Capítulo Cento e Vinte e Três

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Minha cabeça doía de uma forma inacreditável. Tentei levantar a mão e tocar onde estava incomodando, mas assim que tentei puxar entendi que eu estava presa. E então fui atingida por água gelada, o que me fez gritar e despertar de vez. Ouvi o riso cínico de Loki e depois suas mãos em meus cabelos puxando minha cabeça para trás.

— Sua vadia! – recebi um tapa forte no rosto.

— Não temos mais tempo, Loki. Você perdeu a sua chance.

Foi quando percebi que o barco estava em movimento. Olhei ao redor vendo Sharon ao meu lado. Ela olhava o horizonte contemplando o que lhe restava de tempo e totalmente absorta ao que acontecia ao seu redor. O sangue em seu rosto estava secando, deixando uma máscara feia. Desviei o olhar encarando os dois monstros a minha frente. Eles se mereciam. Meus pés estavam em uma bacia como a de Sharon, cheia de cimento.

— Agora eu quero ver a sua coragem, putinha! Quero ver você se debatendo e afundando cada vez mais. A necessidade de ar queimar em seus pulmões e a dor deliciosa da morte se apossando do seu corpo. Ah, Steve merecia assistir isso!

— Às vezes eu acho que você é gay, Loki. O prazer que sente quando se refere ao Steve é um tanto quanto suspeito – sorri consciente de que tudo em meu rosto doía e fui atingida por mais um tapa.

Peggy riu divertida atrás de mim, mas sua risada foi breve. Por alguns segundos eu achei que havia chegado o meu fim. O iate continuava avançando sem parar, cortando as águas a nossa frente. Não estávamos longe da população, mas distantes o suficiente para ficarmos protegidos de olhos curiosos.

— Filho da puta! – bradou atrás de mim.

Loki se virou procurando pelo que incomodava a sua amante. Segui seus olhos encontrando uma lancha se aproximando a toda velocidade. E então a imagem se dividiu em três. Três lanchas seguindo o nosso iate, ganhando espaço e se aproximando. O alívio em meu peito não foi contemplado, pois eu sabia que aquela perseguição poderia simplesmente fazer com que Peggy acabasse com a gente de uma vez por todas.

— Eles vão nos alcançar – ele disse com a voz modificada. Era medo o que sentia. Como Sharon havia dito, Loki tinha medo de ser pego e desmascarado.

— Não se tiverem um bom motivo para desviar o caminho – olhei para Loki que acompanhava Peggy atentamente. Merda! O que eles fariam? Vi quando as lanchas se aproximavam cada vez mais e reconheci perfeitamente bem, o esboço de Steve, Bucky e Thor, além de homens da polícia devidamente fardados.

— Adeus, irmãzinha! – ela disse logo atrás de mim. — Espero que sua morte seja lenta e dolorosa. E não se anime, você vai descer mais rápido do que eles vão conseguir para te alcançar.

Dizendo isso Peggy empurrou Sharon em direção a água. Meu grito quase me fez apagar. Eu vi minha amiga virar e cair. Tive certeza de que ela afundou muito rápido, pois o iate continuou o seu percurso, passando rapidamente por onde ela havia caído sem deixar nenhum vestígio. Imediatamente vi uma lancha reduzir e dois homens pularem na água. Um deles era Thor.

— Por favor, Deus! Por favor! – eu implorava pela minha amiga enquanto meus olhos nublados pelas lágrimas não me deixavam ver mais nada.

— Está com medo agora, vagabunda? Hein? Quer saber como Sharon se sentiu antes de morrer? – gritei quando Loki empurrou minha cadeira em direção a borda. O cimento ainda estava fresco e com isso meus pés conseguiram sair da bacia.

— Ainda não! – Peggy gritou puxando-me de volta. — Se matarmos Natasha eles conseguem nos pegar. Veja – ela apontou para as duas lanchas que ainda nos seguiam e estavam tão próximas que eu podia ver a expressão de horror de Steve, preparado para pular por mim. — Vá lá na frente e avise que precisamos ser mais rápidos. Que ele não pode parar – Vi os olhos de Loki queimarem em Peggy.

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