🍇Capítulo 06🍇

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No capítulo anterior...

- Alô? Senhor Sanchez? - Era o nome do advogado, responsável pelo inventário de todos os bens de seu irmão; é o senhor?

- Errou feio Jerónimo; essa voz ele conhecia muito bem - Ainda se lembra da minha voz? Ou já se esqueceu de mim, meu amigo?

- Augusto?

Agora...

- Vejo que ainda consegue reconhecer bem a minha voz... Apesar do tempo que passou...

- Sim, de fato; ele lhe diz indiferente - Mas você errou numa coisa... Errou quando disse que era meu amigo, até onde sei, nunca fomos amigos...

- As coisas mudaram; pelo tom de sua voz, Jerónimo percebeu que Augusto não estava nada feliz ao ter de falar com ele, certas coisas nunca mudavam - Meu sócio, que também foi de seu irmão, Rafael... Deseja lhe falar...

- Sobre?

- Ele prefere lhe dizer pessoalmente; a voz de Augusto, neste momento, estava mais fria do que gelo - Se dependesse de mim, comprariamos a parte do Rafael, na vinícola, a que ele certamente deixou para você, mas infelizmente esses não são os planos de Santiago...

- Santiago?

- Quando estiver aqui no povoado; o povoado Valle de bravo, onde seu irmão havia construído com muito esforço sua vinícola - Você saberá tudo o que precisa saber sobre o meu sócio, Santiago, e os negócios que tínhamos com o seu irmão...

- Ainda hoje chegarei nesse povoado; diz com determinação em sua voz - E falarei pessoalmente com esse tal de Santiago...

- Não esperava menos de você...

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Josefina, Gonçalo e Roberta estavam a mesa se preparando para almoçar, Renata e Matias não estavam presentes ali, por motivos diferentes e distintos. Matias não estava ali presente, pois estava almoçando na casa de sua mãe, e Renata também não estava ali, pois estava se preparando para as primeiras gravações de amanhã é para sempre, enquanto já se preparava mentalmente para o seu próximo trabalho. Todos comiam em silêncio, sem nem ao menos trocar meias palavras entre si, Gonçalo olhava apenas para o próprio prato, enquanto se alimentava vagarosamente, já Roberta, essa mal tocava na comida. Josefina se sentia como se estivesse num velório, talvez um evento destes fosse bem mais animado do que aquele almoço em família.

- Bem, ao que parece, quando a Renata e o Matias não estão, meu marido perde o dom da fala; diz depois de tomar um gole de sei suco de laranja - Estamos aqui há mais de meia hora, e no entanto não há nenhuma espécie de diálogo nesta mesa...

- Talvez porque o silêncio seja melhor entre nós; diz Gonçalo, tentando controlar a sua raiva - Já que temos tão pouco em comum, nossos interesses e desejos nunca se conciliaram minha "querida", de tal modo, que chego a pensar, que uma conversa civilizada entre nós, por menor que seja... Pricipalmente entre você e eu, é muito mais que inviável, Josefina...

- Talvez o papai tenha razão; diz limpando seus lábios com um guardanapo - Talvez seja melhor continuarmos em completo silêncio, assim não haverá mais brigas desnecessárias nesta mesa... E por mais que eu deteste admitir, nessas horas, a Renata até que faz falta...

- Sinto discordar; diz com aquele ar de superioridade de sempre - Mas a Renata não faz a menor falta aqui em nossa casa, onde ela está sempre sobrando...

- Sinceramente nunca vou entender esse ódio todo que você sente pela nossa filha, Renata; mesmo sabendo que não era pai de sangue de nenhuma delas, as amava como tal, em especial a Renata, por quem sempre teve um carinho mais que especial - Por mais que tente com bastante afinco, nunca vou entender; tira seu guardanapo do colo, o coloca na mesa bruscamente, ante de se levantar da cadeira, sua refeição estava praticamente intacta - Vou para o meu quarto, perdi o apetite...

Amores que sangram....Onde histórias criam vida. Descubra agora