CAPÍTULO XX

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— Boa noite, Srta. Romanoff – foi cortês e sucinto.

— Sr. Rogers! – ainda estava chocada com a sua presença. — Aconteceu alguma coisa?

— Sim – sorriu torto e me perdi em seu sorriso. — Preciso de um contrato e não consigo encontrá-lo. Posso entrar? – abri a boca, mas não consegui responder. Minha voz não saía. Ele se aproximou, forçando-me a saí da sua frente dando-lhe passagem. Steve e Bucky se olharam atentamente. Bucky se adiantou.

— Bucky Barnes – levantou a mão e Steve a apertou educadamente.

Assistir ao dois, ali, na minha pequena sala, foi sufocante e estranho demais para mim.

— Steve Rogers.

— Ah! O chefe da Nat – Bucky demonstrou um pouco de surpresa, mas manteve-se seguro, mesmo deixando transparecer, ao menos para mim, o quanto ficou incomodado.

— Isso mesmo – apesar da educação com que se tratavam, era perceptível a tensão no ar e não só por minha causa. Bucky parecia compreender que ali estava um concorrente e por isso assumiu a postura de namorado, apesar de não ser.

— Em que posso ajudá-lo, Sr. Rogers? – interferi na conversa.

— Quero que vá comigo até a empresa, Srta. Romanoff.

Ele não me disse "se você puder" ou "se não for atrapalhar", apenas disse "quero que vá", como uma ordem. Meu sangue ferveu. A palhaçada toda da boate, ele de mãos dadas com a esposa, e, naquele momento interferindo em minha vida pessoal mais uma vez. Aquilo precisava acabar.

— Eu posso dizer onde está o contrato, Sr. Rogers. Não preciso ir até a empresa para encontrá-lo – seus olhos brilharam. Ele parecia se divertir. Que ódio!

— Eu tenho outras coisas a fazer e não posso perder tempo procurando o contrato – ah não! Ele não me venceria.

— Desculpe-me, Sr. Rogers, hoje é sábado. Estou com visita em casa e não posso sair – os olhos dele se estreitaram. — Quem sabe na segunda-feira...

— Agora, Srta. Romanoff – sua voz saiu ríspida, no entanto ele sabia que não podia me tratar assim na presença de Bucky, então aliviou. — É uma negociação importante e não posso esperar até a segunda-feira.

— Nat? – Bucky chamou a minha atenção. —Tudo bem! – suas mãos acariciaram meus braços e os olhos de Steve acompanharam o gesto. Eu podia jurar que, se pudesse, meu chefe mataria meu "ficante". — Vá procurar o contrato e volte. Eu fico esperando – sorriu para mim deixando claro suas intenções. Steve mordeu os lábios. Quase, mas quase mesmo, fiquei feliz pela sua reação.

— Desculpe-me, mas acredito que vamos demorar – olhei para ele e meu queixo praticamente caiu. Que cara de pau. — Preciso que ela redija alguns textos, que tire cópias do contrato e o envie por fax além de protocolar e arquivar. Acho que vamos varar a noite no escritório.

— Não vamos, não – ambos me olharam admirados pela minha revolta. — Não vou a lugar nenhum. Vou ficar aqui e aproveitar o meu sábado – cruzei os braços no peito e o encarei como uma criança que desafia os pais pela primeira vez. Meu coração estava acelerado e meu rosto vermelho.

— Srta. Romanoff. No seu contrato existe uma cláusula que deixa claro...

— Nat – Bucky me advertiu. — Você precisa ir, amor – "idiota". Tive vontade de gritar isso para ele. "Não vê que ele vai fazer comigo o que você estava intencionando fazer?".

— Viu? Até Bucky sabe o que é correto – Steve foi sarcástico. Tive vontade de esbofeteá-lo.

— Tudo bem, vou e volto o mais rápido possível. Espere-me aqui, Bucky. Prometo que volto logo – sorriu achando que eu defendia o meu direito de estar com ele.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora