CAPÍTULO LXII

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A nossa tarde foi de reunião e visita às empresas. Steve voltou a ser o CEO frio na frente dos outros, mas seu olhar morno e terno para mim deixava claro de que o meu Steve ainda estava ali, por detrás daquela máscara. A única vez que o vi incorporar completamente o sentido CEO da palavra, foi quando Daniel ligou.

Meu chefe ficou tenso. Muito tenso. Seus olhos dispararam para mim e mesmo tentando disfarçar, não conseguiu esconder que algo sério estava acontecendo. Peggy estava novamente entre nós. Estremeci só de pensar no que poderia ser.

Desta vez ele não me disse nada. Escutou o que Daniel dizia e finalizou com apenas: "este não é um problema meu e nada do que ela diga vai me convencer do contrário". Pensei e repensei sobre esta frase sem consegui formular em minha mente algo que me levasse ao X da questão. Sinceramente? Eu tinha até medo de descobrir do que se tratava. Era muito provável que meu relacionamento estremecesse um pouco por causa disso. Involuntariamente segurei o coração que ele havia me dado e senti como se o meu próprio estivesse sendo esmagado.

Caminhamos pela empresa com Steve fazendo colocações e me pedindo sempre alguma coisa, para anotar ou analisar. Não era seu método de trabalho. Meu amante tentava desviar a minha atenção e eu, apenas para me enganar, permiti que ele o fizesse. Estávamos em uma viagem não só de trabalho, também cheia de revelações e planos para nós dois. Por isso, pelo menos temporariamente, queria me manter nesta bolha. O que quer que fosse, poderia aguardar.

No final do dia ele aparentava mais tranquilidade, apesar de o tempo todo me sondar com o canto dos olhos, esperando minhas perguntas que não chegariam. Eu me recusava a estourar a nossa bolha. Decidimos jantar em casa. Passamos no mercado, compramos penne e alguns ingredientes para um molho branco com cogumelos. Eu cozinharia, já que Pepper se negou a estragar a escova com o vapor da comida e Carol... Bem, Carol mal sabia onde ficavam os utensílios da cozinha.

Coloquei a massa na água quente, aguardando o tempo correto e enquanto isso, preparei os ingredientes do molho. Steve subiu para nosso quarto para tomar um banho e acredito completar a sua ligação e resolver seus problemas com Peggy e Daniel. Fiz questão de demorar bastante na preparação de tudo. Eu não queria ouvir nem a frase final da conversa.

Com tudo pronto e, quase todos a postos, fui tomar meu banho.
Usei meu sabonete líquido preferido, lavei os cabelos, grudados na pele por causa do calor, deixei a água gelada lavar a minha alma e depois passei um belo tempo espalhando uma água de banho, que eu adorava, pelo corpo. Ainda úmida, já com a pele fresca e cheirosa, desembaracei meus cabelos. Escolhi um vestido de alcinhas, preso nos seios e solto no corpo, que descia até minhas coxas e coloquei uma sandália de dedo. Passei gloss nos lábios, apenas para não ficar totalmente sem maquiagem e deixei os cabelos soltos caindo pelas minhas costas.

— Pronto – disse para a minha imagem no espelho.

— Já era tempo – Steve chamou a minha atenção para a porta do closet.

Nossos olhos se encontraram e de novo a sensação de que algo estava errado. Fechei os olhos expulsando este pensamento. Ainda tínhamos aquela noite. Eu queria aproveitá-la e não desperdiça-la com assuntos que poderiam ficar para depois.

— Espionando, Sr. Rogers? – brinquei para afastar a névoa entre nós dois.

— Há sempre algo para se descobrir em você, Srta. Romanoff – caminhando em minha direção, ele me abraçou forte. Parecia ter medo que eu escapasse. — Cheiro bom! – seu rosto estava enterrado em meu pescoço.

— Apenas água e sabão – ele riu.

— Sei. Com fome?

— Muita! – Steve levantou uma sobrancelha e depois sorriu maliciosamente para mim. — Fome por dois?

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora