🍇Capítulo 15🍇

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No capítulo anterior...

- Tenha paciência, Augusto; ele estava restaurando um livro muito antigo de Shakespeare, Romeu e Julieta, a primeira versão, escrita pelo autor, o que aliás, não lhe saiu nada barato, diga - se de passagem, um de seus preferidos - Você sabe que preciso deste homem vivo... Que nós dois precisamos dele vivo... Para que assim possamos nos vingar da pessoa que provocou aquele maldito acidente que quase nos matou e tirou a vida dos seus pais...

- Não precisa me lembrar disso; por alguns instantes seus olhos se enchem de cólera - Só espero que você não se arrependa de confiar tanto à um homem como Juan Cristóbal, que mais de uma vez, se mostrou um verdadeiro inútil... Um covarde, que pode nos trazer mais de um problema... Mais problemas do que já temos.

- Quanto a isso não se preocupe; Ele para o que estava fazendo, por alguns instantes - Esse homem está inteiramente em minhas mãos, sei muito bem cada passo que ele dá, então não se preocupe; analisa o rosto de Augusto pelo que parecia ser uma eternidade - Mas não é só isso que te preocupa, pelo que eu estou vendo... Aposto que essa sua irritabilidade tem nome e sobrenome, e se chama Jerónimo Linares de la Fuente, ou estou enganado?

- Não; dá de ombros - Não está, a questão é que eu não confio no Jerónimo e vice versa e tem mais; pensa um pouco - E se ele der para trás igual o Rafael? E se ele se apaixonar pela senhorita Alvaréz, igual o tonto do irmão dele? Você já parou para pensar nisso? E no que faremos, caso isso venha a se repetir?

- Claro que já; ele lhe fala de um modo quase sinistro - E é como dizem, acidentes acontecem... E o pobre Jerónimo, pode muito bem o mesmo destino trágico do irmão, o que seria uma lástima quase que inevitável...

- Você seria capaz disso, Santiago? - Ele lhe pergunta estreitando os olhos e juntando as sobrancelhas; você seria mesmo capaz de matar alguém, mesmo que fosse o estúpido do Jerónimo, só para se vingar?

- Você não? - Ele lhe responde com outra pergunta; por que eu sim... Eu sim, seria capaz disso e muito mais...

- Sabe, tio; lhe fala um pouco preocupado e receoso também - As vezes você me assusta... E muito, tio Santiago...

Agora...

- A vida me deixou assim; lhe diz sem desviar os olhos dos dele - Meus erros me transformaram no que sou... E eu assumo parte da culpa, por ser assim, porque a outra é daquela mulher maldita, que destruiu a minha vida, mas não precisa ter medo de mim Augusto... Não quando para mim você é muito mais que um filho...

- Eu sei muito bem disso tio; o olha nos olhos - E o agradeço muito por tudo que fez por mim, em nome da minha mãe, sua única irmã.

- E em nome dessa gratidão, que você diz sentir por mim; o observa com cautela e desconfiança - Lhe peço um pouco mais de paciência...

- Tudo bem, Santiago... Tudo bem; por fim aceita a decisão de seu tio - Faremos como você achar melhor.

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Gonçalo era um homem infeliz, ele estava casado com uma mulher que não amava, estando apaixonado por uma que nunca o perdoaria. Ele era um bom homem, de nobres sentimentos, de boa índole, e que amava os filhos acima de tudo, e por esse amor continuava casado com Josefina, mesmo que isso o matasse por dentro, lentamente. Em seu escritório, tudo que Gonçalo conseguia fazer, era arrumar uma maneira de limpar o nome de sua querida Renata, que sem que ele soubesse o porquê, o lembrava tanto Regina, a mulher que mais amou em sua vida... O grande amor de sua juventude.

- Sabia que te encontraria aqui; Josefina entra sem nenhuma cerimônia no escritório dele, e se senta a sua frente, como se tivesse todp o direito do mundo - É madrugada, são quase quatro horas da manhã, e você aqui no escritório, como se não tivesse uma esposa, me deixando sozinha na cama, como uma qualquer...

Amores que sangram....Onde histórias criam vida. Descubra agora