CAPÍTULO XLI

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Precisava pensar em algo o mais rápido possível. Tinha que arrumar uma desculpa. Uma que o fizesse recuar. Que demonstrasse e reafirmasse o meu amor. Que fosse forte e verdadeira o bastante para fazê-lo acreditar em mim. Pensei muito em uma razão, alguma coisa, qualquer coisa... E estava lá. A desculpa perfeita. Peggy.

Levantei os olhos, bastante constrangida pelo flagrante e pela mentira que contaria. Steve aguardava. Ansioso demais. Tal ansiedade não era inerente à sua personalidade. Por mais que tentasse encobri-la por detrás daqueles olhos frios e gestos calculados. Ele realmente ficou incomodado pelo que eu havia feito.

— Desculpe! – ele fechou os olhos e puxou o ar com força. Impaciente. — Eu sei que você não tolera desculpas, mas nesse momento não consigo pensar em nenhuma outra palavra para expressar o que estou sentindo. Então, Steve, por favor, me desculpe.

Minhas palavras foram verdadeiras, o que me ajudou a continuar com a mentira.

— O que você estava procurando?

— Não sei. Eu... Droga! Como sou insegura e infantil – escondi o rosto com as mãos.

— Fale, Natasha! Pelo amor de Deus, fale – gritou ele, deixando a irritação dominá-lo.

— Hoje, quando Peggy ligou... – comecei respirando fundo para organizar a desculpa na minha cabeça. — Eu não sei o que deu em mim, Steve... Achei que você estava mentindo e que iria se encontrar com ela. Você sabe, Peggy está tentando ganhar mais tempo. Não sei. Ainda estou bastante insegura em relação à forma como pretende conduzir esse jogo. Eu... – olhei nos olhos dele e percebi que toda a raiva havia se dissipado, deixando no lugar um pouco de frustração, compreensão e até mesmo... Amor. — Steve, eu não sei como agir. O que eu sinto é tão verdadeiro que gostaria de encontrar uma maneira de fazer você entender, no entanto, sempre acabo recuando, fazendo besteiras e deixando que outras pessoas consigam me atingir – as lágrimas caíram com facilidade. Ele se ergueu, passando pela mesa e me tomando em seus braços.

— Ah, Nat! Eu sinto muito, sinto muito – seus braços acariciavam minhas costas e seus lábios roçavam meus cabelos. — É que vivo em um campo minado. Todos os meus passos devem ser planejados em cada detalhe e você... Droga, Natasha! Eu deveria mantê-la afastada de toda essa merda, porque sei do que Peggy é capaz. Eu não consigo mais, Nat. Não consigo manter você distante e me sinto péssimo por ser tão egoísta.

— Por favor não comece com essa história de que deveríamos ficar separados. Já fizemos isso antes e sabemos que não dá certo. Steve, nós temos que enfrentar tudo juntos. Juntos, entendeu?

Segurei o rosto dele nas mãos. Ele focou em mim, como se tivesse encontrado seu porto seguro. Então, relaxou. Era visível.

— O que imaginou que encontraria?

Não me acusava mais, apenas dava continuidade à conversa, mesmo assim eu fiquei tensa.

— Não sei. Um papel, um recado. Sei lá. Qualquer sinal de que eu estava no caminho certo - dei de ombros, me sentindo horrível por esconder dele a verdade. — Sinto-me uma estúpida.

Desviei o olhar, envergonhada. Steve riu e me segurou pelo queixo, exigindo meus lábios para um beijo breve.

— Sim, uma estúpida, a mais bonita que já conheci.

Sorri agradecida por não precisar entrar em uma discussão maior. Ele me conduziu até que eu tivesse que me apoiar na mesa. Todo o clima mudou em um passe de mágica.

— Já que não temos mais um problema...

— Steve, estamos no trabalho!

Que idiotice. Como podia acreditar que para ele faria diferença estar no trabalho, na minha casa ou em qualquer outro lugar do planeta? Eu nunca conseguiria detê-lo. E de onde tirei a ideia de que poderia resistir a ele?

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora