No capítulo anterior...
- Você deve ser o "amigo" de minha filha; era ninguém mais... E ninguém menos, que Josefina - Sou Josefina Alvaréz Monterrubio, mãe de Renata...
- Jerónimo; beija a mão que ela lhe estende, em sinal de cumprimento - Jerónimo Linares de la Fuente, a seu dispor...
- Não... Não... Mas não pode ser; começa a se sentir mal, e ter algumas vertigens, esse nome e sobrenome lhe eram bem mais que familiares - Estou tendo vertigens, preciso me sentar; Jerónimo a ajuda a se sentar num dos sofás da sala, ficando a frente dela, em seguida - Qual é mesmo o seu nome, meu rapaz? Acho que não o ouvi muito bem, quando você o falou...
- Jerónimo, senhora... Jerónimo Linares de la Fuente...
- Foi o que pensei; ela não podia deixar esse rapaz se envolver com a Renata... Ele não, por motivos ocultos e pessoais, então disse a Jerónimo, a primeira coisa que veio a sua mente, para manchar o nome da Renata - Mas mudando de assunto, Jerónimo, você sabia que a Renata já fez um aborto?
- Um aborto? A Renata já fez um aborto? Tem certeza disso? Ela foi mesmo capaz de fazer isso? - Pergunta, como se já não soubesse disso; não... Creio que não... Acho que não sabia disso... Conte - me mais sobre isso... Fale mais sobre esse pequeno delito da Renata...
- De que pecado meu vocês estão falando, dessa vez? Mãe? Jerónimo? - Era Renata ao lado de seu pai, muito perto dos dois, bem mais do que Josefina gostaria; que "pequeno delito" é este, do qual estou sendo acusada pela minha própria mãe? - Josefina e Jerónimo começam a se entreolhar, como se compartilhassem um grande segredo; vocês não vão me contar?
Agora...
- Sua mãe não me disse nada demais, nm mesmo teve tempo para isso; se afasta de Josefina e se aproxima de Renata e Gonçalo, que lhe olhava com ar de poucos amigos - Até porque ela tem teria o que me dizer, se fosse este o caso...
- Seu "amigo" tem razão; Josefina decidiu agir como Jerónimo, se fazendo de desentendida, algo que ela sabia muito bem como fazer, já que expert nisso, quase uma especialista - Eu passei mal, e ele estava apenas me ajudando, você não é o centro do universo, o mundo inteiro não gira ao seu redor, então pare de agir como tal, estamos entendidas?
- Se você realmente passou mal mais cedo, como está dizendo, minha cara; Gonçalo começa desconfiado - Decerto já deve estar se sentindo melhor, caso contrário; pensou em dizer algo desagradável, mas conseguiu se conter, bem a tempo - Caso contrário, como eu ia dizendo, estaria em seu quarto, neste exato momento... Ou estou enganadado, "querida" esposa?
- Sim, estou muito melhor; afasta Renata de si, que apesar de tudo que seu pai lhe dissera em seu escritório, acerca de todas as mentiras que Josefina lhe dissera ao seu respeito, ela ainda conseguiu se preocupar com ela, a sua mãe - Não precisa se preocupar tanto Renata, eu estou muito bem, como você mesma pode confirmar por si só...
- Tudo bem, mamãe... Acho que entendi muito bem o seu recado...
Nisso vê sua mãe se levantar, se aproximar de Gonçalo, colocando sua mão na curvatura de um dos braços dele, enquanto Renata continuava ali, onde estava, lembrando de toda a sua infância, adolescência e início de juventude, ao lado de sua mãe, que sem nenhum motivo aparente sempre a tratou como a sua pior inimiga.
....
Flashes de sua vida ao lado de Roberta e sua mãe, passavam pela sua vista, como num filme de terror e suspense... Mas uma lembrança a perturbava bem mais que todas as outras, a de seu aniversário de quinze anos, tempo em que Renata sonhava em ser bailarina clássica... Ela estava ensaiando alguns passos de balé, que iria dançar na festa, já com o presente de aniversário que seu pai lhe dera no pescoço, um lindo colar com pingente de R, presente este, que Roberta também recebeu, pelas fato das duas serem gêmeas bivitelinas (não idênticas), ao contrário dos gêmeos univitelinos (idênticos). Renata praticava alguns passos de balé, e levava jeito, quando sem mais nem menos, Josefina entrou em seu quarto sem pedir licença, desligou a música, e a pegou pelo braço, com muita força.
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Amores que sangram....
AléatoireO amor surge nos momentos mais iconicos, nas leves brisas da primavera, no encanto outonal de folhas dançando no vento, ou simplesmente na chuva que cai dando vida e esperança para dias melhores. A vida não foi nada fácil para a bela e determinada R...