Cidade do México,Mansão Sóberon...
Era um dos dias mais importantes de sua vida, o casamento de seu filho mais velho, Matias, e mesmo preocupada como estava com dona Carla, Marina, sua afilhada, Roberta, apesar do que ela havia feito, e sua filha, Renata. As pessoas mais importantes de sua vida, pareciam estar correndo perigo, e Regina se sentia impotente diante deste fato. Dando os últimos ajustes em sua roupa, que era um vestido rosa claro, e nos seus cabelos que estavam em um coque bem feito, ela recebeu uma ligação inesperada de sua afilhada, o que a deixou muito feliz.
- Marina, meu anjo; a voz dela estava embargada de emoção, e esperanças, já que pelo que parecia sua afilhada estava bem - Que bom que me ligou, filha, estava morrendo de preocupações por sua causa... Não que eu esteja te cobrando, e nem nada, mas senti a sua falta... O Matias também e hoje é o casamento dele com a Adriana...
- Lembro dessa moça, ela quase quebra um dente meu, por ciúmes do Matias, quando éramos adolescentes; ela parecia estar rindo agora, mesmo que por dentro, estivesse em pedaços - Eu queria estar aí, ao lado de todos vocês, mas ainda não posso... Eu só... Eu ainda não consigo aparecer aí, sem que me doa a lembrança do que eu quase tive... Acontece que a ferida é recente, e ainda sangra, dinda...
- Eu te entendo, querida, fico triste de saber disso; tenta não chorar e muito cobrar demais de sua afilhada, que era o mesmo que uma filha para ela - Mas como já disse, eu te entendo...
- Fico feliz de saber disso, madrinha; agora era Marina quem parecia estar chorando de emoção - Já que sempre te vi como uma segunda mãe... Como meu porto seguro... Um ombro para chorar sempre que eu estava precisando e não sabe o quanto te agradeço por existir... E ser essa pessoa mágica, fantástica e especial, em minha vida, te amo dinda...
- Também te amo, como se você fosse uma filha, e muito me honra, saber que você me vê como a sua segunda mãe; a essa altura, Regina já nem tentava mais controlar as suas lágrimas de emoção - E quando puder, e quiser... Por favor, venha me visitar, dizer como está... Porque me preocupo muito contigo, e esses dias, sem saber nada de você, ainda mais depois de tudo que me aconteceu, e ainda vem me acontecendo, eu meio que acabei me sentindo num mato sem cachorro, como dizem no Brasil... Aflita, sem chão, quase como se... Quase como se uma parte de meu coração estivesse constantemente sangrando, em pedaços, e completamente ferido...
- Sinto muito dinda, essa não era a minha intenção; ela parecia mais triste, o que fez com que Regina começasse a se sentir culpada - Mas só que eu não podia continuar aí no México, depois que perdi o meu filho, doeria muito, toda vez que eu me lembrasse, ou então visse o homem que sempre amei... O pai do meu filho, de braços dados com outra mulher, a Renata, uma das meio irmãs de seu filho, o Matias.
- De fato, é compreensível; nisso se lembra de que a mulher de quem Adriana está falando, é a sua filha, a mesma que um dia foi arrancada de seus braços, quando ainda era uma bebê - Desde que você não deixe mais de ligar para mim, de me mandar mensagens... De responder as minhas mensagens, e retornar as minhas ligações, para que assim eu saiba que você está bem, creio que posso ficar longe de ti... Pois sei que ficar longe daqui, pode te fazer bem, curar as suas feridas... Suas dores... Suas perdas, enfim, tudo aquilo que tanto te aflige... Pois sei que quando você começar a se sentir melhor, certamente voltará para o México, sua casa, seu país... Seu lar, que foi onde você nasceu, minha querida...
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Amores que sangram....
AcakO amor surge nos momentos mais iconicos, nas leves brisas da primavera, no encanto outonal de folhas dançando no vento, ou simplesmente na chuva que cai dando vida e esperança para dias melhores. A vida não foi nada fácil para a bela e determinada R...