No capítulo anterior...
- Martin? Martin Reverte? Meu Deus, não sabe o quanto queria te ver de novo.... Mas você não mudou quase nada, bem diferente de mim, que mudei, e muito, desde a última vez em que nos vimos, coisa essa que você nem deve se lembrar mais, eu acho, mas que eu me lembro, como se tivesse acontecido ontem...
- Deve ser algum engano, minha cara; ele coloca seus óculos escuros em seus olhos - A senhora, na certa, deve estar me confundindo com outra pessoa, quem sabe, um equívoco, talvez?
- Não... Não é engano nenhum, e muito menos um equívoco, é você mesmo, Martín... Martin Reverte, para ser bem mais precisa - Ela o reconheceu por uma de suas identidades falsas, o que não parecia nada bom - Você não se lembra mais de mim?
- E deveria? Nem ao menos me lembro direito de você, para começo de conversa, o que só prova a sua importância em minha vida, ou a falta dela, naturalmente; a olha de cima a baixo, era uma bela morena de olhos cor chocolate - Julieta? É mesmo você? Quanto tempo...
- Exatos quinze anos, quase dezesseis, meu querido; ela se lembrava bem do tempo no qual ficaram separados, o que deoxou Augusto bastante impressionado, pela boa memória dela - Cheguei a pensar agora há pouco no pior, que não se lembraria de mim, mas vejo que estava enganada, você não me esqueceu, e ainda se lembra de mim, assim como ainda me lembro de nós, e muito bem, Martin... Eu precisava tanto te reencontrar, para te dizer uma coisa muito importante; ela lhe falava com a voz embargada de emoção - Te ver de novo, foi um presente dos céus, depois de tantos dissabores que tive em minha vida.
- Está bem, menos Julieta... Bem menos, afinal de contas, eu não sou tão inesquecível e bom assim, como você acha que se lembra de mim; ele então fixa seus olhos azuis no emaranhado castanho, que eram os dela a sua frente, sem nenhum pingo de emoção neles, ou pelo menos assim tentava transparecer para ela, que quase não o reconhecia mais como o homem doce, por quem um dia se apaixonou, a ponto de ter um filho com ele - E então? Agora que está me vendo de novo, e que enfim estamos frente a frente mais uma vez, o que quer de mim, afinal? Ou melhor dizendo, quanto quer para me deixar em paz e fingir que nunca me viu em sua vida, e que nem de longe, me conhece?
Agora...
- Cretino! Canalha! Imbecil! Como ousa me propor algo assim, dessa natureza tão sórdida e suja? Quem pensa que sou, afinal? - Tenta lhe dar uma bofetada, mas ele segura sua mão no ar, a impedindo de o agredir - Me solta, se não eu vou gritar! Juro que vou, Martin, e você me conhece muito bem o suficiente, para saber disso, do que sou capaz e também do que não sou, então me solta vê se agora.
- Tranquila, eu vou te soltar, mas não agora e muito menos aqui, vamos, venha comigo por favor; sai andando com ela para longe dali, para assim não chamar atenção demais, coisa que ela não queria de maneira nenhuma - Eu vou te soltar, mas somente quando você se acalmar, e me prometer que não vai tentar me agredir de novo.
- Tudo bem, eu te prometo, Martin; ela diz assim que os dois estão bem longe de onde estavam - Mas você pode me soltar agora, estou bem mais calma, e você está me machucando.
- Me desculpe por isso, sinto muito, de verdade, pelo modo que agi agora há pouco, quase como se fosse um selvagem, e justo contigo, uma das pessoas que mais magoei na vida; solta a mão dela, e passa as mãos pelos próprios cabelos, muito nervoso - Você me tirou do sério, quando tentou me bater.
- Acho que outra coisa te tirou bem mais do sério do que o tapa que eu ia te dar; ela o encara muito séria, como se o acusasse de alguma coisa, que nem ele mesmo tinha certeza do que era, exatamente - Você não gostou de me rever, que eu sei muito bem, por que você não gostou de me reencontrar depois de tantos anos? O que você tanto teme Martín? Que perigo eu represento para você? E por que quando falei com você, tentou disfarçar, dizendo que era engano?
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Amores que sangram....
DiversosO amor surge nos momentos mais iconicos, nas leves brisas da primavera, no encanto outonal de folhas dançando no vento, ou simplesmente na chuva que cai dando vida e esperança para dias melhores. A vida não foi nada fácil para a bela e determinada R...