Amores que sangram....

🍒Capítulo 136🍒

Cidade do México...

  Sentimentos dúbios tomavam conta de Roberto, enquanto ele praticamente "martelava" as teclas de seu piano. Mas bem longe de sair um som desafinado e desagradável de se ouvir, saiam daquelas teclas de ébano e marfim, sons melodiosos. Mas a intensidade com que ele tocava o piano, dava a sensação de que ele estava "martelando" o piano, com os seus dedos finos e longos, ao invés de o estar tocando.

  Não havia sutileza alguma em seus dedos, mesmo que Roberto estivesse tocando com a sua alma, trazendo a baila todas as suas emoções e pensamentos. Principalmente depois de falar com Gustavo, e marcar com ele, o dia em que praticamente compraria a sua neta do mesmo, como se a menina fosse um saco de batatas, ou um mero objeto de adorno.

  E como se isso não bastasse, além de Elisa ter terminado o namoro dos dois, que mesmo começando como de fachada, já não era assim, há um bom tempo, sua filha também havia sido sequestrada. Renata havia sido sequestrada por uma pessoa ainda mais louca do que Gustavo e Rosana (Josefina) juntos. Ela estava nas mãos de Antonio Iriondo, um homem mais do que obcecado pela Regina.

  Um dos seus piores inimigos, o pai biológico de Ana Paula, um dos principais responsáveis pelo sumiço de sua filha, no passado. Roberto não era um homem de demonstrar seus sentimentos, ao menos não, como no passado, quando ele era bem diferente do que era agora.

  Antes ele foi um homem alegre e espontâneo, cheio de alegria e amor pela vida, algo que mudou drasticamente, assim que ele ficou sabendo do sequestro de sua filha, e Regina lhe pediu o divórcio. Josefina foi um erro em sua vida, alguém que apenas destruiu o que poderia ter sido especial em seu destino. Mas não foi apenas ela quem destruiu os sonhos dourados de Roberto, Gustavo, Isidro, que outrora ele pensava ter sido um dos seus melhores amigos, dentre outras pessoas, também foram responsáveis pela sua infelicidade.

   Mas apesar de todos os seus sentimentos, passados e presenetes, Roberto não podia se dar ao luxo, de pensar neles. Já que ele tinha outras prioridades em sua vida, que no caso, seriam, salvar as suas filha, e neta, de pessoas perigosas e cruéis.

  E tocando seu piano, Roberto conseguia pensar melhor, já que para o mesmo, a música era um dos principais alimentos da alma, e também da inteligência. Ele tocava por esse motivo, e por outros, tais como demonstrar todos os seus sentimentos, sem dizer uma única palavra. E também, porque tocando, ele se sentia bem mais próximo de seus melhores dias, onde a sua única preocupação era tentar fazer Regina e sua filha felizes.

  Mas isso já fazia parte de um passado mais do que distante, já que agora Regina estava se acertando com Gustavo, o homem que ela sempre amou, e Roberto estava interessado em outra pessoa. Ou seja, do grande amor que houve entre Regina e Roberto, pelo menos da parte dele, hoje restava apenas uma grande amizade entre ambos.

- Eu tinha me esquecido o quão bem você tocava, também, faz tantos anos que não te ouço tocar. Que quase já nem me lembrava que você sequer tocava, e ainda mais tão bem assim, quase como se um anjo e um demônio domiassem você em separado, e ao mesmo tempo - Era Regina aparecendo bem a frente dele - Você toca igual um demônio, muitas vezes, mas tem momentos que suas mãos são tão delicadas, que você parece um anjo. E há vezes, que você parece que, incorpora os dois ao mesmo tempo, tanto um anjo, quanto um demônio, quando está ao piano, a tocar peças mais do que, celebres, e inesquecíveis.

- Acho que já ouvi isso antes, ou quass isso, mas não com tanta ênfase, quanto você - Para de tocar adrupdamente - Creio que foi o Augusto quem me disse isso, mas não tenho muita certeza.

- Eu não deveria estar aqui, sei disso, Roberto, mas você me disse que eu poderia te procurar, caso precisasse de sua ajuda, o Augusto abriu a porta para mim, e saiu em seguida, eu preciso de sua ajuda, um conselho, uma ideia, qualquer coisa, para que assim eu me sinta bem menos aflita do que já estou - Ela parecia estar destruída emocionalmente, frágil como Roberto nunca a viu antes, em todo o tempo em que os dois passaram juntos - O Antonio me ligou de novo, ele está cada vez mais louco e exigente, temo pela nossa filha, mas eu,já não sei mais o que fazer.