Cidade do México
Os dias pareciam se arrastar para Gonçalo, de sua cela de prisão, pois mesmo sendo inocente, ele estava pagando por um crime que não havia cometido. Um crime que quase cometeu, no calor de um momento, que mesmo tendo durado poucos instantes. Mas que no entanto, parecia ter durado bem mais, uma eternidade, para se ser bem mais exato para ele. Que sempre foi tão calmo, e comedido, mas quando se tratava dos seus filhos, e da vida deles em perigo, nada o impedia de fazer o que estivesse ao seu alcance, apenas para fazê - los felizes e mantê - los seguros, e bem protegidos, debaixo de suas asas de pai.
Mas agora ele estava pagando, por quase ter perdido a paciência com Antonio, que foi assassinado no mesmo dia, em que ele vistou o mesmo. E como se tudo isso não bastasse, Gonçalo nem conseguiu o que pretendia. Que em teoria, seria descobrir o paradeiro de sua netinha do coração.
No final, tudo foi em vão, e nada deu certo, já que além de não saber onde Nininha, um homem havia sido assassinado, e ele preso, por ter cometido este crime. E o que era pior, preso, já que mais uma vez, o seu habeas corpus havia sido negado em todas as instâncias possíveis. Mesmo com Honório fazendo tudo, e mais um pouco, para tira - lo dali.
Nada parecia o suficiente para, nenhuma prova estava ajudando Gonçalo em nada, ele se sentia um completo idiota. Um imbecil, que não sabia o que fazer, para sair daquela situação, na qual ele mesmo se colocou, por pura falta de auto - controle, para não dizer o mínimo. Gonçalo se negava a receber a visita de seus filhos, ele não queria que nenhum deles lhe visse naquela situação, que o mesmo, julgava patética, em todos os níveis possíveis.
Gonçalo teria feito o mesmo com Regina, a proibindo de vê - lo, se a mesma não tivesse ido contra essa ideia, e tendo ido o visitar uma porção de vezes, apesar dos inúmeros protestos dele. Pois, se tinha uma coisa que Regina não conseguia ser, apesar de seus momentos de ingenuidade, com algumas pessoas, era ser submissa, a quem quer que fosse. Regina aprendeu a ser uma mulher forte, desde criança, quando seu pai, e aquela que ela julgava ser a sua mãe, até um tempo atrás, a ignoraram em demasio, em sua infância. Se não fosse a dona Carla, sua mãe biológica, que foi sua mãe e seu pai, nos tempos mais difíceis da infância da mesmas, possivelmente Regina, não seria a mulher que ela era atualmente.
Se passou apenas um dia, desde que Gonçalo foi preso, mas parecia que tinha sido muito mais para todos, sobretudo para ele. Regina segurava ambas as mãos dele, sobre a mesa da sala de visitas, com seus olhos cheios de amor pelo mesmo. Gonçalo, mesmo preso, só de estar ali, ao lado de Regina, já se sentia bem melhor do que antes. Mesmo ainda achando que uma delegacia não era o melhor lugar para uma mulher frágil e delicada, como ele julgava que Regina fosse.
- Você não deveria estar aqui Regina, tanto que eu te pedi para não vir - Ele mal conseguia mira - lá nos olhos - Mas mesmo assim, não deixo de me sentir bem, te tendo aqui ao meu lado, mesmo sabendo que aqui não é o seu lugar, minha querida.
- Meu lugar é onde as pessoas que eu amo mais precisam de mim, ou então, junto das minhas crianças - Você precisa de mim aqui querido. E é por isso, que eu estou aqui, para te dar o meu apoio, alem de todo o amor que ainda sinto por você, Gonçalo.
- A nossa filha também precisa, e muito, de você - Encosta sua testa na dela, apesar das algemas em seus braços e pernas, o estarem atrapalando um pouco - Ainda mais agora, depois de tudo o que ela deve ter passado nas mãos daquele monstro.
- A própria Renata me pediu para vir te ver, querido - Ela suspira pausadamente, antes de continuar, tentando ao máximo, não perder a sua paciência com o Gonçalo - Ela e o Matias queriam estar aqui ao seu lado, mas alguém, que eu não vou dizer quem é, mas que apesar disso, está bem na minha frente, os proibiu de vir aqui, por que, Gonçalo? Por que você fez isso? Por que os proibiu de vir te ver? Só me diz o maldito porquê, que até agora eu não entendi.
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Amores que sangram....
CasualeO amor surge nos momentos mais iconicos, nas leves brisas da primavera, no encanto outonal de folhas dançando no vento, ou simplesmente na chuva que cai dando vida e esperança para dias melhores. A vida não foi nada fácil para a bela e determinada R...