☕🥃Capítulo 111🥃☕

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Madrid - Espanha

O ano era 1965, a família Linares estava em alta, como nenhuma outra, sendo que eles eram donos da maior edportadora de bebidas do pais. Uma família que aparentava ser rica, o que não era mentira até o dia fatídico de vinte e quatro de outubro de 1929, quando a bolsa de Nova Iorque teve uma grande queda. Por ter ações nessa bolsa, a família Linares teria entrado em total estado de falência ainda no ano seguinte, caso os Gamba não tivessem emprestado dinheiro a eles. Um empréstimo com juros baixos, considerando que Gustavo, o primogênito dos Linares, era noivo da filha mais nova dos Gamba, a doce e sensível Mabel.

   O que nenhuma das famílias contava era com o rompimento do noivado entre Mabel, e Gustavo, depois de uma viagem que o jovem fez ao México, com destino a cidade de Monterrey. A segunda cidade mais importante do México, perdendo o posto de primeira mais importante, para a Capital do país, conhecida como Cidade do México.

  Gustavo voltou do México encantado com outra mulher, ou melhor dizendo, com outras mulheres. E ele estava tão encantado que acabou terminando o noivado com a sua prometida, fazendo com que a família dela viesse a protestar a dívida.

  Abandonada, Mabel teve de se casar rapidamente com outro homem, que não amava, para mais tarde não acabar se tornando a piada da cidade, e também porque tinha ido longe demais com seu noivo, antes de se casar com ele. Giovana, irmã mais nova de Gustavo, que na época era apenas uma adolescente, resolveu se posicionar sobre o assunto, indo confrontar o seu irmão mais velho, por não concordar em nada com as atitudes dele.

- Você tem ideia do que fez, meu irmão? Não, claro que não, caso contrário não estria tão tranquilo, a esse nível, quase executivo, depois da besteira que você fez, ou seria o seu cinismo, bem maior do que eu imaginava, Gustavo Linares? - Ela pergunta entrando no quarto dele, sem cerimônia, o acordando naquele momento com os seus gritos, sendo que passava do meio dia - Você terminou com a Mabel Gamba, sendo que temos uma dívida milionária com a família dela. Dívida essa desde de 1929, cujos juros só aumentam a cada dia, por falta de pagamento da parte da nossa família, que está aos pedaços desde que o nosso pai se suicidou no ano passado, o que você quer com essa sua atitude? Acaso quer matar a mamãe também, Gustavo?

- Quanto drama, Giovana - Ele diz se espreguiçando, com a maior calma do mundo - Não é como se eu tivesse cometido algum crime, só porque terminei um noivado, que ao meu ver, já esfriou faz tempo. Até porque este noivado entre Mabel e eu nem foi ideia minha, como você bem o sabe. Bem melhor do que eu, até, hermanita querida.

- Claro que esfriou, principalmente depois que você conseguiu o que queria da Mabel - Ela diz aquilo, sem reconhecer o homem a sua frente, como o seu irmão mais velho - E ela te amava de verdade, seu insencível!

- Mas que saco, Giovana, quanto melodrama e sentimentalismo da sua parte, você anda muito chata ultimamente garota, bem mais que antes - Revira os olhos, meio entedeado - Parece até que está naqueles dias chatos, que todas as mulheres tem, pelo menos uma vez por mês.

- As vezes eu olho para você e não te reconheço mais como o irmão mais velho carinhoso que você era, antes do que houve com o nosso pai - Ela suspira, cansada de ver no que o seu irmão havia se tornado - Tudo bem que antes do papai morrer, você já era esse bon vivant, que estou vendo agora, só que antes dessa tragédia que se abateu sobre toda a nossa família, e a abalou profundamente, você era bem mais humano do que isso. E amava a Mabel, como um louco, o que certamente era apenas um teatro da sua parte, analisando toda a sua relação com ela, atentamente, meu irmão.

- É, isso pode ser verdade, hermanita, mas para mim, meio que tanto faz agora, já não me interessa, nem um pouco - Ele então dá de ombros, indiferente - Mas tenho lá os meus motivos para isso.

Amores que sangram....Onde histórias criam vida. Descubra agora