CAPÍTULO V

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O despertador tocou me arrancando do sono, ou melhor, do sonho. Claro que tinha sonhado com ele. Como não sonharia depois de toda a intensidade do nosso dia? Parecia tão real que deu desgosto acordar. Ainda podia sentir seus lábios na minha pele... Queimava. Que coisa mais maluca!

Ainda estava muito cansada, mesmo tendo dormido, e naquele momento, levantar era a última coisa que meu corpo queria. Dormir tinha sido difícil. Eu vivera as mais diferentes e extraordinárias emoções no dia anterior. Conhecer o Sr. Rogers, naquelas circunstancias, a pequena briga, nossos, ou meus, momentos de tesão enlouquecedor, os de calma, os de provocação. Puta merda! Como iria conseguir completar os quatro meses de estágio ao seu lado, se cada segundo era repleto de sensações desconhecidas?

Levantei o corpo apenas para desligar o despertador. Precisava chegar uma hora mais cedo ou Carol pagaria por aquele deslize. Não era justo, principalmente porque ela estava sendo ótima comigo. Levantei de uma vez para encarar o chuveiro. Ainda me sentia flutuando com tanta novidade, principalmente a forma como eu reagia a meu chefe. A forma como ele me olhava, como me fazia sentir tocada.

Se, só com seu olhar eu ficava daquele jeito, imagine como me sentiria em seus braços? Meu corpo inteiro formigou. Não podia pensar nele daquela forma. O Sr. Rogers era meu chefe. Meu lindo, sexy, charmoso e muito rico chefe. Precisava colocar a cabeça no lugar para conseguir chegar no horário.

Apesar de tudo o que aconteceu no dia anterior, ainda não entendia ou acreditava que um homem, como o Sr. Rogers, pudesse sentir algum interesse por uma mulher como eu. Se é que ele realmente estava interessado em uma mulher como eu. Curiosidade? Talvez. Afinal o que eu tinha demais para atraí-lo?

Tudo bem que não sou feia, muito pelo contrario, mas um homem como ele com certeza poderia ter as mulheres mais bonitas da cidade ao alcance de suas mãos. Suspirei. Eu ainda teria que providenciar flores para Peggy e um presente para Ana. Quem eram estas mulheres? Meu Deus! Eram tantas perguntas.

A última reunião havia demorado e também foi muito mais cansativa do que imaginava. Várias apresentações em slides e inúmeros documentos para serem distribuídos. Meus pés ainda doíam só com a lembrança. Saltos altos não eram mesmo a minha praia. Senti tanta saudade dos meus tênis velhos. Eles teriam que esperar até o fim de semana. Isso se o Sr. Rogers não inventasse de marcar mais reuniões ou viagens de última hora.

Quando já estava quase terminando, ouvi o celular tocando em algum lugar. Saí do chuveiro, me enrolei rapidamente na toalha e corri para procurar pela bolsa. O som insistia em invadir o quarto me deixando a cada toque mais ansiosa, pois não me lembrava de onde a tinha deixado. Tirei as roupas usadas no dia anterior, que estavam jogadas em cima da velha poltrona do quarto, e encontrei a bolsa embaixo de tudo. O celular ainda tocava insistentemente. Consegui atender antes que a ligação caísse.

— Natasha? – reconheci de imediato a voz de Carol.

— Sim, Carol?

— Onde você está? – ia responder, mas ela não me deixou falar. — Pelo amor de Deus, me diga que já chegou à empresa.

— Não. Ainda estou em casa, mas estarei aí no horário...

— Você está atrasada – Carol parecia nervosa.

— Não. Combinei que chegaria uma hora mais cedo, ainda tenho vinte minutos – verifiquei o relógio sobre o meu criado-mudo.

— Natasha. Era para você estar aqui há dez minutos. Quando combinou com Steve uma hora mais cedo era uma hora mais cedo do que os trinta minutos que deveria chegar antes do seu horário. Ou seja, você esta atrasada.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora