🍒Capítulo 138🍒

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Divisa entre o México e os Estados Unidos...

  Saber da morte de Rosaura, foi mais que um choque para Josefina, pois apesar das desavenças das duas, e todo o mal que ambas fizeram uma para outra, as duas ainda eram irmãs, tinham o mesmo sangue. E durante muito tempo, tiveram o mesmo rosto, e compartilharam um homem, cada uma delas, tendo dois filhos deles.

  Nininha estava bem melhor, já que Josefina fez o possível e o impossível para que a menina ficasse bem, o mais rápido possível, e sozinha. Já que Gustavo pouco se importava com a menina, mesmo ela sendo neta deles.

  Josefina não era nenhuma santa, e nem tão pouco um anjinho de luz, mas havia um lado humano nela, mesmo que ela o escondesse dos demais, principalmente de seus inimigos. Ela amava seus filhos, apesar de não ter sido a melhor mãe do mundo para eles, e mesmo que Nininha fosse filha de Renata, a garota que ela aprendeu a desprezar, desde que a mesma nasceu, e neta da mulher que ela odiava, tendo o nome e aparência dela, e tudo, Josefina sentia um carinho muito especial por sua neta, que para o bem, ou para o mal, também era uma parte muito importante dela.

  Sendo filha de seu filho mais velho, a quem Josefina negligenciou por tantos anos, não sendo a mãe que ele previsava, e fazendo vista grossa, aos abusos físicos e psicológicos, que o mesmo sofria nas mãos de Gustavo, o pai dele. Ela se sentia culpada de muitas maneiras, principalmente pelo que fez com as filhas de sua irmã, agora que a mesma estava morta.

  Como Nininha estava dormindo tranquilamente no berço improvisado que Josefina havia conseguido, antes de sequestrar a menina, a mesma decidiu ficar um pouco sozinha, observando o nada, na sala. Ou pelo menos, no que parecia ser a sala, naquele cubículo, onde Gustavo, sua neta e ela estavam "vivendo", temporariamente.

- Se eu não te conhecesse muito bem, como te conheço, "Josy" - Gustavo começa como quem não quer nada, ficando de frente para ela - Eu diria que você está triste pela morte de sua hermanita, cariño mio.

- Você pensa que me conhece muito bem, não é mesmo? - Ela pergunta cinicamente - Quando na verdade, você nunca chegou a me conhecer de verdade, nem a mim e nem a minha irmã, você conhecia, de fato, tanto é que agora, só saem palavras inúteis da sua boca, e justamente por isso, te peço que se cale. Já que está mais do que evidente, que você não sabe o que me dizer, e nem como.

- Um coice de mula, teria sido bem mais delicado - Fala em um tom de troça, que sabia que irritaria profundamente Josefina - Se bem que, para alguém, que sequestrou as próprias sobrinhas, e as vendeu, quando as mesmas eram apenas recém - nascidas, até que você está emotiva demais.

- Você não precisa entender os meus sentimentos, e muito menos como eu me sinto em relação a morte da minha irmã - Ela o olha com um desprezo mais que evidente em seus olhos castanhos - Basta que eu mesma entenda, e ninguém mais, e isso, também incluí você, "cariño mio"

- Já vi que vou ter de aguentar mais chororô da sua parte - Revira os olhos, entediado - Igual quando o inútil do seu meio irmão foi morto pelo Antonio. Na verdade, seus dois irmãos foram mortos pelo Antonio, já que ao que parece, aquele imbecil é mais esperto do que imaginávamos, e acabou forjando a própria morte.

- Eu quase matei os dois, meus irmãos, no passado, por você - Ela se serve de uma xícara de chá - Sendo que você não vale sequer meia bala do meu revólver, e só por isso. Somente por isso, que eu não te matei ainda, mas sempre posso mudar de ideia, caso você continue a despejar besteiras nos meus ouvidos, nesse momento.

- Ok, eu entendi - Levanta as mãos, em sinal de rendição - Você quer ficar sozinha com os seus próprios pensamentos.

- Ótimo, que bom que entendeu o meu recado - Ela se senta no único sofá que havia ali, cruzando as pernas, voltando a ignorar Gustavo, completamente, quase como se o mesmo, nem existisse - Agora se não se importa, quero ficar um pouco sozinha. Que você me deixe um pouco só, saindo daqui, nem que seja por uma meia hora.

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