

- O mesmo galinha e conquistador barato, de sempre; diz aceitando as flores - Os anos passam, a vida passa, mudam - se as estações do ano, de primavera a inverno,  e você não muda, não é mesmo, José?

- Mas eu mudei, e muito, na verdade; se lembra do tempo em que Marina e ele ficaram juntos - Antes eu queria ter muitas mulheres em minha vida, e ao mesmo tempo, se fosse possível, mas hoje eu quero apenas uma.

- É mesmo? Não me diga; se faz de desentendida - E que mulher seria ela? Quem é a sortuda? - Ironiza, muito cética em relação aquela declaração dele; que mulher enfim, conquistou esse seu velho coração pirata e pistoleiro? Por quem você acabou se apaixonando dessa vez, meu tolo amigo?

- Por você, Marina, pensei que isso fosse mais do que óbvio; a olha com olhos suplicantes, quase como um filhote de cachorro, abandonado no caminhão de mudanças - Na realidade, eu sempre te amei, Marina, desde quando a gente ficava; engole em seco, se lembrando de quando Marina começou a sair com Jerónimo, depois que ele a traiu com uma de suas melhores amigas da faculdade, uma garota de quem ele nem se lembrava mais do nome, sedo algo pelo quê ele se arrependia até hoje, porque justamente por causa desse erro, Marina passou mais de dez anos sem falar com ele, fora que ela acabou se apaixonando pelo Jerónimo, que nem a amava de verdade, pelo menos não como ele a amava - Algo que eu nunca tive coragem de admitir, nem para mim mesmo, até agora...

- Sério? Você jura mesmo? Devo mesmo acreditar nisso tudo? - Levanta uma de suas sobrancelhas em sinal de pura descrença; e o que mudou agora, nesses mais de dez anos?

- Eu quase te perdi uma vez, agindo feito um idiota, ao te trair com a sua amiga no passado; ele parecia estar sendo sincero, mas a essa altura, Marina estava descrente de tudo, principalmente do amor - E não quero cometer esse mesmo erro uma segunda vez... Já que errar é humano, mas insistir no erro, é burrice...

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