Pleasure | Love (Romanogers)

Capítulo Setenta e Seis

Steve me olhou com emoção. Por um segundo eu pensei em voltar atrás. Mas precisava ser corajosa o suficiente para seguir em frente. Aquele reencontro não seria nem um pouco desconfortável perto do que ainda teríamos pela frente. Ele teria que ser forte. Eu precisava ser forte.

— Reunião do conselho sem a minha presença? Não acredito que isso seja possível – evitei olhar em sua direção. Era difícil demais manter-me firme diante do seu olhar. Principalmente depois de tanto tempo. Porém foi impossível permanecer distante da sua presença. Steve era como um ímã. — A maior acionista do grupo não foi comunicada a respeito desta reunião. Foggy?

Sinalizei para que meu advogado cuidasse de comunicar as novidades. Sharon, como havíamos combinado, tratou de ajudar. Naquele momento minha atenção estava toda voltada para Peggy. Era o golpe que ela precisava levar e o que eu sonhei e planejei por longos três meses. Sorri deliciada com a sua reação.

— É exatamente o que vocês estão lendo. Eu, Natasha, sou a maior acionista do grupo Rogers Medical Systems. Comprei as ações do Sr. Rogers. Todas. Por isso declaro que esta reunião está encerrada. E que este deslize não volte a acontecer.

— Como? Nat? Você... – Carol levantou e caminhou em minha direção. Tive o cuidado de manter-me fria e distante. — O que está acontecendo? Onde você esteve? Steve... – e então ela se deu conta que estava em meio a um golpe.

Em instantes eu vi as emoções modificarem no rosto daquela que havia sido minha amiga. Ela olhou para Ana e para Steve e depois para mim. Seus olhos cheios de lágrimas e dor.

— Explique isso – falou ainda incapaz de acreditar.

— Eu explico – Foggy tomou a frente enquanto eu caminhava pela sala. Steve não tirava os olhos de mim. — O Sr. Rogers vendeu suas ações a minha cliente. Todas como já foi dito. Desta forma, estamos assumindo a direção do grupo Rogers Medical Systems, como é de direito.

— Impossível! – Peggy esbravejou espantada demais para manter a compostura.

— Não. Vocês receberam uma cópia do contrato de venda. Assinado pelo Sr. Rogers e pela Sra. Natasha – Foggy me olhou com receio, tomando o devido cuidado para não mencionar nada além disso.

— Steve não pode vender as ações dele. Eu sou a esposa. Eu tenho direito sobre elas.

— Não com o pedido de divórcio datado anteriormente a assinatura do contrato – tomei a palavra sorrindo triunfante. — Eu sou a dona de tudo. Nosso querido Steve Rogers teve o cuidado de manter em segredo o nosso acordo, mas agora eu estou de volta e ansiosa para voltar ao trabalho.

— Steve? – Ana parecia chocada com a minha revelação. Steve continuava me encarando.

Seus olhos eram um pouco de tudo: medo, raiva, tristeza e saudade. Saudade! Eu não poderia me permitir.

— Ela está falando a verdade. Sinto muito! – desviou os olhos e se mexeu desconfortável em sua poltrona.

— Por que você fez isso? Sem conversar com o conselho, comigo que sou seu irmão! Steve, eu pensei que seus planos eram outros – Tony estava perdido.

Incapaz de entender que, naquele momento, Steve e eu não éramos aliados e sim inimigos. Talvez mais do que de Peggy.

— Não é nenhum segredo que eu e Steve éramos amantes até pouco tempo atrás. No auge da sua guerra com Peggy ele me convenceu a assinar este documento. Um pouco antes do conselho aprovar as novas medidas, que o impediriam de me vender suas ações sem o consentimento de vocês.

— Então é tudo uma jogada, Steve? Vocês agiram para me impedir de ficar com as ações? – Peggy não escondia a raiva, Steve nada dizia. Ele me observava, como um predador analisando a sua presa.