🍇Capítulo 11🍇

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No capítulo anterior...

- Você deveria deixar essas drogas de cortinas fechadas; diz cobrindo os olhos com as mãos - O que quer de mim agora, mamãe?

- Me diga você, já que é tão inteligente; a desafia - Uma parte do nosso plano, foi concluída...

- Não estou no clima para as suas adivinhações; diz se contorcendo de dor, cólicas, que eram consequências de seu aborto... Do mal que ela havia feito a si mesma, ao Rafael, e, principalmente, ao seu próprio filho - Vá direto ao ponto... Por favor...

- Está quase na hora; diz cheia de si - Quase na hora de termos tudo que sempre desejamos... Tudo que é nosso por direito... A fortuna do seu verdadeiro pai... Roberto Gamba...

Agora...

- Sinceramente, mamãe; se senta na cama com um pouco de dificuldade, ela estava muito fraca - Não sei se isso é uma boa ideia... Se é a coisa certa a se fazer... E se quero mesmo fazer isso...

- Me poupe desse seu moralismo idealista, Roberta, que certamente você não puxou de mim... Desse seu falso ar de boa moça, que não lhe cai nada bem; diz tentando controlar sua raiva, ela precisava ser mais do que calculista e fria agora - É de um plano de praticamente uma vida inteira, que estamos falando aqui... E não vou abrir mão disso, nem mesmo por você e seus ideiais mais que deturpados... Por causa de um morto que nenhuma falta te faz... Um homem que nunca deveria ter feito parte da sua vida...

- Como você consegue ser tão fria? Eu sinceramente não consigo te entender! Você tem uma pedra no lugar do coração? Só pode! Você é má... Cruel... Fria... E calculista, mamãe... Como consegue ser assim? Como, mamãe? - Pergunta aos gritos; você não tem sentimentos... É oca por dentro... Fria e frívola...

- Cale - se Roberta! - Lhe dá uma bofetada que a faz cair na cama - Você me forçou a isso, a ser violenta com você e a fazer o que eu não queria, sendo ainda mais insuportável e teimosa que a inútil da Renata... Cale - se... Ou fale mais baixo pelo menos... Ou quer que nos ouçam? Não seja estúpida e nem tão pouco se faça de mártir na minha frente... Não quando conheço muito bem cada um dos seus podres.... E não banque a sonsa comigo, Roberta... Nós duas somos iguais... E justamente por isso sei muito bem a cobrinha que você é...

- Você é mais que insuportável, e detestável também... Mamãe, eu te odeio! Te odeio! Te odeio muito, mamãe; diz entre lágrimas - E eu queria muito, do fundo do meu coração... Não ser a sua filha, de verdade...

- Mas é, e nada pode mudar isso, "queridinha"; diz desafiante - Você é minha filha e justamente por isso, vai me obedecer... Fazer o que eu digo, sem me questionar... Ou então nem queira saber do que eu sou capaz... Nem queira... Você me escutou bem, Roberta?

- Difícil não te escutar; fala um pouco mais baixo - E pensando bem, mamãe, depois do que você fez ao Rafael... Eu não duvido mais de nada...

- Para todos os efeitos aquele imbecil se suicidou; fala com desdém, vendo sua filha passar a mão no próprio rosto, onde ela havia lhe batido - E eu não tenho absolutamente nada haver com o que houve, estamos entendidas? Para o seu próprio bem, espero que sim... Agora vá dormir... Amanhã será um dia muito importante para nós e para o que eu tenho em mente...

Assim que estava sozinha, Roberta olhou em seu calendário, e percebeu que amanhã seria o dia das mães... Um dia que a enchia de sofrimento e dor e a fazia refletir sobre muitas coisas... Especialmente a sua relação com Renata e sua mãe. Uma relação que, sinceramente, nunca foi das melhores, e em parte, Roberta sabia que a culpa era sua, pois nunca nem sequer tentou ser amiga de sua meio irmã, muito pelo contrário, na verdade... Ela sempre fez de tudo para tornar a vida de Renata impossível... Mas depois da morte de... Ou melhor dizendo, o assassinato de Rafael e do aborto, que foi obrigada a fazer por sua mãe, algo muito fundamental mudou dentro de Roberta... Algo que pouco a pouco, a estava transformando numa versão melhor de si mesma.

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