Capítulo Setenta e Cinco

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Tentei manter o foco no que Tony falava. Minha cabeça estava um caos desde que... Era difícil pensar naquela realidade. Aliás, era apenas no que eu pensava. Como se minha vida já não tivesse carregada o suficiente de momentos desesperadores, eu ainda tinha que aprender a conviver com a falta que Natasha fazia. Suspirei pesadamente.

— Como eu estava dizendo... – a voz de Tony preencheu minha mente roubando-me a atenção.

Encarei meu irmão e ele parecia preocupado comigo.

Era muito difícil disfarçar a apatia. O pior de tudo era que todos os participantes daquela reunião conheciam muito bem a minha situação. Ana, Carol, Thor, Tony e Peggy. Todos compartilhavam os meus segredos. Conheciam os crimes da que ainda se dizia "minha esposa", sabiam da sua chantagem com Natasha e o motivo do seu desaparecimento. Por isso todos, com exceção de Peggy, faziam vista grossa para minhas atitudes. Ou a falta delas.

— As estratégias implantadas atingiram os resultados esperados, por isso eu gostaria de antecipar o que havíamos planejado para o segundo semestre. Acredito que com as informações enviadas pelos consultores de mercado este é o momento mais adequado... – Tony continuava falando, no entanto me perdi no exato momento em que ele citou o cargo que seria de Natasha.

Droga! Por que eu não conseguia descobrir onde ela estava? Ninguém, ninguém mesmo, conseguia encontrá-la. Nem mesmo Peggy, o que me impedia de decidir se deveria me sentir aliviado ou preocupado.

Claro que acreditei que a melhor estratégia para encontrar a mulher da minha vida era seguir rigorosamente todos os passos de Peggy. Se ela havia sido a culpada daquele afastamento, era do seu interesse cuidar para que permanecesse assim. No entanto, nem minha esposa sabia do paradeiro de Natasha. Ninguém sabia.

Minha amante havia desaparecido enquanto eu dormia, conduzido pelo meu desespero. O que tinha acontecido? Como ela conseguiu simplesmente sumir? Não havia nenhum lugar no mundo em que Natasha Romanoff pudesse estar.

Este não era o ponto que mais me preocupava. Eu sabia que se durante todo este tempo Peggy ainda não conseguira colocar suas garras em Natasha então estava tudo certo com a minha amante, só não entendia como Nat permanecia em silêncio, mesmo já tendo se passado três meses. Nenhuma carta, mensagem, sinal de fumaça... Nada. Era como se ela nunca tivesse existido.

Eu tentava em vão lutar contra a tristeza que me consumia por ter permitido que ela fosse embora. Deveria ter sido mais forte. Ter mantido Natasha a meu lado e cuidado da sua segurança. Eu seria preso. Com certeza seria. Mas Peggy também. E embora soubesse que se Natasha tivesse ficado, a esta altura o nome da minha família estaria na lama, o meu equiparado aos piores pilantras da história de New York e o grupo, com certeza, não existiria mais. Era um inferno e eu não enxergava nenhuma saída. Peggy conseguiu me cercar de todos os lados, mesmo sabendo que eu também poderia destruí-la. Ela sabia que nada poderia me destruir mais do que perder Natasha Romanoff. Eu me apaixonei e este amor me matou.

Mesmo assim. Mesmo sabendo de todos os perigos, eu ainda a queria ali, a meu lado, segura, minha, apenas minha. Como sentia a sua falta! Naquele instante meus olhos encontraram os que eu evitava a qualquer custo: Peggy. Ela percebeu o meu abatimento e sorriu vitoriosa. Minha vontade era esmagá-la. "Tudo no seu tempo, Peggy. Tudo no seu tempo."

— Existe o problema relacionado aos avanços das pesquisas com a energia nuclear – Thor interferiu salientando o que estávamos enfrentando com os grupos de apoio às causas mundiais. — Deveríamos enfatizar nas pesquisas com as células-tronco e destacar as descobertas. Todos vocês sabem que nossas máquinas ficam obsoletas em um piscar de olhos. Estamos vendendo e trabalhando bem com os países subdesenvolvidos, apesar disso devemos tomar cuidado para que outra empresa não nos ultrapasse.

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