🍷Capítulo 56🍷

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No capítulo anterior...

- Martin? Martin Reverte? Meu Deus, não sabe o quanto queria te ver de novo.... Mas você não mudou quase nada, bem diferente de mim, que mudei, e muito, desde a última vez em que nos vimos, coisa essa que você nem deve se lembrar mais, eu acho, mas que eu me lembro, como se tivesse acontecido ontem...

- Deve ser algum engano, minha cara; ele coloca seus óculos escuros em seus olhos - A senhora, na certa, deve estar me confundindo com outra pessoa, quem sabe, um equívoco, talvez?

- Não... Não é engano nenhum, e muito menos um equívoco, é você mesmo, Martín... Martin Reverte, para ser bem mais precisa - Ela o reconheceu por uma de suas identidades falsas, o que não parecia nada bom - Você não se lembra mais de mim?

- E deveria? Nem ao menos me lembro direito de você, para começo de conversa, o que só prova a sua importância em minha vida, ou a falta dela, naturalmente; a olha de cima a baixo, era uma bela morena de olhos cor chocolate - Julieta? É mesmo você? Quanto tempo...

- Exatos quinze anos, quase dezesseis, meu querido; ela se lembrava bem do tempo no qual ficaram separados, o que deoxou Augusto bastante impressionado, pela boa memória dela - Cheguei a pensar agora há pouco no pior, que não se lembraria de mim, mas vejo que estava enganada, você não me esqueceu, e ainda se lembra de mim, assim como ainda me lembro de nós, e muito bem, Martin... Eu precisava tanto te reencontrar, para te dizer uma coisa muito importante; ela lhe falava com a voz embargada de emoção - Te ver de novo, foi um presente dos céus, depois de tantos dissabores que tive em minha vida.

- Está bem, menos Julieta... Bem menos, afinal de contas, eu não sou tão inesquecível e bom assim, como você acha que se lembra de mim; ele então fixa seus olhos azuis no emaranhado castanho, que eram os dela a sua frente, sem nenhum pingo de emoção neles, ou pelo menos assim tentava transparecer para ela, que quase não o reconhecia mais como o homem doce, por quem um dia se apaixonou, a ponto de ter um filho com ele - E então? Agora que está me vendo de novo, e que enfim estamos frente a frente mais uma vez, o que quer de mim, afinal? Ou melhor dizendo, quanto quer para me deixar em paz e fingir que nunca me viu em sua vida, e que nem de longe, me conhece?

Agora...

- Cretino! Canalha! Imbecil! Como ousa me propor algo assim, dessa natureza tão sórdida e suja? Quem pensa que sou, afinal? - Tenta lhe dar uma bofetada, mas ele segura sua mão no ar, a impedindo de o agredir - Me solta, se não eu vou gritar! Juro que vou, Martin, e você me conhece muito bem o suficiente, para saber disso, do que sou capaz e também do que não sou, então me solta vê se agora.

- Tranquila, eu vou te soltar, mas não agora e muito menos aqui, vamos, venha comigo por favor; sai andando com ela para longe dali, para assim não chamar atenção demais, coisa que ela não queria de maneira nenhuma - Eu vou te soltar, mas somente quando você se acalmar, e me prometer que não vai tentar me agredir de novo.

- Tudo bem, eu te prometo, Martin; ela diz assim que os dois estão bem longe de onde estavam - Mas você pode me soltar agora, estou bem mais calma, e você está me machucando.

- Me desculpe por isso, sinto muito, de verdade, pelo modo que agi agora há pouco, quase como se fosse um selvagem, e justo contigo, uma das pessoas que mais magoei na vida; solta a mão dela, e passa as mãos pelos próprios cabelos, muito nervoso - Você me tirou do sério, quando tentou me bater.

- Acho que outra coisa te tirou bem mais do sério do que o tapa que eu ia te dar; ela o encara muito séria, como se o acusasse de alguma coisa, que nem ele mesmo tinha certeza do que era, exatamente - Você não gostou de me rever, que eu sei muito bem, por que você não gostou de me reencontrar depois de tantos anos? O que você tanto teme Martín? Que perigo eu represento para você? E por que quando falei com você, tentou disfarçar, dizendo que era engano?

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