Eu tinha certeza que Peggy faria algo. Estava preparado para as suas ameaças ou chantagens emocionais, mas nunca para uma revelação daquelas. Peggy grávida era a concretização do inferno em minha vida. Eu sabia que existia possibilidade de ela estar grávida de mim, afinal de contas houve aquela fatídica noite, em que a filha da puta dopou. Apesar da possibilidade, eu não podia imaginar que este era o seu objetivo.
Havia também uma grande chance de ser mentira e eu implorava por isso. Ela havia dado a cartada perfeita. Conseguiu levar Ana para o seu lado, o que, com certeza, destruía as minhas chances de ter o apoio da minha mãe para o que eu planejava fazer.
Enquanto Ana perdia seu tempo acreditando na sórdida armação de Peggy eu pensava somente em encontrar alguma forma de terminar mais rápido com aquela merda. Eu tinha que encontrar uma saída. Uma prova que pudesse mostrar a todos que eu não desejei nem tampouco estive de acordo com aquele filho. Aliás, existia ainda a possibilidade de Daniel ser o pai, afinal de contas ele a levava para a cama com muito mais frequência do que eu, e por livre e espontânea vontade.
Era impossível pensar com clareza sabendo que Natasha estava pertinho de mim, destruída com tudo o que foi revelado. Eu queria poder abraçá-la e dizer que tudo ia ficar bem, que não passava de mais uma armação de Peggy, infelizmente eu sabia que se fizesse qualquer alusão ao meu envolvimento com ela, Ana seria uma aliada perdida.
Tive que concordar que Natasha fosse embora com Carol e ainda fui obrigado a entrar no mesmo carro que Peggy. A pior parte foi ouvir Ana tecer elogios ao casal. Casal! Ela não sabia a cobra com quem estava lidando.
Pepper e Tony estavam tensos. Todas as vezes que eu desviava os olhos de Peggy, encontrava os de Pepper e a acusação estava estampada ali. Merda! Eu precisava passar na empresa para resolver algumas coisas, precisava ficar a sós com Peggy e precisava estar com Natasha. Não dava para acontecer uma coisa de cada vez?
— Steve? Está tudo bem? – ouvi minha mãe chamar. Olhei para ela e só conseguia ver alegria em seu rosto.
Ana tinha sofrido tanto com a morte do meu filho. Ela o amava tanto. Tão mais do que a mãe. Como Peggy pode brincar com um assunto deste com a minha família? Tudo o que ela já havia feito não era o suficiente? Minha vontade era matar minha esposa ali mesmo e pronto, todos os meus problemas estavam resolvidos.
— Sim. Estou bem – respondi tentando tirar da minha voz o peso da minha raiva. — Peggy? Podemos ir para casa? – Ana sorriu largamente com a minha primeira frase direcionada a minha esposa, no entanto esta ficou surpresa e assustada.
— Ana preparou uma reunião, Steve. Não pode deixar para depois? – aquela cobra falava com tanta doçura que qualquer pessoa acreditaria em sua inocência.
— Não! – minha voz podia estar equilibrada, mas meus olhos eram assassinos.
— Tudo bem, Peggy – Ana intercedeu. — Vamos combinar um almoço. Não se preocupe comigo. Pode curtir a notícia com seu marido em casa porque vamos ter muito tempo para comemorar depois – é sim. Vamos comemorar quando eu dançar na cova dela. Tive vontade de gritar, mas me contive.
Tony avisou ao motorista que desviasse para a minha casa. Fiquei em silêncio o restante do percurso. Peggy e Ana continuaram a conversar sobre os sintomas, as possibilidades, a esperança de ser mesmo uma gravidez. Eu queria morrer. Agradeci a Deus quando o carro parou na entrada do meu prédio e eu pude sair daquele inferno. Sinalizei para que os funcionários do prédio ajudassem com as malas e entrei, deixando Peggy para trás. Assim que abri a porta de casa peguei o celular para ligar para Natasha. Ela seria a minha prioridade.
— O que está fazendo? – Peggy perguntou logo atrás de mim.
— Consertando as suas merdas – dei dois passos para frente atento ao telefone que chamava e ninguém atendia.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfic"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...