Ainda sem saber o que poderia esperar, concordei sem emitir um único som e me virei para abrir a porta. Caminhei sem olhar para trás assim que adentrei ao escritório e só parei quando ouvi o baque da porta sendo fechada e lacrada. Steve não deu mais nenhum passo. Ele me avaliou por uma eternidade. Parecia ponderar sobre o que dizer.
— Este escritório é monitorado?
— Sim – minha voz estava engasgada. Tive medo de criar qualquer expectativa favorável com a sua pergunta, afinal de contas, se ele não queria que ninguém invadisse a nossa privacidade seria por dois motivos: ou ele me mataria, ou cederia de uma vez e ficaria comigo.
— Existe alguma parte desta casa que não seja fiscalizada? – sua voz ainda era dura e seca, o que me fazia recuar um pouco.
— Levando-se em consideração que este é o foco principal do interesse de Peggy, as partes mais importantes são constantemente vigiadas. Se não por seguranças, pela nossa equipe que controla tudo pelas microcâmeras estrategicamente distribuídas – ele continuou me olhando sem nada dizer. As mãos no bolso do jeans e os ombros levemente encolhidos. — Meu quarto é um campo neutro.
Ele hesitou. Tentei me manter impassível, sem demonstrar interesse ou qualquer emoção por conversarmos em meu quarto. Steve passou a mão nos cabelos e com um suspiro concordou. Abri a porta e caminhei a sua frente, ciente de que ele ainda estava pouco familiarizado com o apartamento.
— Phil está aqui? – ele quebrou o silêncio atrás de mim. Dei de ombros.
— Ele não tem um horário certo. Está sempre que necessário. Acompanha a equipe de perto...
— Quando vou saber exatamente de tudo?
— Quando quiser – olhei para trás para deixar claro que eu dizia a verdade. — Nada mais será feito sem a sua permissão, muito menos contra a sua vontade – esta parte eu já não tinha tanta certeza.
Ele ficou calado. Continuou caminhando atrás de mim, acompanhando meus passos até alcançarmos meu quarto. Segui o padrão, entrando e deixando a porta aberta para que ele ficasse à vontade. Steve entrou e fechou a porta. Virei-me para encará-lo e vi ali um homem completamente perdido. Ele parecia bastante confuso, sem saber qual seria a melhor atitude.
Suas mãos voltaram aos cabelos, puxando-os para trás. Steve olhou para o ambiente, percebendo a cama logo atrás de mim, mas preferiu a poltrona, um pouco afastada. Sentou e apoiou os cotovelos nas pernas e a cabeça enterrada nas mãos. Durante um tempo permanecemos assim. Tive medo de quebrar o silêncio e receber algo não muito agradável a meus ouvidos. Ele levantou a cabeça, olhando-me nos olhos e eu entendi que não era o meu Steve apaixonado que estava ali.
— Você não foi trabalhar – seus dedos entrelaçaram-se apoiando o queixo. Os olhos ainda fixos em mim. Soltei o ar dos pulmões e sentei na beira da cama sentindo meu mundo girar.
— Eu não sabia o que você queria. Devolvi as ações e não tinha mais nada para fazer lá.
— Eu as queimei.
— Eu sei – ele ficou surpreso com a minha revelação. — Bobbi contou ao Bucky – seu rosto deixava claro que não estava nada satisfeito com aquela situação.
— Teoricamente continua sendo seu. E ainda é a minha analista. Se pretende levar este jogo a frente, ficar afastada da empresa não é o melhor caminho – fiquei em silêncio, observando-o.
O que Steve queria? Eu não tinha vontade de conversar sobre nada que não fosse nós dois. Queria saber quando finalmente ele me tiraria do castigo e voltaria a ser meu. Apenas meu.
— Eu quero você na empresa, Natasha – não havia emoção em sua afirmação. — Temos uma viagem em poucos dias e preciso me organizar para isso.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfic"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...