Fazenda Bonita...
O clima na fazenda até que estava agradável, isso se deixar de fora o abatimento de Roberta, e a falta que Aurora sentia de Augusto. Matilde e Carlos, por sua vez, estavam mais apaixonados do que nunca, e ansiosos pela chegada de seus filhos, que seriam recebidos com alegria naquele seio familiar.
Rafael se sentia impotente ao ver sua Bonita tão depressiva, sem poder fazer nada para ajuda - lá, o que tornava a sua situação pior do que ela realmente era. Carlos estava feliz com a produtividade dos vinhedos, e a expectativa de um dia vir a se tornar um dos principais sócios de Rafael, Augusto e Jerónimo.
Mas ao que parecia, Matilde tinha os seus próprios problemas, e um deles, era justamente a sua preocupação com Aurora, que estava abatida demais para uma mulher que estava grávida, e de quase cinco meses. Faltavam uns dez minutos para a meia noite, e todos estavam mais do que ansiosos para o natal, que, em teoria, era uma época de paz, amor, e também de renascimento e perdão.
Enquanto muitos pareciam comemorar a véspera de natal, ansiosos pelo que os esperava, assim que chegasse o momento de comemorar o aniversário do menino Jesus, Roberta e Rafael não saiam de seu quarto para nada. Roberta se lembrava com nostalgia de seus tempos de criança ao lado de Renata, Matias e Gonçalo, um homem que durante muitos anos, foi mais que un pai para Renata, Matias e ela. Mesmo que a sua filha preferida fosse a Renata, a princesinha dele.
- Sinto falta dos natais que tinha em minha casa - Ela dizia aquilo de costas para ele, bem perto da janela, olhando para a lua, que estava cheia naquela noite - Eram bastante divertidos, a Renata era sempre a mais animada de todos nós, um raio de sol, iluminando as nossas vidas patéticas e frias.
- Ao que me parece, Bonita, você realmente gosta da Renata - Ele se aproxima dela, e a abraça por trás, encostando seu queixo na cabeça dela, sentindo o cheiro floral dos cabelos dela - Bem mais do que você imaginava. De uma maneira que nem mesmo você consegue entender, meu amor.
- É, pode ser, talvez você tenha mesmo razão, mas mesmo assim não consigo deixar de me sentir mal, só de lembrar das vezes em que prejudiquei a Renata, propositalmente - Ela fecha seus olhos por alguns instantes, se lembrando de um natal em especial, quando tanto ela, quanto a Renata tinham apenas treze anos - Principalmente quando nos duas, éramos crianças.
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Alguns anos antes...
Era uma linda manhã de natal, tanto Renata, quanto Roberta estavam ansiosas para abrirem os seus presentes de natal. Matias estava com a mãe dele, pois preferia passar o natal com Regina, que era bem diferente de Josefina, dócil e gentil, e o amava demais.
Renata estava mais animada do que Roberta, do que todos, o que não era nenhuma novidade, pois das duas, ela sempre foi a mais intensa em seus sentimentos, sendo de tristeza, ou de alegria. Já Roberta estava quase indiferente aquele dia, a única coisa que a animava, era a certeza de que ganharia muitos presentes, em especial da sua mãe, que a adorava e acabava desprezando Renata, sem que nehuma das duas soubesse o porquê, naquela época.
Gonçalo amava mimar as suas filhas, mesmo que naquela época já soubesse que nenhuma delas era sua filha de sangue, e de quase todas as mentiras de Josefina, que as vezes era chamada de Josy. Era uma linda manhã de natal, Renata e Roberta estavam abrindo os seus presentes, sentadas de frente para a árvore de natal, que estava no meio do salão.
- Aí, meu Deus, mas que lindo o meu presente, papai! Eu amei! E Era justamente o que eu mais queria - Renata diz isso ao abrir o seu primeiro presente, um cachecol laranja, que destacava a cor dos seus cabelos, meio loiros - Eu adorei o presente papai, muito mesmo.
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Amores que sangram....
AcakO amor surge nos momentos mais iconicos, nas leves brisas da primavera, no encanto outonal de folhas dançando no vento, ou simplesmente na chuva que cai dando vida e esperança para dias melhores. A vida não foi nada fácil para a bela e determinada R...