CAPÍTULO XXVII

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Fiquei em casa cercada de papéis por todos os lados. Consegui preparar um relatório impecável. Só coloquei a cara para fora quando fui levar as roupas na lavanderia. Depois, mais papéis.

Bucky me ligou no final da tarde de sábado querendo me encontrar, expliquei sobre o relatório e ele aparentemente entendeu, inclusive se ofereceu para me ajudar, o que recusei com veemência, é claro.

Ele concordou, mas ressaltou que meu chefe exigia muito de mim sem respeitar ao menos os meus finais de semana. Preferi não contar sobre a viagem e decidi que assim que voltasse resolveria a situação com ele. Seria o melhor a fazer e o quanto antes. Bucky não merecia ser enganado.

No final do domingo não aguentava mais de tanta ansiedade. Minha mala já estava pronta desde sábado e eu estava gastando o chão do meu pequeno apartamento de tanto que andava de um lado para o outro procurando o que fazer. Quando enfim decidi que estava na hora de dormir, o celular tocou. Meu coração ficou imediatamente acelerado. Steve? Corri para atender. Não era Steve e sim Carol. Fiquei feliz. Gostava da minha nova amiga.

— Oi Carol.

— Nat! – parecia um pouco alegre demais. — Domingo das amigas, chegaremos aí em 15 minutos – o som alto misturado com a voz dela me confundiu.

— O que?

— 15 minutos, Nat. Tchau! – desligou. O que ela queria mesmo?

Voltei para meu quarto e quinze minutos depois alguém batia à minha porta. E não da maneira convencional. Praticamente arrombava a porta e tentava assassinar a campainha. Precisava acabar com o tumulto antes que os vizinhos reclamassem.

Dei de cara com Carol e Pepper. Impecavelmente arrumadas. Carol usava um vestido prateado brilhante, muito curto e com um decote generoso. Pepper, um vestido justo, rosa, tão curto quanto o de Carol, sem brilho, porém destacava o quanto seu corpo era majestoso.

As duas riam empolgadas, contudo o sorriso de Carol se desfez imediatamente quando viu meus cabelos presos numa trança e meu corpo envolto em uma camisola.

— Você ainda não está pronta? – praticamente gritou de desespero.

— Pronta para o que? Hoje é domingo e vamos trabalhar amanhã. Aliás, eu tenho uma viagem programada – Carol olhou-me sem entender.

— Você vai viajar com Steve outra vez? – sua pergunta foi quase uma acusação, porém respondi com naturalidade. Carol não sabia de nada.

— Sim. Seu irmão não me livrou desta – minhas palavras saíram quase como se estivesse revoltada. Graças a Deus fui capaz de mentir. Eu não gostava, mas era melhor assim.

— Bom. Steve é terrível. Não o deixe intimidá-la – revirei os olhos. Ela nem fazia ideia do quanto ele já havia me intimidado. — Agora se apresse. Precisamos sair – Carol praticamente me empurrou para dentro do apartamento e já foi me levando para o quarto, que não era muito difícil descobrir onde ficava.

— Carol, não posso sair.

— Desista, Nat – Pepper falou com os braços cruzados e apoiada à porta do quarto. — Ela fez o mesmo comigo.

— Você precisa respirar um pouco, Pepper. Passar a semana enfurnada na empresa e os dias de folga no quarto do Tony não faz bem a sua saúde. Além do mais, Thor está um porre e eu preciso das minhas amigas esta noite.

Seus olhos piscavam encantando quem os olhasse. Eu sorri totalmente entregue àquela bruxinha. Carol abriu meu guarda roupas e procurou por algo que sabia que existia. Tirou de lá um vestido vermelho que ela mesma me forçara a comprar, e que eu havia jurado que nunca usaria, e o jogou para mim.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora