— Eu não sabia! – Thor se justificava pela milésima vez. Eu não estava muito a fim de ouvir desculpas, estava apenas muito tentado a matar alguém.
— Vá para o inferno, Thor! Eu deveria ter te matado e enterrado em algum lugar na Tailândia – ouvi Sharon rir e fiquei com mais raiva. Ela também era culpada.
— O mais importante é que Natasha está bem, sem nenhum problema aparente – vi quando Bucky e Thor trocaram um olhar estranho.
— Qual é o problema de vocês? Qual o motivo deste olhar?
— Ficamos preocupados com o estado dela, Steve. Apenas isso – Bucky tomou a frente respondendo com segurança.
— Ah, claro! Ninguém aqui conhece Natasha, não é? Ninguém imaginava que ela surtaria quando soubesse sobre o documento? Eu nem consigo acreditar nisso!
— Eu não consigo acreditar que você ainda tente enganar Natasha, Steve! – Bucky rebateu sem pestanejar. — Será que tudo o que vocês já viveram não foi o suficiente para que aprendesse que não dá para sustentar um relacionamento com mentiras?
Ok. Eu tive muita vontade de acertar um soco na cara daquele idiota, mas não podia. Não podia revelar para eles o meu real motivo por ter escolhido poupar Natasha daquela decepção. Desde que meus pensamentos conseguiram concluir as minhas suspeitas, minha única vontade era protegê-la.
Eu imaginei, quando a observava fingir dormir, no dia em que enfim fizemos amor em minha casa, no dia em que ela me disse que não queria mais nada e me devolveu as ações para logo em seguida me contar toda a verdade. Ou uma parte da verdade. Depois comecei a prestar mais atenção ao seu comportamento. Natasha era um turbilhão de confusão. Uma hora estava bem e no segundo seguinte estava péssima. A princípio neguei com veemência. Ela nunca me esconderia uma situação como aquela. Ah não ser que... Sim, eu cheguei a acreditar nesta hipótese. Claro que pensei. Ela voltou mudada, casada, arrotando uma felicidade que eu sabia não existir. Tinha que haver algum motivo mais forte do que apenas voltar para me ajudar. Quis simplesmente sumir. Não podia acreditar que ela seria capaz.
Afastei-me, repeli Natasha tentando me convencer de que apenas topei o jogo porque era uma ótima estratégia. Mas ela jurava o seu amor. Sofria com o meu afastamento e eu finalmente comecei a pensar em outra versão. Confesso que me deixou muito mais animado, confortável e feliz. Aos poucos fui cedendo, prestando mais atenção e todas as evidências estavam lá: enjoos matinais, mudança súbita de humor, a urgência em resolver tudo, os seios fartos, o aumento quase imperceptível de peso, a barriga ganhando um pouco mais de volume. Não podia ser outra coisa.
Eu queria confrontá-la. Questionar o motivo por estar me escondendo, mas Natasha não me dava nenhum indício de que tentava me enganar e eu a conhecia muito bem para perceber nas entrelinhas uma mentira como aquela. Por isso esperei e observei.
Lutei contra tudo o que pude para protegê-la. E ainda havia aquele maldito encontro com Loki. Como ela poderia encarar um filho da puta de um pervertido, estando grávida? Eu não podia admitir e me odiava cada vez mais por ter concordado, por não ter tentado encontrar outra saída.
Foi por isso que quis o casamento. Estávamos em uma guerra onde tudo poderia acontecer. Se realmente o que eu desconfiava fosse verdade eu precisava agir. Agradeci a Deus a ideia de procurar Daniel pouco depois de minha amante sumir no mundo. Em segredo fizemos um acordo, consegui convencê-lo de que o divórcio seria o melhor para nós dois. Claro que na época não desconfiávamos que Peggy conseguiria uma cartada tão certeira e eu nem acreditei quando Daniel simplesmente decidiu que era hora de agir. Pelo menos assim eu manteria Natasha em segurança caso Peggy atentasse contra mim. Natasha sendo minha esposa teria direito a tudo o que eu deixaria e consequentemente, qualquer fruto gerado por nós dois. Bucky foi de grande valia também. Ele sabia quando deveria agir. Tinha que colocar aquele documento em vigor tão logo pudéssemos descartar Peggy e sabia o que deveria fazer caso eu fosse eliminado do jogo.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fiksi Penggemar"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...